quinta-feira, setembro 30, 2004

Como aqui não se fala muito disto decidi chapar a notícia inteira...

Las nuevas familias // LA REFORMA DEL CÓDIGO CIVIL

Más de 100.000 parejas esperan las bodas gays

• El Gobierno dará vía libre mañana al proyecto que permitirá a los homosexuales adoptar niños
• El PP reconoce ahora las uniones pero, como la Iglesia, rechaza equipararlas a los matrimonios

ANTONIO M. YAGÜE
MADRID

Más de 100.000 parejas del mismo sexo, según los colectivos gays, esperan como agua de mayo la modificación del Código Civil para casarse con los mismos derechos que los heterosexuales y formar un tipo de familia que hasta ahora les estaba vedado. Con este objetivo, el Consejo de Ministros dará mañana luz verde al anteproyecto de ley que, según el titular de Justicia, Fernando López Aguilar, hará posible que las primeras bodas gays se celebren a principios del 2005.El anteproyecto, que a finales de octubre entrará para su debate en el Congreso de los Diputados, será uno de los más cortos que han pasado por la mesa del Gabinete. Se limita a modificar tres artículos del Código Civil en la parte en la que trata el matrimonio (el 44, 66 y 67) y que hacen referencia expresa al "hombre y la mujer" o al "marido y la mujer". Serán sustituidos por otros términos como "personas" y "cónyuges" para incluir a las parejas del mismo sexo.

MÁS DE 100 DERECHOS
Pero a pesar de que estas modificaciones "no pueden ser menores", según fuentes de Justicia, tendrá amplias consecuencias jurídicas. Permitirán a los matrimonios de gays y lesbianas beneficiarse de más de un centenar de derechos que hasta ahora eran exclusivos de los 8,9 millones de matrimonios heterosexuales. Entre ellos, el derecho a adoptar niños, "como consecuencia de la normalización de la convivencia", recordó ayer López Aguilar.El cambio legal convertirá a España en el tercer país del mundo que acepta los matrimonios entre parejas del mismo sexo, después de que lo hiciera Holanda en el año 2000 y Bélgica en el 2003. "Ya era hora de que seamos pioneros en algo. Siempre vamos los últimos en todo", comentó Miguel Ángel Sánchez, presidente de la Fundación Triángulo.El presidente de esta ONG, que lucha por la igualdad social de gays y lesbianas, considera que el número de bodas podría llegar a 200.000 en los próximos tres años. "Si hubiera una ley de parejas de hecho, muchos optarían por no casarse, pero al no haberla es lógico que se produzca un boom de matrimonios gays", vaticinó Sánchez.

HITO HISTÓRICO
Para los homosexuales la reforma supone un hito histórico para acabar con la homofobia y adquirir igualdad de derechos. "A pesar de la presión de la jerarquía católica, seremos el tercer país del planeta en autorizar el matrimonio gay", valoró Beatriz Gimeno, presidenta de la Federación Estatal de Lesbianas, Gays, Transexuales y Bisexuales (FELGT).La FELGT, que agrupa a 35 asociaciones, ha citado a su consejo federal el sábado para fijar una estrategia de movilización ante las acciones emprendidas por los obispos. En un ambiente más festivo y en apoyo a la política del Gobierno ha convocado una concentración matinal para el viernes en Chueca, el barrio homosexual de Madrid.

ACERCAMIENTO DEL PP
En vísperas de su congreso nacional, el PP hizo ayer un acercamiento a los homosexuales. En una alternativa que calificó de "centrada" y "moderada", el partido que lidera Mariano Rajoy propuso reconocer a las uniones de gays y lesbianas los mismos derechos del matrimonio, pero rechazando las bodas homosexuales y el derecho a la adopción.Con esta postura, frente a la "radical" del Gobierno, como la calificó el portavoz popular, Eduardo Zaplana, el PP no se desmarca ni un ápice de la Iglesia católica, que ha expresado su opinión en contra del matrimonio entre personas del mismo sexo, aunque sí a favor de la regulación legal de estas parejas.

DESCALIFICACIONES
"Esta iniciativa revela la hipocresía política de un Gobierno que se ha caracterizado en los últimos ocho años por su homofobia", denunció Beatriz Gimeno.El diputado del PSOE Jordi Pedret aseguró que la propuesta del PP se basa en un concepto "confesional y antiguo" y persigue evitar el matrimonio entre homosexuales. "Somos radicales porque vamos a las raíz de los derechos y absolutamente radicales en defensa de la libertad de las personas", replicó Pedret al portavoz popular.

PS: por respeito aos direitos de autor refiro que esta é uma notícia publicada na página 39 da edição de 30 de Setembro de 2004 do El Periódico acessível AQUI.

Vindimas no Douro

No passado fim-de-semana fui para o Douro, uma das regiões mais bonitas do país, vindimar. Para um jovem urbanita como eu foi uma grande emoção. Ainda trago os cantos dos pés ligeiramente roxos de sovar (pisar) as uvas.

O trabalho agrícola vai-se transformando numa actividade turística na Quinta de Santa Eufêmia (Lamego) e os forasteiros (como eu mais alguns noruegueses, suíços e franciús) ficam entusiasmados com tudo, mesmo com aquela parte em que se come a sopa e o rancho numa gamela de folha de metal com uma colher. Aliás, até há quem pague para isso!!!

