sexta-feira, fevereiro 25, 2005
Cisão na Igreja Anglicana?
Uma discussão civilizacional que importa acompanhar. Se a igreja anglicana tivesse significado em Portugal estávamos no Norte ou no Sul?
A notícia completa vem no The Independent, cheguei lá via Vieiros.
quarta-feira, fevereiro 23, 2005
Novas regras de aposentação
Tendo em vista a nova idade mínima para aposentação, sugerimos que sejam tomadas algumas providências para sobrevivência de toda e qualquer empresa:
1. Transformação das escadas existentes em rampas com corrimão não escorregadio;
2. Colocação de suporte para apoio nas casas de banho após a ampliação para possíveis cadeiras de rodas;
3. Substituição de todo o sistema de telefones, por aparelhos mais modernos que possibilitem que a perda de audição provocada pela idade avançada, seja compensada com o aumento de volume amplificado;
4. Aumento de tamanho de todas as fontes de impressão dos documentos emitidos a partir desta data, possibilitando a leitura em futuro próximo;
5. Compra de lentes de aumento para distribuição aos funcionários;
6. Aumento de tamanho dos monitores de computador para 27 polegadas;
7. Implementação dos seguintes tipos de falta não descontada:
Ø Esquecimento do local de trabalho;
Ø Esquecimento de como se faz o trabalho;
Ø Falta de ar;
Ø Incontinência urinária;
Ø Dor nas costas;
Ø Comparência em funeral de colegas que estavam prestes a aposentar-se.
8. Implementação de porta bengalas em todas as mesas de trabalho;
9. Despertador individual para casos de sono diurno;
10. Aumento das letras de todos os computadores;
11. Instalação de uma UTI Geriátrica de última geração;
12. Aumento do "time-out" para o encerramento das portas dos elevadores, tendo em vista a agilidade de locomoção dos funcionários ainda existentes;
13. Aquisição de armários para fraldas e remédios para uso dos funcionários;
14. Proibição de qualquer actividade ou vestuário dos funcionários mais novos que possa provocar ataque cardíaco ou desregulamento do marca-passo do colega, próximo da idade mínima em questão;
15. Criação de exercícios físicos voltados para a terceira e quarta idade;
16. Revisão da avaliação de desempenho do funcionário, incluindo o item "Lembrança da Senha", sendo que o funcionário, prestes a aposentar-se nos termos da lei, que ainda se lembre da sua senha, tenha a nota máxima neste item;
17. Alteração nas instruções de pedido de aposentação: Incluir Atestado de Óbito.
Chegado por correio electrónico
Galego
O Comentador Sem-Medo
"Eu agora tenho que despir a minha pele de comentador e falar como amigo de Santana Lopes!"
Com isto já estava tudo dito, mas ainda acrescentou:
"O Pedro perdeu porque Durão Barroso governou mal! Sejamos claros! Ele, Manuela Ferreira Leite e Marques Mendes prometeram um choque fiscal, que não fizeram, prometeram fazer o país crescer e depois disseram que estava de tanga, exigiram sacrifícios e não resolveram os problemas! O Pedro pagou nestes 6 meses pelos erros dos 3 anos anteriores e resistiu estoicamente, embora eu saiba, porque sei, que pensou não aceitar o cargo de Primeiro-Ministro e que por 2 vezes pensou demitir-se. Ingenuamente acreditou que podia resolver as coisas e que essa era a sua missão..."
E depois culminou com:
"Agora voltando à pele de comentador: com Marques Mendes o PSD vai andar para trás. Ele não se pode esquivar das responsabilidades, logo ele que foi o mais político dos ministros de Durão."
Fantástico! Sem querer bater mais no ceguinho, juro que não consigo vislumbrar a diferença entre o Luis Delgado comentador e o Luis Delgado amigo do Pedro... Nem nestes comentários, nem em qualquer comentário dos últimos meses... Enfim... ainda assim, levou um elogio do Luis Osório, que disse que gostava de ter um amigo assim, que o defendesse de tudo e de todos, acontecesse o que acontecesse... São visões do que é o papel de um comentador...
Nota: Tudo isto foi citado de memória, pelo que pode não estar correcto à letra... mas que foi isto que ele disse, foi!
terça-feira, fevereiro 22, 2005
segunda-feira, fevereiro 21, 2005
(in) segurança
A resposta é simples: os agitadores estavam no Governo. Mas ou muito me engano ou não vai ser necessário esperar muito. Dentro de alguns meses não há velhinha que ponha o pé fora de casa depois do anoitecer, jovens que saiam à noite sem medo de levarem pancada de um qualquer gang suburbano, miúda gira que entre no comboio da linha de Sintra sem receio de uma violação, reformados que não olhem para o lado quando vão levantar a pensão à estação de correios de Cinfães.
