quarta-feira, novembro 30, 2005

NationStates

Acabamos de reestruturar a barra da direita e de adicionar as nossas nações do NationStates (para ver de quem são, é só passar com o rato pelo nome do país). O NationStates é um jogo que consiste basicamente em criar um país e ir tomando decisões que condicionam a sua evolução. Estas decisões são colocadas ao ritmo de uma ou duas por dia. As nossas nações estão em estágios de evolução diferentes, porque eu e o LN já começámos a jogar há mais tempo, mas são uma espécie de exemplo «prático» da nossa governação (não olhem para o meu nível de impostos, por favor...)... Depois, com mais tempo, escrevemos um bocadinho sobre cada um dos nossos países. Quem quiser jogar connosco, é só criar uma nação e mudar-se para a região Queimado no Momento. A password para entrar na região é QnM. Ficamos à espera!

Dia grande!

Há um ano atrás tinha um jantar marcado com uma série de amigos num restaurantezeco (bem bom) nas Amoreiras. Acabámos por só aparecer quatro pessoas (entre as quais o JTF) porque o Sampaio se tinha finalmente decidido a acabar com o Circo Santana e alguns dos outros comensais eram jornalistas. É sempre assim, para uns gozarem outros têm de estar a trabalhar!

terça-feira, novembro 29, 2005

OTA

Ontem, na RTP, estes dois quase me tornaram pro-OTA. Tenho ainda algumas reservas, mas muito menos...

Os meus agradecimentos a ambos!

Nota: Eles são os dois contra...

P.S.: quem não viu e queira saber como foi, está tudo aqui (no blog onde o próprio Ministro colabora/colaborava)

segunda-feira, novembro 28, 2005

No país do óbvio

O cidadão Prudente K. (nome fictício) foi convocado para prestar declarações num processo a decorrer no tribunal M (designação fictícia) na cidade de Lisboa (cidade real embora às vezes não o pareça). A convocatória pedia a comparência às 9h30.

O processo implicava a realização de uma video-conferência com o tribunal B (designação fictícia) na cidade de Ponta Delgada (cidade real) onde os tribunais abrem às 9 da manhã (10 em Lisboa).

"Estou sim? Bom dia. Estou a ligar porque vou prestar declarações como testemunha num processo que implica uma video-conferência com os Açores mas como existe uma hora de diferença gostava de saber se tenho mesmo de estar no tribunal às 9h30 ou se basta aparecer às 10h30".

"Ah... Pode dizer-me qual o juízo onde vai decorrer o processo?"

"No Z (designação fictícia)"

"Só um momento"

Música

"Sim, com efeito está convocado para as 9h30, mas para as 9h30 de Ponta Delgada".


(historieta real)

É tão óbvio, não é???

Por outro lado...

Não sendo a primeira vez, hoje voltei a deparar-me com uma questão para a qual ainda não tenho opinião formada: Proibir organizações, partidos e manifestações que propaguem ideologia nazi.

Que fazer? Governa-se um país assente em valores como a liberdade de expressão e a tolerância. Chega a notícia de que se vai realizar uma manif com os carecas todos do país. Deve-se permiti-la? Impedi-la?
O artigo 46.º da Constituição da República Portuguesa proíbe as organizações racistas ou que perfilhem ideologia fascista. Deveria fazê-lo?

Por um lado, falamos de um tipo de ideologia que é, ela própria, avessa aos ideais democráticos, fazendo, por isso, sentido uma proibição que funcione como mecanismo de defesa do sistema político adoptado. Uma espécie de cláusula de auto-defesa que a democracia opta por ter, em prol da preservação dos seus valores primordiais (liberdade de expressão, diversidade de opinião, tolerância, dignidade da pessoa humana, sistema pluripartidário, etc.)

Todavia, na outra face temos uma contradição, na medida em que acabamos por ignorar os ideais democráticos em nome dos quais proibimos aquelas organizações.

Será que a partir do momento em que os acéfalos que partilham a ideologia nazi aceitam fazê-lo segundo as regras do jogo democrático, constituindo um partido, submetendo-se ao escrutínio eleitoral, não devíamos permitir a sua existência, por muito que a repudiemos…?

Permiti-los não constituirá a opção correcta? Pelos bons e pelos maus motivos…Num ponto de visa, a tolerância conduzirá a que os permitamos, optando pela consciencialização como arma. Sob outro prisma (o dos maus motivos), também é uma boa forma de controlar o seu crescimento. É que, às claras…tudo se vê melhor.

Tudo isto por causa da F.L. of Chiclete! (pelo menos 5 pessoas hão-de perceber este final!)

sexta-feira, novembro 25, 2005

Post que eu gostava de ter escrito #11

Mais um hilariante capítulo da saga de Sandro e Carina (pardon his french):

Amores imperfeitos # 35, especial presidenciais

Sandro admite que aceitar Cavaco como presidente pode ser uma fonte de crispação e desencanto pessoal. Carina acha apenas que será uma merda do caralho.

Candidatura galaico-portuguesa rejeitada

TSF Online: "A candidatura que pretendia ver reconhecidos os elementos da tradição galaico-portuguesa como património cultural da Humanidade foi rejeitada pela UNESCO. Esta pretensão tinha sido apresentada em conjunto por Portugal e Espanha."

As principais razões?

"Laurentina Torres, da comissão promotora da candidatura, explicou que «houve uma apreciação muito favorável» por parte da UNESCO, mas que foi pedida uma reavaliação da candidatura. «Acharam que estava muito bem constituída e elaborada, só que demasiado abrangente. Foi o termo», explicou. A membro da comissão adiantou ainda que houve mais de 150 reclamações por parte das Astúrias, pois esta região espanhola reclamou que alguns aspectos da cultura da Galiza também lhe pertenciam."

Logo é reformular, incluir quem de direito e insistir! Força aí!

Ainda não foi desta...

Pergunta: Como especialista en antropoloxía aplicada, e tamén como civil, ¿como lle explicaría que é o patrimonio intanxíbel galego-portugués aos cidadáns galegos que descoñecen a súa dimensión?

Resposta: É toda a experiência acumulada pelos nossos antepassados, no campo do saber material (artesanato, tecnologias agrárias e marítimas, arte) e espiritual (mundo simbólico, lendário, religioso e social), que informou as suas vivências, no trabalho e no lazer, na arte e no religioso, e que ainda hoje são imprescindíveis para se compreender os sentidos do quotidiano. Este património imaterial marca a nossa existência colectiva, os nossos sistemas produtivos e a construção do nosso futuro.

Álvaro Campelo, director do Centro de Antropologia do Porto, e assessor do dossiê sobre a Candidatura do Património Imaterial Galego-Português. "Ponte... nas Ondas!"


A candidatura galaico-portuguesa a Obra Mestra do Património Imaterial da Humanidade não foi aceite pela UNESCO. :-(

Lamento muito. Há que continuar a tentar. Por quem, a sul do Minho, pretende criar alternativas ao centralismo regionalista (parece estranho, não é?) de Lisboa mas sobretudo, por quem, do lado de lá, luta pela alteração do estatuto social da nossa cultura comum.

Bem hajam. Parabéns pelo esforço.

quinta-feira, novembro 24, 2005

Gmail it!