O resultado de tanto esforço é um óptimo Vinho do Porto que por lá se produz e que é o único que se bebe em minha casa.

Por fim fica um artigo que o Libération publicou dobre o Douro na edição do passado Sábado. Aqui e aqui (ainda haveis todos de aprender a falar francês).

Esqueceram-se de levantar o sigilo...

... E para além do Louçã e do Zé Guilherme só apareci eu mais o meu compincha JTF na festa do sigilo.

Nota: Mais info sobre a festa do sigilo aqui.

quarta-feira, setembro 29, 2004

Castigo de Deus

Será que a minha chefe anda a ler o http://queimadonomomento.blogspot.com ?

É porque acabou de me ligar a cravar-me para estar no Porto na Sexta-feira às 11 da matina...

E na Quarta parece que tembém vou ter de estar por lá...

EU NÃO DISSE QUE QUERIA IR MORAR PARA O PORTO.

A força do mercado

Se não os podes vencer... lucra com eles.

A "homotolerância" ou "homoaceitação" (grandes neologismos) têm vindo a ganhar espaço devido, em parte... ao mercado. Os homossexuais são consumidores com algum peso e as empresas não parecem dispostas a deixá-los fugir para a concorrência.

O "nicho de mercado" deve ser importante porque foi ontem apresentado em França um canal de TV temático.

Toda a notícia em

Pink TV ne veut pas se limiter aux seuls homosexuels

O fim das marcas?

O Le Monde traz uma notícia bem interessante sobre os novos hábitos de conumo dos europeus, nomeadamente sobre a forma como encaram as marcas (nos supermercados).

Vivement concurrencées en Europe par les marques de distributeurs, dont la qualité s'est nettement améliorée pour un prix bien moindre, les géants de la grande consommation voient leurs résultats flancher et s'épuisent dans des dépenses d'innovation et de publicité qui portent de moins en moins leurs fruits.

A notícia completa aqui

A bandalheira que é Lisboa

Tem-me acontecido uma coisa estranha sempre que volto do Porto para Lisboa: não tenho muita vontade de regressar. Uma das razões prende-se com os 300 e poucos Km de auto-estrada. Será que não se pode encurtar a distância? A outra está relacionada com a bandalheira que Lisboa é: as ruas são sujas; os cafés são pirosos; as pastelarias um nojo; os passeios estão todos borrados; os passeios estão cheios de carros; os passeios estão todos destruídos e mal-tratados; os jardins são amontoados de ervas; as ruas são demasiado esburacadas; as caixas de saneamento vão-se tornando crateras à medida que se vão fazendo sucessivos asfaltamentos; os carris dos eléctricos continuam lá passados 20 anos; destroem-se prédios bonitos para construir edifícios pirosos como só um arquitecto de Lisboa podia desenhar (enquanto que na região do Porto se tem vindo a construir uma cidade esteticamente atraente); em resumo, o espaço público, em geral, mete nojo, mesmo nas áreas nobres (o Chiado e a Baixa até dão pena).

O que terá levado a que a capital seja uma das cidades mais abandalhadas do país?

Tenho desabafado.

terça-feira, setembro 28, 2004

Previsões



Dizia a RAND Corporation em 1954 que em 2004 os computadores pessoais seriam assim. Além de grandes, feios e inúteis, parece que seriam muito caros e que para os fazer precisavam de tecnologia que em 1954 ainda não existia! Ou seja, tratava-se realmente de um exercício de ficção científica. Acrescentavam ainda que a linguagem utilizada seria o Fortran, pelo que seriam bastante simples de utilizar.

Será que a malta dos concursos dos professores tem PC's destes? Ou que usaram software da RAND Corporation?...

Será que as previsões dos Ministérios das Finanças e dos Assuntos Económicos têm o mesmo grau de fiabilidade?

É por estas e por outras que eu sou um gajo optimista e com fé na humanidade e no futuro!

Como diziam os Monty Python

"Always look on the bright side of life"

sexta-feira, setembro 24, 2004

DESGRAÇA - Tribunal Decide Hoje a Falência de "A Vianense"

Na Avianense faziam-se Imperadores; na Avianense criavam-se fantasias de Natal; na Avianense dava-se forma a coelhinhos da Páscoa; na Avianense eram produzidas as deliciosas tabletes de chocolate para culinária 10R. Nas redondezas da Avianense cheirava sempre a chocolate...

Por anos e anos de má gestão (herdeiros e partilhas, um caso clássico) a Avianense faliu. Uma situação para a qual o Direito ainda não tem resposta.

Já tenho saudades da senhora mal encarada que vendia na loja da fábrica na Rua do Gontim.

A notícia completa aqui

PS: Eu que ainda não recuperei do encerramento da Pastelaria Vianense, sem dúvida a melhor pastelaria do MUNDO.

quinta-feira, setembro 23, 2004

Cóltura à moda do Porto

São recorrentes as críticas à política (?) cóltural da Câmara do Porto e aos métodos de gestão persecutórios do Rui Rio. Hoje, na secção Cultura do Público, falam sobre o assunto o Pedro Burmester e o Abrunhosa. Os meninos de Lisboa vão de certeza achar que são assuntos "locais" mas não podia deixar de os ter aqui.

Ficam as ligações.