A criminalidade vai subir ou descer? Não interessa. Vêm aí os agitadores, o pânico vai instalar-se.
Momento santanette do dia
A esquerda ocupa mais de 60% do hemiciclo! A Banca já respira de alívio!
Momento reaccionário do dia
Ai meu rico menino (guerreiro)!... Ainda ontem os socialistas ganharam e já hoje estive a manhã toda sem água! O que irá ser de nós?!...
Peixeiros ingratos
PS - 42,4%
PPD/PSD - 34,1%
BE - 7,8%
PCP-PEV - 5,8%
CDS/PP - 4,3%
Ver dados da Figueira AQUI.
Sinais
Ainda ontem o PS ganhou e hoje já chove. A crise na agricultura já era. Amanhã é a indústria. Na Quarta-feira a Administração Pública. Na Quinta o défice terá passado à história. Na Sexta já não há desemprego. A este ritmo até 2010 estaremos no pelotão da frente da União Europeia.
sábado, fevereiro 19, 2005
A ler
(...)Não se pode impor a democracia. Portugal fez a sua revolução, ela não foi imposta. Cada um deve seguir o seu itinerário e descobrir o que é a liberdade, sem ter um impacto negativo na liberdade de outros. Impor-se aos outros é o contrário dos direitos humanos. Estas coisas parecem modernas mas são muito perigosas. É o que está a acontecer no Iraque. Milhares de pessoas morreram sem que isso tivesse sido a sua escolha. Até a democracia e os direitos humanos podem ser indevidamente usados. Temos de ser cautelosos. Não posso exigir aos cristãos que sejam a favor do aborto. O problema é se os cristãos transformarem uma convicção em decisão política. (...)
sexta-feira, fevereiro 18, 2005
Angústia Democrática by Quino
P.S. Quanto aos direitos de autor, espero não melindrar ninguém... o blog não tem receitas e não pretende entrar em despesas!
Absolutamente recomendável
As pérolas
"Há 30 ou 40 anos a homossexualiade e a pedofilia eram consideradas iguais. Hoje a homossexualidade é uma coisa normalíssima e a pedofilia é uma coisa horrível. Provavelmente daqui a uns tempos serão as duas normais."
COMENTÁRIO - Isso era o que tu querias!
(...) há 100 anos as senhoras não podiam mostrar o tornozelo e hoje estamos a falar da homossexualidade. Pelo meio, a pornografia tornou-se normal e uma enorme quantidade de coisas tornaram-se normais..."
COMENTÁRIO - Ser voyeur deixou de ter qualquer piada
"O meu ponto é esta cavalgada de uma sociedade que está cada vez mais obcecada pelo prazer."
COMENTÁRIO - Obcecado estás tu!
Jornalista - A masturbação não é uma prática razoável?
"Claro que não. Nunca foi (...) Porque é um desvio da acção sexual. A pessoa fica cada vez mais agarrada ao prazer, deixa-se controlar pelo prazer. Isso distorce a personalidade."
COMENTÁRIO - Se aguentaste da puberdade até ao casamento és mesmo o meu herói. Safa, que inchanço! Olha lá, não te doíam os rins? Estás é farto de mudar os lençóis aos teus filhos, é o que me parece.
"Antes da igreja era o deboche absoluto, com regras muito sortidas"
COMENTÁRIO - Antes era só nos seminários e conventos que se faziam estas coisas. Perderam o monopólio e isso é que te está a arreliar.
"O ser humano tem que se limitar a si próprio nestes prazeres"
COMENTÁRIO - Olha lá, escrever estas merdas não te dá prazer? Eu acho que sim. Se fosses coerente deixavas de escrever para o DN e acabavas com estas entrevistas.
"O preservativo é uma forma mecânica de tratar a questão. Para quem leva uma vida debochada e ignora as regras da igreja, o preservativo é um detalhe"
COMENTÁRIO - Pois...
Jornalista - Imaginemos um casal heterossexual, perfeitamente estável, que tem três filhos e não quer ter mais...
"O que a igreja tem dito, e é isso que os católicos seguem, é que há meios naturais de controlo dos nascimentos. (...) Com o preservativo a relação sexual passa a ser a mesma coisa que comer um pastel de nata."
Jornalista - Confesso que não percebi. O que deve fazer este casal que não quer ter mais filhos?
"Deve estudar o seu ciclo reprodutivo e centrar as suas relações sexuais fora do momento fértil"
COMENTÁRIO - É que me começam a faltar os comentários. A partir de um certo ponto já não há hipóteses. César das Neves 1 - Miguel - 0. Desisto.