Acabou-se a tirania da caixa de mail com 2MB do Hotmail! A partir deste momento, a caixa de mail do QnM é queimadonomomento@gmail.com, onde disporemos de 2GB para a correspondência. Totally free, of course!

Se alguém quiser aderir ao Gmail e precisar de um convite (nesta fase só dá para aderir por convite, porque ainda está em testes), mande-nos um mail que nós temos convites para distribuir.

Hasta!

Excitação geral

«A Igreja exclui dos seminários e do sacerdócio quem praticar a homossexualidade, apresentar tendências homossexuais profundas ou apoiar a chamada cultura gay »



- "Nós pensávamos que era proibido fazermos essas coisas sexuais, veja lá!", desabafa uma freirinha, - "Agora vamos ter de receber formação porque já temos uma certa idade, está a ver?"

- "Eu até cheguei a acreditar que o problema era nosso...", acrescenta outra irmãzinha, "Afinal eles é que não estavam nem aí!".

- "Nunca pensei que fosse a isso que se referiam quando falavam de crise de vocações", exclama outro elemento do grupo.

- "Vai ser muito difícil mexer em direitos adquiridos, eles nem querem ouvir falar em mulherio! Só mesmo para as limpezas. Já alguma vez ouviu falar de padras, bispas, cónegas, cardealas...? Feminino só papa. Aquelas bichas! Ocuparam a hierarquia e não querem saber de nós. Histéricas" - indigna-se a mais jovem.

- Aquilo do Padro Amaro, sabe? Quem me dera! isto já não é para o nosso tempo, essa é que é essa" protesta outra abençoada "Acha que eles agora vão inverter?".

- Seja como for estamos muito agradecidas ao senhor ratzi. A igreja católica, reconheçamo-lo, nunca foi muito à bola com as mulheres mas se calhar era mesmo por serem todos gays. Até o João Paulo II, quem diria! Muito provavelmente este papa progressista alemão vai fazer com que possamos ser ordenadas padras! Que maravilha!" balbucia a ingénuazinha.

- "Obrigado Ratzi", berram em coro, agradecidas.

quarta-feira, novembro 23, 2005

Esclarecimentos públicos



Estamos pouco habituados em Portugal a que se envolvam os cidadãos nos processos de tomada de decisão. Também não é costume os nossos governantes virem explicar aos eleitores as razões que fundamentam as suas opções.

O actual governo é pouco pródigo no envolvimento dos cidadãos nos processos que conduz mas ontem fez um notável exercício de esclarecimento público relativamente à construção do novo aeroporto de Lisboa. Num momento em que estávamos a ficar surdos pela histeria dos do contra, dos do bota-abaixo, dos velhos do restelo e de outros contestatários e membros da oposição que falavam sem conhecimento de causa, esta acção do governo serviu, pelo menos, para subir um pouco o nível da discussão. Em www.naer.pt estão disponíveis diversos estudos e uma página com perguntas frequentes.

Sem querer tomar qualquer partido, até pelo facto de se tratar de uma questão muito técnica, aguardo agora estudos, argumentos e sobretudo propostas com maior seriedade por parte daqueles que se opõem à localização do novo projecto (ou mesmo ao projecto em si).

Uma atitude política louvável. Espero que não seja filha única.

terça-feira, novembro 22, 2005

Armas de destruição maciça

Serbian Flying Circus


22/11/2005 - 00h30m: Não sei muito bem como vos explicar o que acabo de viver...

Sapatos de duende, togas e cabeleiras de juíz, casacos com asas de grilo, máscaras de mergulho, pijamas, t-shirts do Che, camisas de cetim encarnado...

O vocalista e o tocador de tuba que resolvem sair do palco e ir passear para a bancada, o vocalista a dançar com várias mulheres na bancada, Kusturica apresentado como o grande realizador de cinema Luis Figo a jogar à bola com uma garrafa de água, serenatas de joelho no chão para um grupo de amigas que estavam num camarote, truques de magia, nu integral do vocalista enquanto tentava convencer 3 raparigas que subiram para o palco a despirem-se...

Então... e a música? A música começou estranhamente harmoniosa... cheia de melodia... E depois? Depois veio da boca de Kusturica a frase que define todo o resto do espectáculo:

"Hello Lisboa! My name is Emir Kusturica and this is the No Smoking Orchestra! This song was just to show you that we know how to play music... because the rest of the night you'll only hear PUUUNK!..."

... e a festa não mais abrandou, até ao acorde final... foram 2 horas de total e maravilhosa demência colectiva, onde só faltaram o burro, a cabra e o porco!

Deveria ser obrigatório para todos os cidadãos do nosso país assistir a pelo menos um concerto de Emir Kusturica & The No Smoking Orchestra na vida! Só para abrir a pestana...

Homófobo, mas convicto!



Duas miúdas de 14 e 15 anos foram chamadas e repreendidas pelo conselho directivo da respectiva escola pelo facto de andarem a exibir a sua mútua atracção, através de beijos e apalpões, perante a plateia da escola. (...) o que está em causa não é uma questão de orientação sexual mas sim um comportamento muito típico das comunidades gays e lésbicas, que é o exibicionismo sexual. O problema não é as miúdas amarem-se ou desejarem-se intensamente: é que os restantes colegas da escola não têm nada a ver com isso, nem têm de ser expostos às demonstrações públicas de tais afectos (como costumam dizer os politicamente correctos). E é também, obviamente, uma questão de bom gosto, que vale para heteros ou homos. (...)

Esta prosa de Miguel Sousa Tavares não me chegou através de uma qualquer mensagem de correio electrónico anónima. Saiu no Público de Sexta-feira passada (dia 18/11/2005) e eu limitei-me a copiar uma pequena parte.

Entre outras coisas ficámos a saber que gays e lésbicas são exibicionistas. Este senhor viverá em que cidade? Em Lisboa?. É que eu todos os dias vejo na rua casalinhos hetero de mão dada, aos beijos, no roço... Por onde andarão os casalinhos homo exibicionistas? Deveras intrigante.

Miguel Sousa Tavares dedicou metade do espaço que a sua crónica semanal ocupa no Público a revelar a sua homofobia convicta. Mistura pedofilia e homossexualidade (um argumento que até já está batido), critica o “politicamente correcto” (até me admira como não falou de paneleiros e fufas, que é do mais politicamente incorrecto que existe), sugere que a exposição a cenas de demonstração de afecto homossexuais pode provocar paneleirite nas crianças cuja sexualidade está em formação (irá certamente receber um prémio científico por esta descoberta) e dispara em todas as direcções como é seu costume. Ao que parece nem a história é bem contada. O Renas e Veados dá-lhe um amplo destaque e faz uma inteligente desmontagem do argumentário serôdio em diversos posts. Aconselho a leitura.

segunda-feira, novembro 21, 2005

A caminho do regresso à normalidade


Há dias, como hoje, em que quase não se ouve falar de bola. É nestes dias que se percebe que eles, de facto, são muitos!...

Só para chatear...

Ontem, como parece que acontece em todos os outros dias, foi transmitido pela RTP1, o telejornal.