Couto dos Santos "É Uma Escolha de Fachada" para a Casa da Música

Alves Monteiro Considera "Natural" Nova Auditoria da Inspeção-Geral das Finanças

Pedro Abrunhosa Desconvidado da Abertura da Casa da Música

Dona Celeste recompensada

Estou sem tempo para escrever por isso deixo ficar a notícia da Dona Celeste precedida de uma série de palavras-chave (falta o código JEL mas isso é para outro dia)

Palavras-chave: Tacho, redução de funcionários públicos, défice, contenção da despesa, transparência, Casa Pia, girls, peso do Estado na economia, reforma milionária, também quero!

Cardona integra conselho de administração da CGD
23-09-2004 11:52

Ex-ministra da Justiça vai integrar conselho de administração da Caixa, em Outubro A ex-ministra da Justiça, Celeste Cardona, vai integrar a partir de 01 de Outubro o conselho de administração da Caixa Geral de Depósitos (CGD), divulgou hoje uma nota do Ministério das Finanças. A mesma nota refere que António Maldonado Gonelha, actual administrador do banco, e João Freixa, até à data presidente da Euronext Lisboa, assumem a vice-presidência da CGD. O conselho de administração do banco público, presidido desde a semana passada por Vítor Martins (em substituição de António de Sousa e Luís Mira Amaral), passa a incluir, além de João Freixa e Celeste Cardona, dois novos membros. São eles o antigo secretário de Estado do Orçamento e actual quadro do Banco de Portugal, Norberto Rosa, e Gracinda Raposo, até à data quadro superior da Caixa. Os restantes membros, Luís Alves Monteiro, António Manuel Vila Cova, Carlos Silva Costa, José Joaquim Ramalho e Vítor Manuel Fernandes, mantêm-se em funções.

Em Portugal Diário

Sigilo Bancário - Reunião

Chegou-me isto à caixa do correio.

Viva

Escrevo-te para divulgar uma iniciativa legislativa popular que irá ser lançada nos próximos meses em torno de uma proposta de redução do sigilo bancário.

A comissão promotora ainda está em fase de definição mas contará de certeza com o Ferreira do Amaral, o Francisco Louçã e em princípio o Saldanha Sanches e mais alguns(mas).

Esta 4ª-Feira (29) irá realizar-se uma reunião no ISEG (a partir das 18h30m, na sala 001 das Francesinhas 1) com economistas e estudantes de economia para discutir os contornos da iniciativa, a sessão pública de apresentação e formas de dinamização da recolha de assinaturas.

Na reunião estarão presentes em princípio o Ferreira do Amaral e o Louçã. Aparece e divulga esta iniciativa.


Está divulgado! Farei por aparecer.

quarta-feira, setembro 22, 2004

Comissão Europeia lança alerta de ultrapassagem de défice a Ministério da Educação...

... por se estimar que o défice de credibilidade em 2004 ultrapassará, e em muito, o limite de 3% estabelecido pelos países da zona "furo" no Tratado de Maistriste. Também se calcula que a "dúvida" pública ultrapasse o limite acordado, que é de 60%.
A inflação de novos professores tem sido elevada devido ao elevado consumo das famílias, sobretudo na rubrica "cursos ministrados pelos diversos institutos politécnicos espalhados pelo país e pelo Piaget".
Apesar do elevado consumo das famílias, o nível de actividade educativa continua em retracção pelo nono trimestre consecutivo já que o investimento público tem sido limitado e o privado se dedica a negócios pouco ligados à educação (como o tráfico de armas na Moderna). Recorde-se que Portugal apresenta o mais elevado PIB (Parolos, ignorantes e burros) per capita da Europa.

A Pregadeira

O Santana Besuntado Lopes, a.k.a. Primeiro Ministro de Portugal, vai hoje condecorar Frank C.I.A. Carlyle Carlucci com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique, por serviços relevantes a Portugal, no país e no estrangeiro!

Ou seja, vamos condecorar um gajo que, se na altura o Símio W. fosse Presidente dos E.U.A., teria feito uma de duas coisas:

1. Sustentado o regime de Salazar desde que continuasse a guerra nas colónias e continuássemos a comprar-lhes armas;

2. Bombardeado Portugal preventivamente, de forma a restaurar a democracia no país.

Daqui retiro uma conclusão: tenho que reequacionar aquela história de tentar mudar de nacionalidade...

P.S. Fica a esperança de que quando o Besuntado lhe for espetar com a pregadeira na peitaça, tropece e lhe faça um rasgãozinho!...


segunda-feira, setembro 20, 2004

O Buraco

Passaram apenas alguns meses desde que o novo Executivo tomou posse, mas o efeito Santana já se começa a fazer sentir - depois do buraco das Amoreiras, fotografias aéreas revelam o aparecimento de um novo buraco, maior e mais profundo, ao lado do aeroporto de Lisboa.


Fontes da Protecção Civil adiantaram-nos que conseguiram já apurar que o buraco não surgiu por causas naturais, mas que está sim intimamente ligado à performance do actual Executivo - segundo nos confidenciaram, o diâmetro e a profundidade do buraco aumentam cerca de 50 centímetros de cada vez que o nosso Primeiro inventa medidas a executar pelo Governo em entrevistas à TV, sem que nenhum outro membro da equipa governativa as conheça.

As mesmas fontes revelaram que o buraco já foi baptizado como "O Buraco para Onde nos Levam" e que "caso não calem o homem, Salamanca e Cáceres poderão vir a ter praia já no próximo Verão".