Ainda fala sobre o aborto mas existem duas grandes lacunas neste raciocínio: quase não fala sobre divórcio nem dessa pouca-vergonha que é os pretos andarem com as brancas, sobretudo as mais loirinhas, em vez de se remeterem ao seu lugar. Teria deus criado tantas raças para depois os homens se misturarem? E por que se misturam? Porque as mulheres querem-nos mais bem dotados, mais uma vez o prazer a atentar contra a obra de deus. Vou contactá-lo, alertando-o para esta falha grave.
A mão invisível
quinta-feira, fevereiro 17, 2005
Post que eu gostava de ter escrito #4
Parabéns ao Sweet'n'Sour!
E vão dois
É por causa deste fenómeno (uma estranha fidelidade à cor política, mesmo quando o líder é quem é) que nos arriscamos a ter o Santana reforçado na liderança do PSD, o que, na minha opinião, é uma perda para o PSD e para a sociedade em geral.
Zandinga
Para começar esta rúbrica, que certamente terá sucesso pelas bardas que produzirá, antecipamos a noite de 20 de Fevereiro, ou seja, o dia das eleições.
Sem qualquer fundamento teórico sustentado nas sondagens que têm sido publicadas recentemente (e que são bem dissecadas no Margens de Erro), os resultados das eleições vão ser:
1 – PS
2 – PSD
3 – PP
4 – BE
5 – PCP
Sobre os restantes partidos há, entre a terra e o lado do oculto, uma forte nublina que não permite uma comunicação decente e consequentemente vou-me borrifar para o respectivo resultado.
A abstenção será menor do que nas últimas legislativas, ainda assim alta, demonstrando o grande desinteresse do povo português no seu próprio futuro.
Agora vamos lá à parte difícil.
O PS, apesar de ter tido todas as condições do mundo e mais o meu voto, não consegue chegar à maioria absoluta. O PSD tem um voto a mais do que nas eleições europeias (e sim, parece que foi o voto do Pacheco Pereira), o que chega para Santana se manter na liderança do PSD apesar de toda a gente reclamar a cabeça de Santana. Os nossos amigos do PP conseguem ser a terceira força política. O BE reconhece que ficou um pouco aquém do resultado pretendido, tendo no entanto obtido um bom resultado.
O PCP o quê? Fala mais alto que não ouço... E quem é que governa? Hã? Over-and-out o quê? Mais só a pagar? Malditos... 300 paus e era só um preview!...
Bem, para domingo também já não falta tudo. E, claro está, se o Zandinga antecipar tudo, porque iriam os nossos leitores votar?
quarta-feira, fevereiro 16, 2005
Os 12
Daí a minha compreensão pelo menor número de ministérios propostos pelo homem que assinou hoje um contrato.
O debate de ontem
Por isso, o debate superou bastante as minhas expectativas. Não é que tenha sido um grande debate... as minhas expectativas é que eram muito baixas, mesmo...
Continuaram sem concretizar as medidas que propõem? Sim, de alguma forma isso é verdade... Mas, por outro lado, julgo que ficaram bem claras as grandes opções ideológicas e os macro-objectivos políticos de cada um nas áreas abordadas. A excepção a isto foi, em meu entender, Santana Lopes, que mais uma vez preferiu repetir até à exaustão que o Guterres fugiu (acho que não houve resposta nenhuma que não começasse assim), que o PS também é mau e mostrar gráficos ilegíveis, completamente inadequados a serem mostrados em televisão.
A situação de Jerónimo de Sousa acho que não tem muito para falar, embora me tenha parecido que ele foi traído pelos nervos... antes de entrar no estúdio foi entrevistado e falou bastante, sem qualquer problema aparente na voz... foi azar, mas não creio que tenha qualquer tipo de influência na votação da CDU, nem positiva nem negativa, já que creio que todos compreendem o que se passou.
Os outros participantes julgo que abordaram as questões colocadas sem grandes fugas e deixaram mais ou menos claras as suas opções em cada área. A maior novidade, para mim, foi a clarificação do PS, pouco usual nos tempos que correm, da defesa de um modelo em que o Estado tem um papel central na sociedade, embora reconhecendo que precisa de ser profundamente reformado e repensado, sobretudo ao nível dos processos e das suas funções principais. No fundo um modelo a la países nórdicos. Isso ficou vincado na defesa do papel do Estado em matérias como o estímulo à criação de emprego, a orientação para o crescimento económico (sim... não é uma variável incontrolável... é um objectivo de política económica e existem ferramentas para actuar sobre as variáveis que o compõem... a isso chama-se Economia) e na orientação da política produtiva, a assunção da função social do Estado em áreas como a Educação e a Saúde e a defesa da manutenção da Segurança Social como um instrumento Público de solidariedade inter-geracional e de redistribuição da riqueza. Quem diz que isto não é uma posição clara e a defesa de um modelo e de um rumo, não sei o que é que espera mais... Será que só vale como concretização das ideias aparecer na campanha já com os decretos-lei feitos? Quem é que até agora concretizou mais que isto? Nos programas dos vários partidos há numeros mais concretos e explicações mais detalhadas de como se financiam determinadas opções. É ir ler... (claro que estou de acordo que os programas não são tão detalhados e concretizadores como poderiam ser, mas também não podemos ser simplistas na análise e dizer que ninguém diz nada de jeito...).