Lá se falava da mudança do aeroporto para a OTA…Pois é…diz que está de abalada para lá, o moço…Uma grande trabalheira, mas enfim.

Bom, o tema era o facto do aeroporto estar escandalosamente colocado no meio da cidade. Concordo.

Não fará muito sentido tê-lo a sobrevoar os 4 rodas que andam pela segunda circular! Verdade.

Pior! Sobrevoa o Hospital de Santa Maria e o Júlio de Matos!! Inconveniente, sim.

Adiante.

A notícia sublinhava o escândalo que era ter um aeroporto construído tão perto de dois estabelecimentos hospitalares, torturando os pacientes com o ruído evidente que provoca.
Só mesmo em Portugal (aarrrgghhh…como eu detesto esta frase) se poderia construir um aeroporto paredes-meias com um Hospital psiquiátrico!!

“Por acaso não sei de quando é o Aeroporto…” – reflectiu o meu pai…

Só para chatear (chamem-me piolhoso), hoje fui ver a data de inauguração daqueles hospitais e do aeroporto.

Palavra que ainda não tenho opinião inteiramente formada sobre a OTA, mas…

Hospital Júlio de Matos – 1941
Hospital de Santa Maria – 1953

Aeroporto da Portela – 1940


Pois é, pai...

sexta-feira, novembro 18, 2005

Citando VPV #2

«... Cavaco aceita naturalmente o título de "tecnocrata"; e acha até bom para o país que esteja em Belém um "tecnocrata", em vez de um advogado palavroso, à velha moda comicieira e parlamentar, que ele despreza. Anda manifestamente muito esquecido. Foram os tecnocratas dele que prepararam com suma competência o desastre de hoje. E ele próprio que inventou o "sistema remunerativo da função pública", princípio e pilar da falência do Estado. Mas Cavaco não se impressiona com detalhes. "Pensa no futuro" e não tem opiniões. Não precisa. A técnica não é matéria de opiniões - é matéria de certezas. E os portugueses num Presidente da República querem certezas. Coitados.»

in Público, 18/11/2005, sem link

P.S. Nunca pensei citar Vasco Pulido Valente. Já é a segunda vez...

Da minha janela

tenho vista para um edifício enorme de apartamentos onde de manhã se podem ver as empregadas, de tarde os putos agarrados às consolas e à noite, felizmente, ainda não sei. Mas estou desconfiado que mais mês menos mês, ainda vou descobrir o que se passa à noite em tão transparente bloco de apartamentos.

O meu problema são as quintas

Porque às quintas-feiras, a minha cara já não aguenta que eu faça mais a barba.

Para mim, o casual friday da barba é à quinta.

Advogados, Gestores e Engenheiros

Sim senhor, isto agora está melhor...

Com esta panóplia de altos quadros até já podiamos montar uma empresa. Só tinhamos de arranjar alguém para trabalhar.

Benvindo TF!

Serviço público... mas só de Lisboa ao Porto



Este fim-de-semana vou até Viana e, como não tenho companhia, não vou levar carro. Se quiser ir de comboio ou saio de Santa Apolónia às 16.55 e demoro 5h40 ou às 20.55 e chego às 02.12... Há já vários anos que a CP vem desencontrando os horários das linhas do Norte e do Minho tornando o comboio uma solução muito pouco prática a quem quer viajar entre estes dois destinos. A solução é viajar até ao Porto e cravar os papás para me irem buscar ou ir de autocarro.

Aqueles que utilizavam o comboio para se deslocar dos arredores de Viana para irem trabalhar para o centro também há muito que deixaram de o poder fazer. Os meus colegas de escola que entravam às 08.15 agora teriam de chegar à estação central às 07.37 (muito cedo) ou às 09.27 (muito tarde).

Os novos horários previstos para 11 de Dezembro vêm agravar a situação porque, ao que parece, vai deixar de haver comboios directos entre Viana e o Porto. Vão, finalmente, conseguir fazer as velhinhas desistir de andar na CP. Sobretudo as que andam carregadas com malas e sacos.

Isto é pura incompetência ou querem fechar a linha do Minho? Como é que uma empresa que tem uma boa estratégia comercial na linha do Norte pode ter uma tão má na do Minho? Será pela falta de potenciais clientes? Os Censos de 2001 indicam que viviam no concelho de Valença 17.069 indivíduos, em V. N. de Cerveira 8.852, em Caminha 17.069, em Viana 88.631, em Barcelos 122.096 e em V. N. de Famalicão 127.567, ou seja, um total de 381.284. Se calhar é pouco! As empresas de camionagem, em todo o caso, agradecem o péssimo serviço da CP. Os clientes é que não. E o ambiente também não.

Adenda:

Acabei por descobrir que uma colega ia para o Porto na Sexta-feira e fui de boleia com ela. Saímos de Lisboa às 5 da tarde e não apanhei o autocarro Porto-Viana das 8 porque pensei que saísse da Trindade quando o ponto de partida ficava na Boavista. Assim sendo, apanhei o metro e fui para Campanhã. Azar... Saí no comboio das 20.36 com destino a Braga que parava em todas as estações e apeadeiros e em Nine apanhei um outro comboio, às 21.35, que deveria seguir até Viana e onde estava previsto que chegasse às 22.35. São 119 minutos para 70 km de distância, ou seja, a CP oferece um serviço a 35 km por hora. Na era da auto-estrada qualquer diligência os bate!

Mas o final do percurso acabou por não ser Viana! A uns 20 km do destino o comboio imobilizou-se porque uma árvore tinha caído em cima de uma locomotiva interrompendo a linha. A azáfama na pequena estação era grande: contactavam com Lisboa para tentar encontrar uma alternativa de transporte. Às 11 da noite, e vendo a vida a andar para trás (onde é que iam desencantar um autocarro àquela hora para transportar 50 ou 60 pessoas que apesar de tudo utilizam aquele péssimo serviço?), liguei ao meu pai rogando-lhe que me fosse buscar a Tamel. Mas onde fica Tamel? O GPS também não sabia. Uma passagem nos bombeiros esclareceu a situação (algures entre Barcelos e Barroselas, para os mais curiosos) e lá consegui chegar a casa... à meia-noite.

quinta-feira, novembro 17, 2005

Tribunal do Trabalho ou a vã glória de viver…

Há tempos atrás, encetei uma caminhada ao Tribunal de Trabalho de Lisboa…desculpem…há dois tribunais…sim…eles andam aos pares…Fiquemo-nos, pois, pelo que se encontra (sim…é um achado) mais perto da Portugália da Almirante de Reis…

A odisseia começa à entrada. A porta tem o seu peso, não tanto, porém, como aquele que a burocracia e a falta de condições de quem lá trabalha se têm encarregado de prestar àquele mui nobre órgão jurisdicional.
Mas adiante…Entrei.

De imediato me deparei com uma estrutura de madeira com (não quero exagerar) 1,5 m2…O que era? Tss tss tss…pois não se está mesmo a ver?! Se estamos já dentro de um mui nobre órgão jurisdicional, não está bom de ver que aquela ode física à arquitectura moderna é…um PBX?! Ora…se bem me lembro, entre a madeira e um vidro que lhe servia de janela de atendimento, havia: uma lista telefónica, papéis…sim…papéis…acessórios de escritório como esferográficas e borrachas…AH…CLARO…estava lá também uma pessoa! Co’ a breca! Uma pessoa sim sr.! O ar vivaço e, porque não, um pouco matreiro com que ela se me deparou, deixava adivinhar o thrill que acompanha, decerto, todo o seu dia-a-dia.