Antecipando essa possibilidade, as autoridades de Castilla y León e da Extremadura espanhola anunciaram estar já a preparar a candidatura à organização conjunta dos Summer Games 2006.

Conseguimos ainda saber que, na eventualidade de não conseguirem assegurar este evento, estas regiões têm já gizado um plano B para rentabilizar o estranho fenómeno - chama-se "Santanettolândia - Recuerdos de Portugal" e será o primeiro parque temático subaquático da Península Ibérica.

Em paralelo, vai arrancar já a urbanização do deserto de Almería, onde se rodaram famosos western no século passado, para acolher as populações portuguesas afectadas pela desgraça.

P.S. Antes que perguntem, este post é obviamente um exercício de ficção e a foto foi gamada aqui.

Verdade ou conspiração?

O Luís Nazaré conta no causa-nossa uma interessante versão da história da trapalhada na colocação dos professores.

Basta clicar aqui.

Parece que é hoje!

Ao que parece, o Ministério da Educação confirma que as listas de professores são publicadas hoje. No entanto, não arrisca adiantar uma hora concreta...

Eu aposto nas 23h47m! Cumpriam o prazo com uma margem de mais de 10 minutos!

Sou só eu, ou isto é um bocado ridículo?

Parece quando a malta deixava o trabalho de grupo que era suposto fazer em 6 meses para os últimos 3 dias... depois, claro, tinha que ir o elemento de quem o professor mais gostava a correr para a aula para explicar ao professor que o resto do grupo estava a encadernar o trabalho e que ainda demorava um bocadinho, ou mesmo que estavam em casa a tentar recuperar o trabalho, porque o disco rígido tinha ido ao ar!...

Como a minha mãe e o meu pai sempre me disseram, vale mais assumir o erro de cabeça levantada, que andar a fugir dele e a inventar desculpas sem conseguir olhar ninguém nos olhos!

Este Governo é patético e anti-pedagógico!...

sexta-feira, setembro 17, 2004

As Caras de Bagão na RTP

O Robin dos Bosques dos tempos modernos, que rouba aos remediados (os que pagam impostos) para dar aos ricos (os que não pagam impostos), demonstrou ontem na RTP as seguintes faces:

Cara de «o chato de ser Ministro é que tenho que vir para aqui dizer coisas em que nem eu acredito». Esta cara é identificável pelo sorriso comprometido e viu-se quando:
  • Afirmou que a anterior Ministra tinha feito o que devia;
  • Respondeu à pergunta "acredita mesmo que vai cumprir o objectivo do défice em 2005?" com "tenho alguma esperança";
  • Disse que apesar de não estar obcecado com o défice ia manter o rigor, apesar de virem aí 3 eleições em pouco mais de 1 ano;
  • Explicou que o princípio do utilizador-pagador era gerador de mais justiça social.

Cara de «ainda me vou lixar por andar para aqui a dizer estas merdas. Se tivesse tido coragem quando era mais novo tinha sido trotskysta. Ai o que eu disse... Deus me perdoe e guarde!». Esta cara é caracterizada pelo ar de esquilo assustado e pelo rodar constante dos olhos numa clara postura de «eles andem aí». Foi vista quando:

  • Afirmou que os bancos deviam pagar mais IRS;
  • Criticou os off-shores;
  • Se manifestou contra o sigilo bancário;
  • Se indignou contra a reforma do Mira Amaral.

Cara do costume, quando enveredou por pormenores técnicos ou se entusiasmou com a Família!

A conclusão é óbvia: o homem parecia muito mais convencido do que dizia nas Assembleias Gerais do Benfica!

Milésimo Freguês

Ontem, às 23h58, depois de 3 meses e 7 dias no ar atingimos o milésimo freguês! Isto na mesma semana em que entrámos para a lista de links do Jumento e em que volto a jantar com as mesmas pessoas com que jantei na noite em que decidi avançar para a criação deste blog (desde essa noite que não nos juntamos todos)!

Como diz essa grande pensadora dos tempos modernos - :o)) -, "Não Há Coincidências"!

Ah! O milésimo freguês que se acuse, por favor, que a gerência oferece um leite creme acabadinho de queimar!

quinta-feira, setembro 16, 2004

A Abertura do Ano Lectivo

Se bem percebi, a coisa é mais ou menos assim:

1. O ano lectivo abre oficialmente hoje;
2. As listas de professores saem na próxima segunda-feira;
3. As aulas começam entre hoje e dia 23.

Perfeito!

Só tenho uma dúvida: o que é que abriu hoje, que eu não percebi?...

P.S. Citação de visionário, ou como sacudir a água do capote em momentos de aflição: «No limite, cabe às próprias escolas escolher o dia de abertura das aulas» e haverá sempre «situações individuais» de estabelecimentos de ensino que só começarão a funcionar depois de 23 de Setembro (Morais Sarmento), que é como quem diz: Eu?! Eu não tenho nada a ver com essa mer**!...

8º Festival de Cinema Gay e Lésbico de Lisboa

Começa hoje o 8º Festival de Cinema Gay e Lésbico de Lisboa apesar dos esforços da actual equipa da Câmara Municipal de Lisboa para acabar com ele... Aliás, como se pode ver, em vez do tradicional espaço, o Fórum Lisboa, os filmes vão ser projectados no Quarteto. Extensões na Cinemateca e na Fnac Colombo.