Outro facto a salientar foi o episódio da atribuição da isenção à operação de fusão de balcões do Grupo Santander. O que Louçã pôs em causa foi a coerência de um governo que apela a sacrifícios de todos os portugueses de forma a conseguir aumentar a receita fiscal e que depois concede isenções em operações milionárias a entidades bancárias. Além disso, trata-se de um Governo que se diz deposto pela Banca, por ter mexido com os seus interesses. Não foi posta em causa a legalidade da isenção! A resposta de Santana é, de facto, insatisfatória, mas, verdade seja dita, não podia ser outra que não aquela... Claro que o PS também já fez isso... Mas o PS não tinha a incoerência entre a acção e o discurso... Mas também é verdade que não é de agora que o Bloco condena os benefícios fiscais. Sempre o fez. E, por vezes mal... há situações em que se justificam, nomeadamente na atracção de investimento estrangeiro, onde se revela um instrumento indispensável. O que tem que começar a ser feito é a encontrar um equilíbrio entre os benefícios concedidos na atracção desse investimento e as contrapartidas exigidas. Como em todos os negócios, têm que existir benefícios para ambas as partes, senão não são bons negócios. O que tem acontecido é que os Governos preocupam-se em atrair o investimento e em retirar dividendos eleitorais disso, mas não acautelam os benefícios concedidos, exigindo, por exemplo, cláusulas indemnizatórias caso a empresa abandone o território nacional antes de X anos (os necessários para o Estado recuperar os benefícios concedidos em impostos e em ganhos sociais). Santana tinha o argumento de a operação em causa, aparentemente, não gerar proveitos directos e usou-o, no entanto preferiu centrar a justificação no tradicional «o Guterres também fez!»... Acho que fez, mais uma vez, mal...
Depois houve aqueles momentos caricatos do costume: a discussão de se o período actual é o pior desde 1944 ou desde 1970 e tal; os empregos criados pelo Ministro da Defesa enquanto o resto do Governo os perdia (sendo os melhores os 7500 jovens que vão para as Forças Armadas e que ele mencionou quase a sussurrar, o que demonstra que continua a ter algum sentido do ridículo); o momento em que Sócrates e Louçã em vez de concluirem que as suas propostas relativas à Segurança Social são passíveis de ser compatibilizadas (porque o objectivo de ambos é mantê-la como alicerce do modelo social que Portugal tentou ter), trocam acusações do género «nã, nã! tu é que não se percebe o que é que queres!!!»; as afirmações de PP e PSD que são eles os partidos que combatem o grande capital (no PP até já se canta «assim, se vê, a força do PP»); ou o momento em que Santana Lopes diz que os problemas de Guterres em 1996 foram provocados pelos últimos 3 anos do Governo anterior (isto prova que ele está disposto a dizer o que for preciso para desculpabilizar a péssima performance da economia portuguesa nos últimos 3 anos). Mas, a cereja no topo do bolo, foi mesmo o momento em que Paulo Portas demonstra que com mais 1% passa automaticamente para 22 deputados! Esse foi politicamente o momento mais hábil de todo o debate, mas foi também aquele onde a seriedade roçou o nível mais baixo...
Finalmente, aquela que é para mim a questão das questões: o cenário da maioria relativa do PS.