Pensei: “Isto é tudo muito engraçado, mas tenho de me fazer ao piso, que a minha vida não é esta.”. “Xau Vanda” – pensei ainda…(tinha cara de Vanda).

Subi ao 3.ºJuizo, 3.ª Secção…(é uma forma que os tribunais têm para se organizar…não liguem…coisas deles!). Fui subindo, subindo…e voltei a descer. Vim só ao espaço de entrada novamente, certificar-me que aquele era o caminho…palavra que por momentos pensei que o facto de me ter deparado com escadas amarelas acastanhadas, outrora doutra cor que não aquela (uma outra impossível de apurar, tendo em conta os meios técnicos actualmente existentes na Terra), indiciava um caminho errado:
“Não…este não é o caminho para o 3.ºJuizo, 3.ª Secção! Não…”. Mas era. Voltei a subir.

Ufa…Cheguei. Há um guichet (Deus…como eu gosto desta palavra…dá assim um ar…não sei…administration publique).

O guichet tem um vidro fosco que vai até à zona do meu umbigo (estão a ver onde é, não estão? Aí..sim…mais ou menos…exactamente!! Aí mesmo!!!). Ao lado há uma porta aberta que dá para a sala (maior que a estrutura de madeira) onde estão os funcionários judiciais. MAS FALAR É PELO GUICHET!! (é mesmo gira esta palavra....então assim dita à bruta…ui!).

Baixo-me, dobro-me até estar suficientemente parecido com Quasimodo (um abraço para ti, Quasi)…
Depois de se desenvencilhar de cerca de 3,76 toneladas de papel (atenção…o número não é rigoroso), lá apareceu um funcionário judicial.

- “Boa tarde” (texto) / (“Olá”) - sub-texto, aka, momento Ally McBeal
- “Boa tarde. Eu vinha levantar as guias para pagamento de X…do Proc. N.º Y” / (“ Humm…Será que é assim que se pede?”)
- “Cá estão.”
- “Obrigado.” / (“Porreiro…era assim que se pedia")…”Diga-me uma coisa, depois venho cá entregar…” (“oops”)
- “Não. Entrega lá no piso 1 na secretaria geral, depois de pagar na CGD.” (“Daah”)
- "Ah…claro…ok" / (“Ora bolas…isto de ser estagiário…”).

Voltei da CGD.

("Olá Vanda").

Subi as escadas. (E o cheiro das escadas…?)
1º Piso. Há dois guichets (e no plural? Como fica bem no plural…). Um de frente para outro. No meu, no do comprovativo de pagamento das guias, não está ninguém. No outro estão cinco pessoas:

“Que engraçado…o quê? Ah…olha que engraçado…também vão de férias para aí? Conheço muito bem essa zona...E tu não te lembras da vez em que fomos todos…éramos tu, eu, o Zé (ahía…o Zé…), o Gaitas e a Fátinha…fomos todos até…blá blá blá blá….”

(3 minutos e meio depois de eu ter chegado, i.e. 3 minutos e meio depois do homem do meu guichet me ter visto…)

“Boa Tarde. Já tá atendido?”
“Não…” / (“MAS COMO RAIO É QUE POSSO ESTAR ATENDIDO SE TU NÃO ESTÁS NO MEU GUICHET…SE NESTE MOMENTO EU JÁ SEI ONDE PASSAS FÉRIAS, COM QUEM E O QUE GOSTAS DE COMER DEPOIS DE VIR DA PRAIA? COMO?!”)
“Ah…diga…era para quê?”
“ Era para entregar este comprovativo de pagamento de…”
“Ah…pode deixar aí…espere lá…eu vou aí…”
(“ Não..por amor de Deus…não se incomode”.)
“Olhe…deixe aqui em cima da minha secretária….Pronto. Obrigado! Boa tarde!”
“Obrigado. Boa tarde”.

Pensei: “Vou andando…acho que vou trabalhar…se bem que…”

Xau Vanda. Boa Sorte.

Temos reforço

Nos próximos minutos vai-se dar a conhecer ao mundo do QnM um novo personagem. Vindo das Artes&Letras directamente para este mundo de economistas e engenheiros, espera-se que traga uma nova perspectiva ao pasquim. Características? Ele há-de vos ir mostrando como é!... (eu já vi o primeiro texto... preparem-se!).

Curiosidade: é meu irmão!

quarta-feira, novembro 16, 2005

Até à vista


Algures numa estrada no norte de Moçambique

Quase dois meses depois de ter começado a escrever sobre a minha viagem a Moçambique, dou hoje por terminado o relato da dita. Apesar de a informação já estar bastante desactualizada – pelo menos para mim – tinha-me comprometido a fazê-lo. E já está! Todos os textos e imagens estão disponíveis em http://mocambiquequeimadonomomento.blogspot.com/

Espero ainda ter tempo de sistematizar alguma informação útil para quem quiser organizar uma viagem a Moçambique e for parar à página via Google ou outro motor de busca qualquer.

Até à vista Moçambique (mas não vos apoquenteis que vou continuar no QnM, acabei de renovar o contrato por mais duas épocas).

Teen Spirit

A propósito deste post do Agridoce, vieram-me uma série de recordações à cabeça. Uma deixei lá, nos comentários. A outra prefiro partilhar aqui:

Na noite de 8 de Abril de 1994, sentado no carro à espera de um amigo com quem ia para o Johnny Guitar celebrar o meu recente aniversário, reparei que estavam a passar Nirvana em quase todas as estações de rádio que ia sintonizando. Pouco depois, ainda sozinho e à espera, a voz grave do locutor da Marginal anunciou que Kurt Cobain se tinha juntado ao Clube dos 27.

Na adolescência, como todos sabemos, qualquer acontecimento ganha uma dimensão sentimental gigantesca. Essa noite isso aconteceu como em nenhuma outra até então. Lembro-me que só conseguia pensar que o único momento da história recente comparável àquele que estava a viver, teria sido o da morte de Jim Morrison. E ainda assim, aquele parecia-me mais intenso, porque Kurt Cobain, ao contrário de Jim Morrison, estava ainda em pleno auge.

Ao chegar ao Johnny Guitar, a primeira coisa que se tornava evidente era que a notícia já tinha corrido: o semblante carregado de toda a gente (dos clientes ao Henrique Amaro) denunciava-o. Naquele momento, parecia evidente a todos que a única coisa a fazer era rentabilizar o sentimento com muito Nirvana e outras bandas Nirvana-like a tocar muito alto toda a noite e com toda a gente a descarregar as más energias na pista de dança.

Ao fim da noite, os semblantes já eram outros e tudo parecia novamente fazer sentido.

Foi a melhor noite do Johnny Guitar de que me lembro!

Óleo... mas de palma!