Costuma haver alguns filmes bons e outros que nem por isso mas é uma possibilidade de contactar com uma cinematografia menos "mainstream". Não, não são filmes porno de gajos e gajas montados uns nos outros: muitas vezes os temas estão mais relacionados com a questão da "discriminação", seja ela qual for, e a temática homossexual nem é tratada. Este ano vai também falar-se de "Novos comportamentos sexuais, a educação e a prevenção”

Há uma convidada especial nesta edição: o festival homenageia a Antonia San Juan, a Agrado do Todo sobre mi madre.

A não perder, de 16 a 25 de Setembro. O programa está em http://www.lisbonfilmfest.org/

Como a proximidade geográfica pode não querer dizer nada...

Le parlement marocain a adopté en janvier 2004 (APENAS!!!) une réforme du code de la famille, consacrant l'égalité entre les hommes et les femmes. Désormais, la femme marocaine peut choisir librement son époux, établir des contrats de partage des biens acquis durant le mariage, demander le divorce sans perdre la garde des enfants et le domicile conjugal. La polygamie est rendue quasi impossible. Cette réforme met fin à une situation où les femmes étaient considérées comme des mineures : elles pouvaient être répudiées, ne pouvaient épouser un homme sans la caution d'un tuteur (père ou frère). Ces avancées ont pourtant du mal à s'appliquer en France, pour les quelque 384 000 Marocaines y résidant.

Artigo completo aqui.

Coisas de economia - Estratégia e centros de decisão

O governo francês é um dos que na Europa tem maior tradição de intervenção na esfera económica. Portugal também. Aliás, parece-me que todos têm. Mas enquanto uns intervêm seguindo uma estratégia, outros nem por isso. Deixo-vos ficar o editorial do Le Monde de hoje sobre "A lição da Renault".

La leçon de Renault

L'éditorial du Monde
LE MONDE 15.09.04 13h11

En ces temps de craintes pour l'emploi et de franco-pessimisme, il est des bonnes nouvelles. Après PSA Peugeot Citroën, qui a annoncé son intention d'embaucher 7 000 personnes en France en 2004, Renault vient de lancer une campagne pour recruter 10 000 salariés dont 5 000 en France, l'an prochain. Précision réjouissante au moment où le chômage frappe particulièrement les jeunes : le constructeur recherche 75 % de juniors ayant moins de trois ans d'expérience en leur promettant un CDI (contrat à durée indéterminée) et une formation tout au long de leur carrière.
Sans doute notera-t-on que les effectifs totaux en France de Renault ont régressé légèrement depuis trois ans et que le groupe était obligé d'embaucher pour faire face à de futurs départs massifs puisque 40 % de ses ouvriers et agents de maîtrise ont plus de 50 ans. Mais rien ne l'obligeait à embaucher autant en France. En fait, PSA et Renault préservent l'Hexagone comme siège central de conception, de recherche et de design tandis que leur internationalisation réussie les amène à produire les voitures sur toute la planète. Cette répartition permet de spécialiser la France dans les emplois des plus hautes qualifications, les moins délocalisables.

Si l'on cherche une industrie d'avenir pour le pays : la voilà. Alors que les deux constructeurs français traversaient de telles difficultés il y a vingt ans que leur existence même était remise en question, PSA et Renault ont su gérer la formidable mutation que cette industrie a connue en "réinventant" les voitures, les usines, les laboratoires. Aujourd'hui, les condamnés d'hier roulent devant. A l'inverse, Fiat a frôlé l'abîme, Volkswagen souffre et les Américains sont alourdis par l'archaïsme de leur management et une dette considérable. Les deux Français comptent, eux, parmi les meilleurs, avec les groupes japonais dont le remarquable renouveau éclaire le futur du Japon : Toyota, Honda et Nissan, qui doit son redressement à son actionnaire Renault.

Les recettes du succès français dans l'automobile méritent d'être méditées. Elles mêlent la stabilité du capital et la mobilité du travail. La stabilité de l'actionnariat (la famille Peugeot d'un côté et l'Etat français de l'autre) a permis aux directions de miser sur l'avenir et d'investir à long terme tandis que d'autres ont été soumises à la dictature du rendement financier. Les groupes ont su aussi ne pas disperser leurs forces dans des diversifications hors de l'automobile. Le mouvement c'est celui, nécessaire, de l'évolution rapide des process industriels, des effectifs, des usines.

Cette révolution ne s'est pas faite sans mal – on se souvient de la fermeture de Vilvorde –, mais, précisément, cette adaptation à marche forcée paie aujourd'hui : l'automobile française a été sauvée, du moins jusqu'ici. Peugeot et Renault ont démontré que, dans un monde qui accélère, la France ne peut sauvegarder ses emplois que dans le mouvement.

• ARTICLE PARU DANS L'EDITION DU 16.09.04

Estado = Família?

Meus caros amigos economistas,

E que tal ajudarem-me a recolher uma série de argumentos capazes de demonstrar ao padreco reaccionário que o orçamento de uma família e o orçamento de (um) Estado não são comparáveis?

Eu tenho um para começar, ainda que num registo diferente daquele que pretendo: o meu orçamento familiar não chega nem perto dos 15 mil milhões de contos que ele tem para gerir...

E que tal radares na A5?

Todos os dias apanho a A5 para vir trabalhar. Em média, vejo dois ou três acidentes por semana. Segundo a polícia a média é de 30 acidentes por DIA. O dia só tem 24 horas e a A5 25 ou 30 Km!!! Nem é preciso fazer contas para ficar alarmado com os números.