Ao contrário do que tem sido dito, para mim a posição do Bloco é clara: o Bloco não entra em Governo nenhum porque considera que a sua votação não tem a expressão necessária para isso. Ou seja, considera que se o voto lhes dá, p.e., 8% de representatividade, então não têm o direito de ir para o Governo, até porque consideram não terem grande coincidência programática com o PS. Em minha opinião esta posição poderia (deveria?) ser diferente. Os cinco principais pontos do programa do Bloco enunciados por Francisco Louçã quase no final do debate são perfeitamente conciliáveis com o programa do PS: contribuir para a mudança da injusta lei do aborto; bater-se por políticas de emprego; defender a saúde pública; não permitir ao aumento da idade da reforma; e bater-se sempre pela reforma fiscal. Estes pontos foram pontos de alguma convergência entre o Bloco e o PS de Guterres e podem voltar a sê-lo. A questão não é em meu entender programática, mas sim de opção - o Bloco quer participar activamente no Governo do país, na medida do que a sua votação lhe permite, no momento actual? Ou prefere manter a sua influência apenas a nível parlamentar, fazendo acordos pontuais com um eventual governo PS em matérias como estas ou outras? Aparentemente o Bloco já fez a sua opção e prefere a segunda via, que é perfeitamente legítima. Na minha opinião o Bloco com um mandato de 8% poderia conseguir ter um papel determinante no Governo em matérias civilizacionais e em matérias sociais, dando uma base sólida ao PS para ir mais longe em temas a que normalmente foge por motivos puramente eleitorais. Claro que teria que ter a humildade necessária para entender que o partido maioritário seria o PS e que teria que ceder às posições deste numa série de questões. Ainda assim, poderia com 8% dos votos cumprir uma percentagem significativamente superior (o dobro? o triplo?) do programa eleitoral que propõe à sociedade e contribuir para alterações importantes do país - sem querer desvalorizar o papel da Assembleia no sistema político nacional, cumpriria seguramente mais do seu programa e contribuiria mais para a transformação civilizacional do nosso país do que com uma mera representação parlamentar. O problema poderia surgir depois, em termos de qualidade da representação parlamentar (terá o bloco quadros que lhe permitam manter a performance estando simultaneamente no Governo e no Parlamento?) e no eventual desgaste da imagem do Bloco, de partido diferente e um pouco à margem do sistema, na medida em que o efeito de institucionalização poderia prejudicar o seu crescimento futuro, pelo menos nos moldes em que o tem procurado até hoje. Em meu entender é esta a questão que se põe ao Bloco e, eventualmente ao PS.
E pronto... acho que ainda tinha mais umas coisas para dizer, mas já me doem os dedos... De qualquer forma acho que o conteúdo deste post é já o suficiente para que tanto a direita como a esquerda me venham bater a torto e a direito durante os próximos dias e até, eventualmente, destruir o blog por completo, com um exército de hackers ou com uma boa cunha no blogspot...
Hasta!
P.S. Não revi o texto e foi todo escrito de seguida, sem notas e em plena erupção mental. Se estiver cheio de erros e de frases mal construidas, as minhas desculpas... Foi o que se arranjou!
terça-feira, fevereiro 15, 2005
S.A.'s e sociedades por quotas
O que é que eu espero do debate de hoje?
Alguém espera alguma coisa de uma reunião com 5 tipos em que cada um tem a sua "estratégia" para gerir isto (ou, pelo menos, para não o deixar ir ao fundo), todos têm mais ou menos o mesmo tempo para a explicar e vender e em que o objectivo não é outro que não seja o típico «o meu é maior que o teu!»?
Eu não...
No entanto, antecipando um pouco do que creio que vai acontecer, parece-me que:
1. Quem mais tem a ganhar com este debate são os dois partidos da direita, porque além de serem os que estão mais em causa e de quem menos se espera (como aconteceu no debate Santana/Sócrates, em que ao disparar meia dúzia de números fora de contexto, Santana ganhou o epíteto de "o homem que afinal até sabe umas coisas"), são também os mais telegénicos e os que melhor sabem como usar o meio TV.
2. Ao primeiro golpe mais assanhado da esquerda (que aparecerá... nem que o Portas tenha que fazer o Louçã perder a cabeça outra vez...) Santana usará a táctica João Pinto - atira-se para o chão, rebola com um esgar de dor e grita "estão-me a atacar! estão-me a atacar!".
3. Paulo Portas aproveitará esse momento para, na sua melhor posição de estadista, pôr-se à frente do desprotegido PSL, protegendo-o de mais ataques e soltar uma frase feita daquelas que fazem as sondagens do dia seguinte aumentar 1 ponto no PP.
4. Sócrates manterá o seu olhar n.º 3 de quem quer dizer que não tem paciência para estar a discutir com aqueles gajos e que estava melhor noutro sítio. Isso fá-lo-á ficar no estado de dormência habitual e retirar-lhe-á uma vez mais o entusiasmo necessário a conquistar o voto dos indecisos, hipotecando de vez qualquer hipótese de o PS vir a ter maioria absoluta e permitindo a recuperação dos partidos do actual (des)Governo.
5. Louçã demarcar-se-á definitivamente do PS (e a este ponto espero voltar nos próximos dias, quando terminar de ruminar umas linhas de raciocínio sobre esta problemática).
6. Quanto ao Jerónimo... sinceramente não sei muito bem o que esperar... mas se quer manter o seu eleitorado e recuperar algum, é bom que esteja a pensar em sacar algum coelho da cartola, porque o voto urbano continua (creio) em erosão.
7. Palpita-me ainda que, se as coisas aquecerem a sério (pouco provável) e se alguém à esquerda se aperceber que bater demasiado nos ceguinhos pode não ser a melhor estratégia, porque é o terreno em que eles se mostram mais à vontade (menos provável ainda), podemos vir a assistir ao segundo momento de ataque do PS ao "eleitorado centro-esquerda com vontade de votar no Bloco" e de ataque do BE ao "eleitorado PCP que se pergunta - que ando eu a fazer aqui?" (o primeiro momento foi este fim de semana, pelas vozes de António Costa e Francisco Louçã, ao mesmo tempo que Santana voltava a falar no PP como aliado e Nobre Guedes apelava ao centro e à direita, nas suas palavras «a nossa gente», para não ficar em casa e ir às urnas derrotar a esquerda - é a reorientação estratégica, no início da última semana de campanha).