Eu não tenho medo de andar de avião. Mas tenho medo se o avião estiver a cair. Enquanto estávamos no norte de Moçambique saiu a lista negra das companhias aéreas feita pela autoridade aeronáutica francesa. A LAM estava incluída nessa lista e a pequena companhia da Suazilândia à qual a companhia de bandeira moçambicana havia concessionado a ligação Maputo – Pemba merecia um especial destaque. A LAM bem se tentava defender das acusações na TV mas a mim, pelo menos, não me convenceram. Sobretudo quando o presidente da companhia alegou que “Não é verdade que não tenhamos coletes salva-vidas a bordo, eles estão lá, viram mal, estão é fora de prazo!”. Quanto ao piloto sem licença de voo nem se pronunciaram. Mas tínhamos de regressar a Maputo e tivemos mesmo de apanhar o Embraer da LAM.

Já estávamos quase chegar a Maputo quando começou a pingar óleo por cima dos passageiros. Eu, o tipo mais aero-sereno do planeta, fiquei em pânico: o avião está a perder óleo! Vou morrer. Novo. Em África. Pensava que esta sina tinha acabado em 1975!

Chamámos o aeromoço que abriu as bagageiras e começou calmamente a investigar a origem do problema. E de onde vinha o óleo? De um embrulho manhoso mesmo por cima de nós. Uma besta decidiu enfiar estufado de frango dentro de um saco plástico furado e colocá-lo numa bagageira bem longe do seu assento. O molho era em tal quantidade que ensopou toda a bagageira e começou a pingar, obrigando quatro filas de passageiros a mudar de local. O avião acabou por aterrar em vez de cair e várias pessoas foram para casa a cheirar a óleo, mas de palma.

Maconde




Cooperativa de artistas Maconde em Pemba.

Há 30 anos...


O "cinema" de Pemba (ou de Porto Amélia?)

A noite moçambicana era uma pasmaceira total e depois do pôr-do-sol o melhor a fazer era mesmo ir para a cama. “Ah, mas nós aqui em Pemba temos cinema e tudo!” contestava um dos funcionários do hotel. “Está é fechado há 30 anos.” Pois é...

A chegada


O interior do autocarro numa fase de menos aperto

A viagem nos Transportes Mecula foi a experiência mais marcante das férias. Mas ao fim de tantas horas estávamos estafados e o regresso ao nosso hotelzinho burguês foi reconfortante. Acabavam-se os apertos e o cheiro a creolina. Creolina essa que, no entanto, criava uma sensação de segurança contra a pujante natureza africana!

O rio multi-funcional


Para onde corre o rio?

Ao iniciar a viagem de Pemba para a Ilha de Moçambique estranhámos o facto de o motorista do autocarro carregar tantas garrafas cheias de água turva. E chamar-lhe turva... Tivemos alguma pena do homem – que era bastante simpático – mas logo concluímos pela robustez do seu sistema imunitário: as mesmas mãos que arranjavam o motor serviam para agarrar o frango assado ou meter bananas e gomos de laranja à boca, cumprimentar toda a gente ou ir à casa de banho.

Só na viagem de regresso, quando íamos a pé nas escadas, é que percebemos que aquelas tais garrafas de água turva eram para o radiador do autocarro e não para o motorista! Era só abrir uma portinha e despejá-las lá para dentro. Tivemos o prazer de ajudar nessa tarefa.

Mas como seis garrafas de 1,5l não foram suficientes – a viagem era longa e o autocarro estava com sede – tivemos de parar no meio do caminho para as encher. Onde? Num rio!!! A multidão desceu do autocarro e foi uma festa. Enquanto o motorista aliviava a bexiga e a revisora enchia as garrafas havia uns que tomavam banho e outros que faziam do rio casa de banho. Sem preocupações de saber onde ficava montante e jusante e sem qualquer tipo de puritanismos. Até a roupa aproveitavam para lavar. Estávamos parvos. As precauções de saúde mais básicas impediam-nos sequer de tocar em água doce não tratada por causa da bilharziose (ver mais info sobre esta doença tropical aqui) e eles estavam todos na boa.

terça-feira, novembro 15, 2005

A «entrevista»...

Ontem pensei que ia assistir ao primeiro verdadeiro esclarecimento de Cavaco Silva sobre o que pensa de Portugal e do Mundo, do que quer para Portugal e do que se propõe fazer se vier a ser eleito Presidente da República.

Quer dizer... pensei... pensar, pensar, não pensei... se tivesse pensado não esperava nada disso... foi mais assim uma espécie de uma frase pomposa que me cruzou o cérebro... mas, na realidade, não esperava nada que esse esclarecimento surgisse...

E não surgiu mesmo! Porquê?

Primeiro porque o não surgimento do esclarecimento faz parte da estratégia: Cavaco ou não pensa nada de diferente dos outros, que valha a pena destacar, ou, se pensa, acha que ganha mais em não o revelar.

Basicamente prefere continuar a debitar banalidades (não é um termo ofensivo; são banalidades porque diz o que diz qualquer candidato ao que quer que seja, desde a Presidência da República, até à chefia da turma da primária) e a explicar que, no seu entender, Portugal precisa mesmo é de um Presidente que seja um macro-economista, político em part time e, de preferência, que seja ele, para poder alertar e falar sobre inovação, formação, tecnologia, etc..

No fundo Sampaio foi mau porque fez isso tudo e falou desses mesmo temas, mas nem é macro-economista, nem é político part-time! Da mesma forma, qualquer outro candidato que surja, mesmo que cumpra todas as condições, será mau porque não é Cavaco!

Por isso, Cavaco faz muito bem em não dizer nada! Cavaco, o que tem para oferecer, é a imagem que determinada percentagem da população (a apurar) tem dele próprio... não é nada mais que isso. Para muita gente isso é suficiente e desejável, portanto a estratégia deve estar correcta. Mas, sublinhe-se, até ver não há uma única vantagem comparativa evidente (para usar vocabulário de economista) apresentada por Cavaco para explicar ao eleitorado que é diferente dos outros para melhor, à excepção dessa verdade insofismável que é ele ser Cavaco e os outros não.

Mas, na noite de ontem, houve um factor mais forte para nada de relevante ter sido dito: Constança Cunha e Sá.

A TVI teve a oportunidade de ser a primeira a entrevistar todos os candidatos (pelo menos que eu me tenha apercebido... confesso que não tenho andado muito atento ao tema...) e pôs a conduzir as entrevistas uma pessoa que não tem (ou pelo menos ontem não teve) a flexibilidade intelectual que se exige a alguém cuja função é, recorrendo ao diálogo, levar o seu interlocutor a explicar de forma esclarecedora o seu ponto de vista sobre um ou mais assuntos. Aliás, Constança Cunha e Sá, não soube sequer preparar a entrevista!

Foi confrangedor ver o sentimento de impotência que ela transmitia ao espectador pergunta atrás de pergunta, com a repetição exaustiva e desesperada do "bom... já vi que não vai responder" ou do "mas porque é que não responde?!...", ou ainda com o recurso à confrontação com frases do senhor do tempo em que ele ainda nem tinha comprado o carro que foi rodar à Figueira!