Os acidentes são sempre nos mesmos sítios (locais com forte inclinação, algumas entradas e saídas), o(s) motivo(s) imagino que também: excesso de velocidade. Faça sol ou faça chuva, seja subida ou descida, esteja a estrada cheia ou vazia há sempre idiotas que lá vão passando a 150. Já quase apanhei com um deles em cima. Por que não reduzir o limite de velocidade em alguns troços daA5 e instalar radares?

O défice do orçamento de Estado agradece. E eu estou farto de chegar atrasado ao emprego. Mas, sobretudo, quero continuar a chegar inteiro...

quarta-feira, setembro 15, 2004

O Zé do Telhado não é o Zorro!

Por isso agradeço que tires a máscara e te denuncies.

Manda-me uma mensagem porque eu pensava que eras um conhecid@ do JTF e ele pensava o contrário. Assim fica difícil de entender os comentários...

terça-feira, setembro 14, 2004

Pucela

De regresso a Valladolid, na Feria de Dia, com o Resistente, a Mesazul e muitos amigos mais, além da saudade e da nostalgia, voltou a curiosidade acerca do nome alternativo pelo qual a cidade é conhecida: Pucela!

Já quando lá vivi perguntei a todos os «indígenas» que conheci e ninguém sabia de onde veio o nome...

Assaltado pela dúvida recorri desta vez à Internet e 4 respostas me surgiram:
  1. Que no tempo dos romanos a cidade se chamou Pucela Augusta;
  2. Que procede do árabe e que significa cruzamento de caminhos;
  3. Que uns cavaleiros vallisoletanos, no século XV, foram para França lutar ao lado de Joana D'Arc, a Donzela de Orleans. Como donzela, em castelhano antigo se dizia Pucela, quando estes regressaram à sua cidade ficaram conhecidos como os Pucelanos e daí o nome;
  4. Segundo Celso Amuiña, professor da Universidade de Valladolid, tem que ver com o facto de a cidade estar construida na convergência dos rios Esgueva, Pisuerga, Douro e do Canal de Castilla, o que significa que está numa poça. De poça (poza, em castelhano) derivaria Pucela.
Ou seja, fiquei na mesma! Em 3 resultados da pesquisa, 4 teorias! Aparentemente, a 2 e a 4, de alguma maneira, são convergentes, mas...

Enfim! A dúvida subsiste e a investigação continua. Se alguém tiver teorias a acrescentar, ou souber a resposta, não se faça rogado!

Até lá: AUPA PUCELA!

O Zandinga voltou!

sexta-feira, setembro 10, 2004

Mas afinal...

Mas afinal é assim tão simples?

O JN traz uma entrevista com o Director do Serviço de Obstetrícia do Hospital de São João sobre aquele medicamento cujo nome não se pode pronunciar (eu obviamente limito-me a transcrever a entrevista, declino desde já qualquer responsabilidade criminal no assunto).

Mais uma vez, quem tem acesso privilegiado a médicos tem a vida facilitada. Mas é assim que as coisas funcionam na terra da hipocrisia. O pessoal do centro de saúde é que se lixa...

Vou ali papar uma hóstia (Do latim hostia «vítima») e já venho. Espero que não tenha efeitos secundários.


"Pílula abortiva é mais usada do que se pensa"
Nuno Montenegro
Dir. Serv. Obstetrícia do Hospital S.João


JN. Como funciona a pílula abortiva usada pela WOW?
NM. É igual à usada nos hospitais portugueses para abortos clínicos, o misoprostol. Provoca contracções e amolece o cólo do útero, facilitando a expulsão do embrião. Até se usa para induzir o trabalho de parto.

JN. A WOW usa o misoprostol para secundar a RU-486...
NM. Nós usamo-lo como pílula única, em doses repetidas. A RU-486 é proibida cá e nem deve ser tão eficaz quanto isso, se precisa do misoprostol...

JN: A toma exige um médico?
NM. Não. Qualquer pessoa o pode fazer. Pode ser tomado oralmente, mas é mais eficaz por via vaginal. É um protector gástrico à venda nas farmácias, mediante receita médica, cujo efeito abortivo foi descoberto por acaso. E não há autoridade de saúde que o valide como medicamento abortivo!

JN. Ou seja, viola-se a lei usando-o como pílula abortiva...
NM. Não tenha dúvida. Mas está consagrado, quem é que vai impedir que se use?

JN. E porquê o misoprostol?
NM. Porque é eficaz, sem efeitos adversos graves (apenas náuseas e vómitos comuns), é de baixo custo, evita o internamento e o recurso ao bloco operatório em mais de 90% dos casos. Fora dos hospitais, é muito mais usada do que se pensa e será uma das razões pelas quais diminuíram as complicações após abortos clandestinos.

JN. Há sempre a eventualidade de complicações...
NM. Raras, perda de sangue contínua que se assemelha ao aborto espontâneo e exige raspagem. Depois de se tomar, é irreversível, obriga a interromper a gravidez se não tiver havido aborto, porque causa malformações. Daí ser perigoso tomar o misoprostol sem regras.

quinta-feira, setembro 09, 2004

O Accionista

Ou porque é que é bom deter orgãos de comunicação social.