Enfim... Tal como dizia no início do post, não espero nada de jeito do «tudo ao molho» desta noite. Mas pelo menos servirá para o Miguel reforçar a dose nocturna de campanha, que chegou a estar em perigo com as iniciativas de contenção de PP, PSD e PS (obrigado D. Manuel Martins e D. Januário Torgal Ferreira pela pronta condenação deste fait-divers) e assim dormir sossegado esta noite. Também amanhã terás a dose garantida, meu amigo: os comentários dos experts costumam ser ainda melhores (os meus preferidos são o Luís Delgado e o Martim Avillez Figueiredo)!
P.S. Este post ia ser uma previsão séria do que espero que aconteça hoje à noite, mas algures a meio do texto perdi o controlo da situação... as minhas desculpas, pelo sucedido. Ou então não!
E na Segunda quê?
Na Sexta-feira passada ouvi o José Manuel Fernandes, por exemplo, a elogiar a campanha do PCP, inovadora como nunca, e criticando a postura imobilista do BE. Como já tinha escrito num post anterior, não pensei viver até esse dia e ele acabou por chegar antes dos 30. Depois do Carlos Magno o JMF. Anteontem ao deitar era aquele tipo do CDS a propor a construção do Museu da Bíblia do Norte e duma espécie de Eurodisney no Sul: está certo, no Centro fica Fátima funcionando como transição entre os dois conceitos. Hoje era o Manuel Monteiro defendendo o adiamento das eleições por causa da morte da irmã Lúcia. É engraçado: o Paulo Portas diz “Mata!” e este aparece logo a gritar “Esfola!”. Ele é o Santana a fazer 100 Km de Falcon para ir a Monte Real. Ele é o PS a defender a co-incineração mas garantindo que ela não será feita nem em Setúbal nem em Coimbra. Se vivesse em Alhandra começava a pôr-me a pau. Ele é o Guterres aí a aparecer com a maior das latas. O Durão também. O menino-guerreiro que esperneia. A surpresa por desta vez o PP já não propor a instalação de um crucifixo em cada sala de aulas e obrigar os alunos a cantar o hino, em pé, na primeira aula da manhã. Um governo que lança projectos, programas e estudos quatro dias antes de ir para o olho da rua como se nada fosse. Uma campanha que é suspensa por causa da morte de uma senhora, que merece obviamente respeito, mas da qual não se sabe nada a não ser que viu uns OVNIs e contribuiu para o desenvolvimento do turismo na terra dela. Um primeiro-ministro que diz que prefere outros colinhos e empurrões. Uma manifestação de palhaços do Chapitô. Enfim, inimaginável.
Mas e na Segunda? Quê? Que faço? Alguém conhece programas de desintoxicação eficazes e em conta?
Virar a crise
A partir de hoje pode-se sacar 400€ nas caixas MB o que só por si já ajuda, mas para dar um impulso adicional ao aumento do consumo, o levantamento mínimo passa de 5€ para 10€.
Simplicidade nesta medida que estou certo, aumentará o consumo.
Os pobres, não se podem queixar, porque se usam o MB não deveriam, porque contas com 7,5€ não dão lucro aos bancos. Certo?
segunda-feira, fevereiro 14, 2005
Capital e trabalho
Podia ser um qualquer texto do PCP em tempo de campanha que eu vos tentava impingir mas trata-se de outra coisa. De acordo com a The Economist nunca o peso dos lucros no PIB foi tao elevado nem o do trabalho tao baixo. Mais info AQUI.
Última semana de campanha!
A mim também me chateia com'ó caraças trabalhar às Segundas e Terças-feiras.
7 e 8 de Fevereiro - suspensão de campanha. Motivo: Carnaval
14 e 15 de Fevereiro - suspensão de campanha. Motivo: Morreu a irmã Lúcia, grande figura da história mundial, nomeadamente da da URSS e da do papa (Santana Lopes, citado de memória)
21 e 22 Fevereiro - Até sempre
Mercado de Inverno
Lamentando o fim do Resistente (que era um dos poucos blogs onde eu deixava comentários regulares, apesar de ele nunca me responder), mas rejubilando pelo futuro do Queimado, é com enorme prazer que vos apresento o LN!