O auge da incapacidade de entrevistar quem quer que seja foi a questão do "Não li uma linha sua em 10 anos sobre...", que copiou do argumentário dos contendores de Cavaco e que este rebateu com "não escrevi, mas falei na televisão e em conferências sobre... e sobre...". A pobre da Constança não se lembrou de nada melhor para dizer que "Pois... isso não sei... eu pesquisei na imprensa... aliás eu disse que não tinha lido! Estava a falar de testemunhos escritos". E depois, repetiu isto mais uma ou duas vezes...

Basicamente, foi uma hora de pagode, em que o candidato amador (leia-se não profissional), deu um baile descomunal à senhora que lhe puseram à frente e em que o incauto espectador ficou a saber tanto como já sabia antes da entrevista começar...

Em suma, péssima entrevista!

segunda-feira, novembro 14, 2005

O candidato mais jovial

A campanha para as presidenciais está a arrancar em grande força e o paradoxo está aí: o candidato mais bem disposto, que puxa para o debate os temas mais actuais, menos afectado pelo síndroma da depressão nacional, menos bacoco, mais directo, com maior facilidade de contacto com as massas, mais consensual, que melhor sabe estar, ou seja, o candidato mais jovial de todos os que se apresentam é... Mário Soares.

A ausência

Um volume excessivo de trabalho e outros compromissos têm-me mantido arredado da escrita pública. Mas nos últimos tempos não me tem faltado vontade de escrever.

Já quis aqui falar sobre o facto de ter estado em Londres e de as empregadas de limpeza do hotel serem portuguesas. Ao que parece, em Inglaterra toda a gente valoriza muito as empregadas de limpeza nacionais. Competentes, servis, de confiança... Grande orgulho, ah? Há 30 anos em França, Luxemburgo ou Suíça, hoje um pouquinho mais a norte, mas uma garantia de qualidade mantida ao longo de décadas. PORTUGAL – Established 1143! Conheceis muitas marcas com uma reputação mantida durante tantos séculos? Uma verdadeira vantagem comparativa este exército de mulheres de limpeza e operários de construção civil. Felizmente agora querem aproveitá-los dentro de portas e apostamos no turismo em força. Como serventes não há quem nos bata. E há quem diga mal de nós!

Alguns dias mais tarde um relatório informava-nos que 20% dos licenciados portugueses exercia no estrangeiro. Eu conheço vários. Isto é que é um upgrade emigratório! Afinal 30 anos de democracia surtiram efeitos: a emigração democratizou-se. E há quem fale mal de Portugal!

O Expresso de 5 de Setembro dedicou 13 ou 14 páginas do seu suplemento Economia (que é como quem diz) para louvar Angola. Eu pensei que estavam a falar da Islândia: não fosse pelas pessoas que apareciam nas fotos e nem tinha dado por nada. Ah José Eduardo dos Santos, esse iluminado amigo do seu povo! Ah Nicolau Santos, grandes fretes, ah?

Entretanto milhares de pessoas desfilaram em Lisboa para consagrar a cidade a nossa senhora de fátima. Eu pensei que a tínhamos consagrado ao Carmona Rodrigues no dia 9 de Outubro mas, seja como for, espero que pelo menos esta dona Fátima dê uma limpeza às ruas da cidade, arranje os jardins e não permita que os carros continuem a estacionar em cima dos passeios. E por favor senhora dona Fátima, não se pire para Londres!

Ao mesmo tempo que em Lisboa milhares de fiéis católicos se acotovelavam atrás de um totem, outros milhares de fiéis, mas ao xicolate, rumavam a Óbidos para ir ver o festival internacional do chocolate. Ocorreu-se-me então o seguinte: e porque não fazer uma nossa senhora de fátima de chocolate? Juntava-se a procissão ao agradável!

Hão-de pensar com isto que eu não respeito as religiões. É falso. Não acredito mas respeito a fé alheia. Agora, depositar papelinhos com pedidos, agradecimentos, expiações e coisa que o valha numa urna que acompanha o totem venerado por uma multidão com velas na mão parece-me bruxaria. São estes os católicos progressistas? O que distingue esta forma de viver a fé daquelas pessoas que usam medalhinhas de santos nas cuecas, que usam cabeças de alho nos bolsos, que não passam por baixo de escadas ou que fazem preparados com sangue de frango para atrair os bons espíritos ou escorraçar os maus olhados? Trata-se apenas de uma questão de perspectiva. E falta de sentido crítico.

sexta-feira, novembro 11, 2005

A lista

Conforme tinha dito, há novos blogs na lista: muitos já lá deviam estar há muito tempo, não fosse a preguiça, outros são projectos novos; uns são regressos às lides, que dão sequência (ou não) a projectos que entretanto acabaram, outros são blogues colectivos de bloggers individuais que mantêm os seus blogues de origem. Enfim. Há para todos os gostos. Como não quero destacar nenhum e as alterações foram muitas, deixo para vocês os descobrirem.

P.S. Há um que não consigo deixar de destacar. Não por ser melhor ou pior que os outros, mas por ser completamente diferente daquilo que estamos habituados por aqui. É o blog do Martin Varsavsky - trata-se de um empresário, nascido na Argentina e que vive em Espanha, que entre outras coisas criou a Jazztel e o ya.com. Agora, entre outros, tem um novo projecto chamado Fon que pode vir a revolucionar o acesso à Internet em mobilidade. O que é interessante para mim neste blog é, por um lado, a abertura com que ele fala dos negócios em que está envolvido, quase em tempo real (quando o normal é o total secretismo) e, por outro, observar a criatividade e o espírito de inovação que ele tem e que eu admiro já há bastantes anos - as novas ideias, as ideias em maturação, o processo de identificação do problema e todas as etapas subsequentes... está tudo lá. Eu acompanho!

Cool!

Constrói o teu próprio personagem South Park aqui!

Este é o meu anarco-punk anacrónico, em plena crise existencial decorrente da desaparição da anarquia enquanto ideologia respeitável e da transição dos anos 70/80 para o período em que gajos como os Green Day são considerados punks:


Como se pode ver, apesar de não saber uma palavra de alemão, a banda favorita dele são os Rammstein, pela pureza das letras.

O seu nome ninguém sabe ao certo... Há quem se aventure e clame aos quatro ventos que o verdadeiro nome dele é Adão de Jesus. No entanto ele, avesso a neo-classicismos e convicto da sua natureza, costuma conseguir persuadi-los a chamar-lhe simplesmente Jeremias! Nem que tenha que recorrer à ajuda do taco...

Efeito estar calado

Deve custar muito ao Cavaco saber que quanto mais estiver calado menos votos perde...

Conheço quem, já tendo votado PP, tenha mudado o sentido de voto do Cavaco para Soares só pelas duas aparições que ele fez.

Cavaco bem tem tentado nada dizer, mas será que consegue o suficiente para ganhar? Da minha parte espero que sim por motivos egoístas. É que ainda hoje sinto um profundo asco sempre que o ouço...

Eu quero ver

Este filme, ouviste?

quinta-feira, novembro 10, 2005

Por falar em racismo

Toda a gente que possa devia subsidiar a ciência com o kit de análise de ADN da National Geographic.

A ideia é mapear o ADN de pessoas de todos o mundo. O kit custa 100$ e tem-se direito a uma descrição: "You'll receive a personalized genetic analysis, including an online overview of your deep ancestral history. The analysis reveals where and when your haplogroup originated and how they lived. You'll also receive a dynamic map, specific to your lineage, on which to trace your relatives' journeys across the planet."