Atentemos nos títulos de dois jornais de referência acerca dos resultados da Portugal Telecom, divulgados nos últimos dias.

Receitas da rede fixa da PT caem 2,3 por cento no primeiro semestre, no Público (Sonaecom)

Portugal Telecom sobe lucros em 125% , no Diário de Notícias (PT Multimedia)

Curiosa disparidade de análise...

quarta-feira, setembro 08, 2004

Abliu lestaulante chinês em Lisboa

Finalmente abliu um lestaulante chinês "a sélio" em Lisboa.

Não há chop soi de vaca, nem galinha com amêndoas, nem saké com gaja nua no fundo do copo. Pol lá come-se língua de pato esticada e seca, intestino glosso (ainda pul cima glosso, mas a senhola diz que é muito bem lavadinho) com não sei quê, coxinhas de Rã (com R, que foi o que eu comi) e outlas coisas com nomes que não conhecia (valiedades de cão, suponho).

A ementa é enolme e não tem númelos mas tem uma senhola muito simpática que guia a escolha do cliente "este não que pultuguês gosta de comida quentinho e isto é flio. Pultuguês só comida quentinho. Quentinho." Pela palte dela palece que da gastlonomia plutuguesa só gosta de galões e pão com fiamble !!

Restaurante WEN ZHOU
Rua António Pereira Coutinho, 28A (é a lua que vai da Plaça do Chile ao Lalgo do Leão)
Telefone 21 84 80 477 (se quiseldes tentale ligale pala lá, clalo, não sei se vos vale muito a pena)
Aberto todos os dias das 17.oo às 03.00 (sim, tlês da manhã)

MUITA ATENÇÃO: Nessa lua há dois lestaulantes chineses um ao lado do outlo. Um é um tipicamente pultuguês lestaulante chinês e o outlo é o lestaulante chinês a sélio. O WEN ZHOU é o que tem as escadinhas, de ale mais modesto e sem replesentação de um pagode à polta.

Porque hoje é Dia Mundial da Alfabetização...

... e porque estes dias existem para que os problemas não sejam esquecidos (se não existissem analfabetos, este dia não faria sentido), aqui ficam alguns factos a reter:

Ficam também algumas sugestões de livros para que todos celebremos o facto de sabermos ler:

Se vos apetecer, podiam deixar nos comentários mais sugestões de livros, para partilharmos neste dia.

P.S. Há quanto tempo não viam uma lista de sugestões de livros em que não aparecesse o Código Da Vinci ou algum dos seus sucedâneos? :D


segunda-feira, setembro 06, 2004

O Terror

Seja em Beslan, seja em Espanha, seja onde for, o recurso ao terror como arma de intervenção política não pode ser nunca legítimo. E menos quando exercido em sociedades democráticas em nome do que quer que seja.

Quem é que tem espírito suficiente para analisar a questão Tchetchena e reflectir sobre os seus méritos depois do banho de sangue dos últimos dias?

Quem é que consegue olhar friamente para a causa Basca com tantos momentos de desgraça nas últimas décadas?

Eu não!...

O Governo Russo não compreende a questão? O Estado Espanhol não encara o problema da melhor forma? Não sei... Isso é algo que só conseguirei discernir no dia em que o sangue parar de correr e em que os argumentos se façam ouvir.

sexta-feira, setembro 03, 2004

Para o JTF "y su mujer"

Beber vinho dá de comer a um milhão de... catalães!

Profissão: português

Há uns tempos atrás vi um documentário sobre a censura antes do 25 de Abril. A certa altura entrevistava-se um cineasta que tinha tido de alterar o título de um documentário sobre a emigração portuguesa em França a que tinha chamado "Profissão: português". O título é genial porque diz tudo, nem sequer precisa do documentário para nada. Por isso é que foi censurado.

Vem esta posta a propósito da anterior, sobre os "professores a mais", mas também de uma reportagem que vi ontem à noite na SIC Notícias sobre os emigrantes portugueses na Irlanda do Norte. É chocante mas o principal produto de exportação português continua a ser mão-de-obra desqualificada (embora a qualificada também comece a dar à sola). Muitas das entrevistas feitas aos portugueses que estão a chegar à Irlanda do Norte podiam ter sido feitas em França nos anos 60.

Estou-me a borrifar para a bandeira parola pendurada no carro ou na janela. Fico chocado, triste, sobretudo envergonhado por haver pessoas que tenham de continuar a sair do país por razões económicas. Um dos momentos em que mais vergonha passei na vida foi numa aula de Política Económica em Barcelona em que se comparavam os salários de diversos profissionais em vários países da Europa e os níveis de preços nesses mesmos países. Confesso que nem sabia onde me meter porque todos sabiam que eu era português e toda a sala me olhava enquanto a professora comparava salários e preços. Todos olhavam o pobrezinho. A bandeira tinha dado jeito, sim, mas era para me cobrir.

Assim sendo, até pode ser que o anúncio do Piaget até faça sentido. Mas enquanto a educação for tão pouco valorizada em Portugal e não houver uma ruptura nesta visão não. Para já vamos continuar a ver imagens de portugueses a ter de sair para poder ter uma vida melhor. Boa sorte!

Piaget - profissões de futuro

Todos os anos por esta altura assistimos ao mesmo drama: as colocações de professores fazem com que milhares fiquem de fora e tenham de procurar uma alternativa de emprego (este ano o drama foi agravado pela confusão provocada pelo novo sistema informático desenvolvido pelo Ministério da Educação mas isso é outro assunto).