Com esta contratação prometemos provocar mais gente, gerar mais debate, arranjar mais polémicas com blogues terceiros e estimular mais as meninges da população em geral! Se não conseguirmos... azar! Estamos na última semana de campanha! Vale tudo menos arrancar olhos! E daqui a umas semanas já ninguém se lembra...
sexta-feira, fevereiro 11, 2005
Citando VPV
A verdade é que estou cansado de falar de Santana Lopes e que deixou de ser desafiante criticá-lo, por ser tão fácil...
Além disso, a cada dia que passa estou mais convencido que a crítica começa a ter o efeito contrário e, cada vez mais, a ajudar Santana a fazer o que ele mais gosta e aquilo em que ele é melhor: vitimizar-se e ganhar votos com isso!
No entanto e porque é um daqueles raríssimos momentos em que eu me identifico com algo escrito por Vasco Pulido Valente, aqui ficam, em jeito de celebração do momento, uns excertos seleccionados do artigo de hoje e o respectivo link. Se eu (por absurdo) fosse do PSD, estou certo que seria assim que eu estaria a pensar neste momento:
...
está ou não um militante ou dirigente de um partido, com muita ou pouca influência, obrigado a votar nele e, mais do que isso, a sustentar e apoiar qualquer política desse partido e qualquer candidato a primeiro-ministro, que o partido resolva apresentar? Ou, por outras palavras, quando um indivíduo se inscreve num partido, abdica por esse facto do seu juízo independente e da sua liberdade de acção, mesmo nas circunstâncias mais graves?
...
Santana levou o PSD para um populismo que nega tudo, quase tudo, o que ele até agora foi. Não chega isto para lhe fazer uma oposição pública e tentar que ele sofra uma derrota definitiva e clara em 20 de Fevereiro, permanecendo fiel, e porque se permanece fiel, ao PSD "histórico"?
...
Não vale a pena insistir no descrédito pessoal de Santana Lopes e, no descrédito, que ele naturalmente trouxe ao Governo e, por implicação, ao país. Basta imaginar o futuro do PSD com ele à frente. Para primeiro-ministro (uma hipótese absurda) já não tem, e de facto nunca teve, a autoridade e o prestígio, que o tornem aceitável ou, pelo menos, respeitado. O circo iria fatalmente continuar.
...
A lógica aconselha, portanto, um militante ou dirigente do PSD a não sustentar ou apoiar Santana e a não votar PSD. Parece paradoxal, mas não é. Nestas coisas não são raros comportamentos suicidas. Muitos partidos morreram por espírito partidário. O PSD não precisa de um "bom" resultado em 20 de Fevereiro, precisa de um resultado que o livre de Santana. E precisa de perceber isso a tempo.
Disse! E disse bem, digo eu!...
As tropas voltaram
Estas palavras na boca de Louçã seriam (como foram diversas vezes) apelidadas de irresponsáveis e radicais.
Enfim... aplaudamos o regresso!
quinta-feira, fevereiro 10, 2005
Acto de contrição
Mudar o template... dar-lhe cor sem dar cabo da legibilidade... dar-lhe vida...
Mudar o estilo... retomar o conceito inicial... escrever mais, comentar menos... provocar e discutir... com substância...
Arriscar mais...
Hum...
Pensar em voz alta é perigoso... toda a gente fica a saber...
Assim haja tempo e disponibilidade mental!...
Mal eles sabem que era este tipo que nos ia pôr no pelotão da frente da Europa em dez anos (isso em 2002)
Terça-feira, 08 de Fevereiro de 2005
"O homem das banalidades". Foi este o título escolhido pela edição desta semana do semanário alemão "Focus" para um artigo, de duas páginas, dedicado ao presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso. Referindo-se ao relançamento da Estratégia de Lisboa para o reforço da competitividade da economia da União Europeia, proposta aos governos dos 25 na semana passada e uma das principais prioridades para os cinco anos de mandato de Barroso, a Focus escreve que "o ex-chefe de Governo português promete mais competitividade e crescimento na Europa, mas para além de trivialidades apresenta pouco". Citando Markus Ferber, líder da CSU alemã no Parlamento Europeu, o semanário afirma que Barroso faz "grandes declarações, mas peca na implementação".
Nota: Há duas semanas era o ABC que cascava fortemente no Barroso. Estes estrangeiros é que não sabem que se apertam muito o gajo se pira e manda para lá um ainda pior que ele. Mas cuidadinho, dentro de duas semanas o López está desempregado e disponível! Aliás, o homem é mesmo um disponível por natureza. E para tudo!
quarta-feira, fevereiro 09, 2005
É Carnaval!...
A propósito da conversa de café de Santana com os jornalistas de ontem e porque se for eu a dizer isto chamam-me parcial e ceguinho e dizem que eu critico por criticar, além da leitura deste artigo, recomendo os posts de Pacheco Pereira no Abrupto sobre o assunto:
21:59 (JPP)
TEMPO DE ANTENA DE SANTANA LOPES PASSADO COMO NOTÍCIA
em todos os telejornais, gravado na residência oficial, e na qualidade do Primeiro-ministro. Estamos em plena América Latina.