The Genographic Project.

Elevação

A exclusão social existe na europa, assim como o racismo. Em França há os dois assim como na Alemanha, na Inglaterra e em Portugal.

Os putos que andam em desacatos em França serão certamente vítimas de racismo e serão excluídos.

Mas, como sempre, a melhor forma de lutar contra as dificuldades que nos impõem na vida não é baixar os braços e esperar que uns carros partidos mudem o curso da vida. É com esforço provar a todos os outros que podemos ser tão bons ou melhores, que podemos fazer o mesmo ou mais pelo país que no fundo é a Terra que é de todos e de ninguém.

Já ficou o vinho, falta o fogo

Os fora da lei

Quando eu era ainda mais novo, sempre que os putos andavam a fazer merda pelos bairros fora tinham sempre se se pôr a pau com a polícia e com os vizinhos zelosos que cuidavam dos bens alheios. Se calhar, se demorassem 8 dias a mandar a polícia para os parar eles convencer-se-iam que conseguiam fazer uma revolução, ainda que não soubessem porquê, para quê ou por quem.

O fora da lei

Em altura de mudanças, também a nossa grafonola mudou de sítio. Espero que funcione bem porque senão a gente pensa em mais soluções.

Em jeito de complemento ao post do Jeremias aqui do sítio, fica em 'exibição' a música pela cultura de inconformismo.

A lista

A lista de blogs a queimar foi expurgada de projectos defuntos. Alguns projectos inertes mantêm-se lá, por enquanto, porque apesar da inactividade não estão assumidamente abandonados.

Entretanto, nos próximos dias, serão adicionados alguns projectos interessantes que fomos descobrindo.

Prémio Entrada Google de Novembro

Apesar de o mês ainda nem ir a meio, decreto entregue o Prémio Entrada Google de Novembro a quem cá entrou com esta pesquisa:

"como tirar nodoas"

Notável e imbatível!

Fica feito o desafio: a entrada mais escabrosa de cada mês que nós detectarmos, será colocada num post. Depois podem reclamá-lo como vosso e ficar associados à História do QnM (ou seja... não há prémios como os do sweet'n'sour porque não sabemos desenhar, mas oferecemo-vos o consolo moral de um lugar na História!).

quarta-feira, novembro 09, 2005

Música por uma Cultura de Inconformismo #3

Para hoje escolhemos uma espécie de hino anarquista, que tem o duplo mérito de ser, por um lado, uma alusão à grande questão da actualidade - a situação em França - e, por outro, uma desculpa como qualquer outra para pôr uma música do grande disco que é o No Tempo dos Assassinos, do Jorge Palma, a soar aqui no QnM! Aqui fica a letra:


JORGE PALMA
Jeremias, o Fora da Lei

Vou falar-vos dum curioso personagem: Jeremias, o fora-da-lei
Descendente por linha travessa do famigerado Zé do Telhado
Jeremias dedicou-se desde tenra idade ao fabrico da bomba caseira
Cuja eloquência sempre o deixou maravilhado

Para Jeremias nada se assemelha à magia da dinamite
A não ser talvez o rugir apaixonado das mais profundas entranhas da terra
E só quando as fachadas dos edifícios públicos explodirem numa gargalhada
Será realmente pública a lei que as leis encerram

Há quem veja em Jeremias apenas mais uma vítima da sociedade
Muito embora ele tenha a esse respeito uma opinião bem particular
É que enquanto um criminoso tem uma certa tendência natural para ser vitimado
Jeremias nunca encontrou razões para se culpar

Porque nunca foi a ambição, nem a vingança, que o levou a desprezar a lei
E jamais lhe passou pela cabeça tentar alterar a Constituição
Como um poeta ele desarranja o pesadelo para lá dos limites legais
Foragido por amor ao que é belo e por vocação

Jeremias gosta do guarda roupa negro e dos mitos do fora-da-lei
Gosta do calor da aguardente e de seguir remando contra a maré
Gosta da forma como os homens respeitáveis se engasgam quando falam dele
E da forma como as mulheres murmuram: fora-da-lei

Gosta de tesouros e mapas sobretudo daqueles que o tempo mais maltratou
Gosta de brincar com o destino e nem o próprio inferno o apavora
Não estando disposto a esperar que a humanidade venha alguma vez a ser melhor
Jeremias escolheu o seu lugar do lado de fora
Jeremias escolheu o seu lugar do lado de fora


P.S.: A música será disponibilizada no cantinho do costume, assim que for possível. Por enquanto fica só a letra e a reflexão, porque estamos com um pequeno problema logístico... Gratos pela vossa compreensão.

terça-feira, novembro 08, 2005

O Ódio


Nos últimos dias tem-se ouvido falar muito de um homem (Mathieu Kassovitz) e de um filme (O Ódio - La Haine).

Há 10 anos, em 1995, Mathieu Kassovitz imaginou e filmou uma espiral de violência despoletada por 3 jovens, com muita raiva acumulada e poucas perspectivas de futuro, que encontram uma arma de fogo imediatamente a seguir a um amigo deles ser espancado pela polícia.

Sounds familiar? Pois...

Aqui ficam o link do trailer do filme e do blog do realizador.

Post que eu gostava de ter escrito #10

Da saga Amores Imperfeitos, que tantas pérolas já nos deu:

Amores imperfeitos # 26

Sandro afirma convicto que a Intifada já chegou a França, Carina pelo sim pelo não deixou de comprar frango e bifes de peru.

segunda-feira, novembro 07, 2005

Guiné

O tema tem passado um bocado ao lado do nosso espaço informativo, mas, há pouco menos de duas semanas, Nino Vieira, recentemente eleito Presidente da Guiné Bissau (surpreendentemente, diria eu que devo ser muito ingénuo, dado que é o mesmo país de onde teve de fugir por ser um ditador corrupto... ah! é verdade! nós demos-lhe abrigo e ele ficou luxuosamente exilado por cá), tomou logo a abrir a decisão de demitir o Governo, numa espécie de golpe de Estado patrocinado pelo Presidente, justificado pela "crispação das relações entre os órgãos de soberania".

Muito sinceramente, não sei se o anterior Governo era bom ou mau, se o próximo é melhor ou pior, etc.. Só sei que a situação merece ser acompanhada com maior atenção.

Para isso, sugiro a consulta diária do Africanidades, onde o Jorge Neto tem feito um excelente acompanhamento in loco da situação.

Paris

Para uma melhor compreensão do lamentável cenário de filme pós-apocalíptico em que se transformou Paris nas últimas noites, recomendo a leitura de um texto do André Belo, publicado via A Praia:

Explicar não é justificar. Explicar é tentar perceber por que razão as coisas acontecem. Sem se perceber por que razão as coisas acontecem, não se pode lutar contra o que há de mau no que acontece.

sexta-feira, novembro 04, 2005

Para o fim de semana

Frio, lareira e Vinha da Defesa. Com tempo talvez umas sementes.

Metáfora do Brasil


Seu Jorge leva todo o Brasil dentro – na voz, no coração, no estômago, nas entranhas.