Nos últimos tempos tem sido dado especial ênfase na comunicação social ao desemprego de licenciados. Parece, olha a novidade!, que os mais afectados são os "encanudados" em Ciências Sociais e Humanas (felizmente a Economia não é afectada por este problema do mesmo modo). Vai daí, o Ministério da Ciência e do Ensino Superior decidiu criar um programa que, entre outras medidas, contempla a possibilidade de reciclar licenciados nas áreas cuja empregabilidade é menor. Mas, e aqui é que está a piada, nem uma palavra acerca da redução do numerus clausus nesses mesmos cursos. Ou seja, quem entrar este ano para Sociologia, por exemplo, corre o sério risco de dentro de 4 ou 5 anos estar a ser reciclado para técnico de turismo ou outra coisa qualquer. Chamo a isto bom planeamento!

Por mais que digam que há professores a menos e que as empresas deviam contratar mais profissionais nas áreas de ciências sociais e humanas a verdade é que não contratam. E se nisto é o mercado que manda...

É por isso que me rio cada vez que ouço aquele reclame do Instituto Piaget que diz que "Portugal precisa e precisará sempre de educadores e professores (blá, blá, blá) profissão de futuro". Por mais vezes que o ouça rio-me sempre, mais ainda agora que vai a confusão que se sabe.

quinta-feira, setembro 02, 2004

Bonanza

Como já se tinha parado de falar no assunto, ontem fui ver o Fahrenheit 9/11.

E gostei muito. Fartei-me de rir.

Independentemente de o documentário ser obviamente faccioso (alguém vai ver o filme sem saber que é faccioso?), parece-me que está bem construído. Está feito a partir de factos e os abusos/manipulações existentes prendem-se sobretudo com o relacionar factos não necessariamente relacionáveis. Mas não fomos todos manipulados e abusivamente conduzidos em todo o processo da guerra no Iraque?

No entanto, apesar dos abusos, parece-me legítimo concluir o óbvio: as relações perigosas existem e muitas das decisões tomadas são condicionadas por factores que nada têm que ver com o interesse do povo americano. Aliás, nada disto é novidade e acontece por toda a parte, não é só na administração Bush. O que também me parece ser verdade é que na administração Bush acontece mais vezes e com piores consequências. E também me parece indiscutível concluir que o W. é um tipo perigosamente pouco inteligente e pouco honesto. Mas isso também não é novo... A única coisa que eu aprendi nova sobre o tipo (o W.) no documentário foi que deve ser um gajo divertido, apesar de o seu sentido de humor se enquadrar na categoria 12-16 anos...

O que também é engraçado é observar a hipocrisia latente (o caso do infiltrado na organização pacifista de Fresno ou do tipo que foi denunciado ao FBI pelos companheiros de ginásio por fazer declarações anti-patrióticas) e ver políticos, militares e polícias a afirmarem coisas à frente de uma camera (dizer que não lêem os projectos de lei antes de os aprovar, p.e.) que só mesmo numa sociedade reality show seria possível.

No entanto houve duas coisas de que não gostei: o quase racismo latente em cada vez que dizia a palavra «sauditas» (as generalizações são odiosas) e a cedência ao sensacionalismo com a carta do militar que morreu e o desespero da mãe à frente da Casa Branca (qualquer mãe em qualquer guerra reagiria de igual forma...).

Em suma, é um documentário que deve ser visto e interpretado de forma consciente e criteriosa. Se fosse tudo falso e absurdo teria sido proibido no Texas?...

P.S. A adequação de cada música a cada momento do filme é absolutamente genial!

O Barco

Não me apetece de momento retomar a discussão relativa ao aborto... ainda estou queimado com a forma como decorreu a discussão há uns anos atrás... No entanto, não resisto a partilhar um mail que acaba de me chegar e cuja autoria desconheço:

«Esta semana aprendi três palavras em Inglês:

Women = Barco
on = do
Waves = Aborto»

Parece-me um excelente resumo da situação.

Ministro das Finanças

Na secção cultura da primeira página da Al Jazeera

Lisbon turns away 'abortion ship'

Se o Al Barran fosse raptado pelos iraquianos, o que é que eles haviam de exigir ao governo português? Que afundasse o barco com as holandesas lá dentro? Que houvesse aulas separadas para rapazes e raparigas? Que se cantasse o hino nacional no início do dia?

PS: A princípio parecia-me uma medida idiota do Portas esta coisa de dar tanta visibilidade às Women on Waves. Entretanto mudei de opinião. Enquanto estamos para aqui todos a discutir esta questão ninguém se preocupa com as (in) acções do nosso governo. Boa Portas, vais sempre um passo à frente, meu!

PPS: Ah!, é verdade, o título era só para despistar.

quarta-feira, setembro 01, 2004

Espaço rosa

Neste momento o que mais vinha a calhar era uma posta sobre as Women on Waves e a questão da IVG mas não me apetece voltar a criticar o frouxo do Sampaio (que, se não me engano, está no topo da hierarquia militar).

Assim, lanço para o espaço uma dúvida rosa que me vem atormentando nos últimos dias: é só a mim ou a vós também vos dá a impressão de que o Paulo Portas está cada vez mais oxigenado? Alguém tem em casa alguma imagem antiga? Será que vai ao mesmo barbeiro que o Herman?