Um concerto de Seu Jorge, longe de ser um motivo para grandes deleites musicais, é uma viagem intensa aos vários Brasis que existem no Brasil: o Brasil da sensualidade e da alegria do samba, com vários bons momentos, que tornam boa parte do concerto numa grande festa; o Brasil da corrupção, interpretado de forma delirante e raivosa em Chatterton; o Brasil dos abissais desequilíbrios sociais, recitado, proclamado e explicado na primeira pessoa em Eu Sou Favela.

Ontem o concerto começou por ser uma grande festa logo desde o primeiro segundo. A alegria dominava o ambiente, toda a gente se abanava nas cadeiras e muita gente dançava já de pé, nos vários corredores da Aula Magna.

Os músicos de Seu Jorge, tal como ele, não são brilhantes, não são tecnicistas, não são grandes músicos... mas, também como ele, são honestos e genuínos – são músicos de rua, da favela, que têm muita história para contar, muito sentimento para partilhar e que se entregam ao momento dando tudo o que têm para dar.

E é de entrega e de genuína vontade de cantar, dançar, contar histórias e partilhar sentimentos que se faz a festa que é o espectáculo de Seu Jorge.

Mas faz-se também, e sobretudo, de sofrimento e de lágrimas.

Pelo que me contaram, Seu Jorge viveu na rua muitos anos – creio que entre 1989 e 1996.

Hoje Seu Jorge é famoso e vive bem – podia simplesmente disfrutar o momento, cantar os seus sambas e rentabilizar os seus minutos de fama. Mas não – optou por não ignorar o seu passado e por dedicar o tempo de antena que a fama lhe proporcionou para mostrar também a cara feia do Brasil e procurar que fique menos feia no futuro.

Ontem, ao terminar de recitar Eu Sou Favela, Seu Jorge levantou-se e contou como ele e os seus músicos são favela também. Como lá cresceram, como lutaram para matar a fome e para evitar a marginalidade e a delinquência e como essa luta continua a ser travada, ganha e perdida todos os dias no Brasil do século XXI.

E, com o seu exemplo, desafiou todos a procurar a resposta à pergunta que inquieta o Brasil e, no fundo, todos os outros países, na actualidade: como resolver a questão da pobreza e todas as suas causas, os seus sintomas e as suas consequências (o desemprego, a fome, a estigmatização, a delinquência, a marginalidade, etc.).

À medida que se intensificava a ovação, com que o público quis retribuir o momento de partilha que foi o Eu Sou Favela, todo o passado de Seu Jorge deve ter voltado à sua cabeça – a pequena lágrima que apareceu no olho de Seu Jorge no final da sua intervenção cresceu e transformou-se num choro convulsivo que o fez sair de palco e voltar apenas vários minutos depois.

Voltou e, em versão one-man-show, percorreu algumas músicas mais intimistas, ainda com as lágrimas nos olhos e com a raiva, que lhe fazia tremer a voz, no peito.

É verdade que o concerto teve também alguns momentos dispensáveis, a recordar que está formatado para outros palcos, onde ninguém entende o que ele diz, mas onde acham graça à excentricidade e aos ritmos brasileiros... Mas isso interessa muito pouco face à intensidade de tudo o resto...

O que fica é um concerto marcante, que felizmente não perdi, e a ideia de que Seu Jorge é afinal mais ainda que o Mané Galinha.

Seu Jorge é o Brasil.

quinta-feira, novembro 03, 2005

4 horas

O processo foi longo, cheio de avanços e retrocessos, mas concluiu-se de forma favorável: a 4 longas horas da hora da verdade, tenho finalmente os bilhetes na mão (ou quase... quem os tem é o meu irmão)!

estaremos para a festa!

Em dia de chuva...

... nada melhor que recordar o Verão. Sobretudo para alguém, como eu, que passa o Verão todo a ansiar pelo Outono e a recordar como este é agradavelmente fresco... Não gosto é da chuva! (Com perdão dos agricultores e das Águas de Portugal. Passo a corrigir: gosto muito da chuva, mas gostava que chovesse, essencialmente, onde precisamos mesmo dela)

Foi isto que desencadeou o processo mental que me levou a, finalmente, pôr no FotoBlog QnM algumas fotos que dão uma ideia do que foi o meu périplo pela Itália e pela Croácia este Verão.

Muito rapidamente, as principais impressões desta viagem foram:

Bologna - a cidade mais vivível onde estive nos últimos anos (desde Valladolid que não tinha voltado a sentir tão nitidamente o "eu podia viver aqui", ou o "aqui vou ser feliz", que nos últimos tempos se tornou mais popular).

Dubrovnik - é uma cidade lindíssima, cuja visita recomendo vivamente, mas que sofre de excesso de turistas, com tudo o que isso acarreta (preços altos e ruas over-crowded). Ainda assim, é obrigatório visitá-la!

Hvar - ilha próxima de Split, com uma vida muito animada e interessante, onde se come muito bem e onde se descansa melhor ainda. Parece-me um excelente destino de relax e praia, para intervalar uns dias de turismo urbano mais intenso pelo resto do país, numa cidade muito bem cuidada em termos de património cultural.

Trieste - a mim pareceu-me uma pequena Lisboa. Organizada entre o mar e as colinas, com uma grande praça aberta para o mar, ruas comerciais à volta... Tudo very familiar. Interessantíssimo o conflito litoral/interior, em apenas alguns km de terra: no litoral, a população é claramente urbana, italiana e de direita; no interior, ou seja, no topo da montanha, as comunidades da minoranza falam esloveno, são bastante rurais e fechadas sobre si próprias e são marcadamente de esquerda, pró-Tito. É a herança cultural de um território que é como um pequeno braço de terra italiana dentro do território esloveno e que já chegou quase até meio da Croácia.

Foi uma boa viagem. Recordá-la faz-me pensar que não sei nem onde, nem quando, vão ser as próximas férias à séria... Não sei se deprimir-me por, aparentemente, estarem ainda tão longe, ou se alegrar-me por poder voltar a começar o processo de planeamento da viagem.

Acho que opto pela segunda: para mim viajar é um prazer que não se esgota em si mesmo, mas antes algo que começa quando nos pomos a pensar nas hipóteses de destino e que só acaba já bem depois de voltarmos, quando acabamos de entender e deglutir tudo aquilo por que passámos.

Comecemos, então!

Argentina?... Chile?...
Ásia?...
Voltar a ir Europa fora?...
...
...

Final alternativo by k., que aperfeiçoa o original e que eu subscrevo:

para mim viajar é um prazer que não se esgota em si mesmo, mas antes algo que começa quando nos pomos a pensar nas hipóteses de destino e que não acaba nunca, porque nunca acabamos de entender e deglutir por completo tudo aquilo pelo que passámos.

E é talvez por isso que é tão bom: Porque perdura.

É mas é maluco

Anda um gajo por fora uma semana a comer lama em BTT e a planear a horta para ter lá na aldeia e este gajo quer logo vender o tasco... É mas é maluco! Logo agora que a PT anunciou que vai passar a haver banda larga até no meio dos calhaus...

Espero é que no próximo Outono estas fotografias possam ser postadas in loco.