17:12 (JPP)
MAS QUE FALTA DE SENTIDO DE ESTADO…
Santana Lopes comenta questões eleitorais (nem sequer grandes questões, mas questiúnculas de campanha, manipulações orientadas a propósito de Cavaco Silva, ataques a Freitas do Amaral e José Sócrates, etc.) como Primeiro-ministro em S. Bento, numa conferência usando os meios do Estado e o lugar do Estado, num dia em que disse não ir fazer campanha por causa do Carnaval. Estará assim presente, em matéria estritamente eleitoral e partidária, em todos os noticiários, falando como Primeiro-ministro. Já não falo da ilegalidade de tudo isto, mas da falta de dignidade e de sentido de estado…Já não há Comissão Nacional de Eleições, nem Presidente da República, nem leis, nem tribunais? Pode-se fazer o que se quer? Se calhar pode.
segunda-feira, fevereiro 07, 2005
Hara Kiri
Uma vez no site ver o vídeo Guerreiro Menino. Qualquer comentário adicional é perfeitamente desnecessário...
Ignomínia
Câmara de Lisboa aprova condomínio na António Maria Cardoso
Se os fantasmas existissem de verdade era aqui que se reuniriam todas as noites. Como não existem há criancinhas que vão dormir em locais onde outros foram submetidos à tortura do sono, famílias que irão jantar onde se passou fome, celebrar-se-ão festas de aniversário onde houve espancamentos, escrever-se-ão e-mails onde antes havia fichas de presos políticos, criar-se-ão novas memórias por cima daquilo que NÃO PODEMOS ESQUECER.
A CÂMARA DE LISBOA É UMA VERGONHA.
Os contactos da Câmara são estes
António Carmona Rodrigues
Câmara Municipal de Lisboa
Paços do Concelho - Praça do Município
1100-365 Lisboa
Telefone: 213 227 000
Fax: 213 227 008
E-mail do Departamento de Apoio à Presidência: dap@cm-lisboa.pt
ESCREVEI A PROTESTAR. AVISAI OS VOSSOS AMIGOS E PROTESTAI. EU JÁ O FIZ.
Marketing político
Sinal dos tempos
Na passada Sexta-feira Carlos Magno terminou a sua intervenção apelando ao voto das gentes de esquerda no PCP. Sim, no PCP. No BE é que não, que era demasiado perigoso, instável, radical, blá-blá-blá. Nunca pensei viver até ao dia em que alguém do centrão apelasse ao voto no PCP. Mas olha, foi antes dos trinta. Isto diz bem da decadência do PCP.
sexta-feira, fevereiro 04, 2005
Do debate/entrevista
Acho que o formato «entrevista a dois» tem as suas virtudes, especialmente o facto de permitir tirar dos candidatos informação concreta sobre problemas concretos de forma muito mais eficiente do que num debate tradicional, onde existe muito espaço para diálogo.
«Ah... mas dizes isso mas não se ouviu nada de concreto sobre nada!...».
Pois não... mas o formato não tem culpa! O que se verificou foi que os jornalistas não estão preparados para perguntar, calar e ouvir (as interrupções eram constantes, quer fosse para comentar, quer fosse para corrigir ou complementar a pergunta), os políticos não estão preparados para falar objectivamente e para quem os ouve (parece que só sabem falar/desconversar uns com os outros) e, se calhar, o próprio público prefere a portuguesíssima atoarda à menos tradicional explicação objectiva.
Parece-me que o caminho no futuro próximo é o regresso ao formato tradicional, mas continuo a acreditar que este formato é o mais indicado para o esclarecimento das propostas e para ajudar as pessoas a perceber com quem estão em sintonia na análise e no caminho a percorrer. O formato tradicional é o melhor para a discussão pós-derby de quem ganhou, quem perdeu, quem é que mandou a melhor boca, quem é que foi ao tapete, etc. e acho que é nesta vertente mais espectacular que o pessoal está mais interessado. É verdade que é na segunda que se vêem os melhores políticos, mas é na primeira que se vêem as melhores propostas.
P.S. Claro que estou a radicalizar e ambos os modelos têm virtudes e defeitos, mas radicalizando vêem-se melhor as diferenças.
O Conteúdo
Foi tudo tão fraquinho... tão sem entusiasmo... tão... tão... tão...
Enfim!
Sócrates foi ligeiramente mais objectivo, mas não teve chama. Quem quer a maioria absoluta, quer mudar, quer crescer e quer entusiasmar tem que acreditar no que diz e ser capaz de levar tudo à frente e toda a gente atrás de si. Sócrates não conseguiu transmitir qualquer entusiasmo e pareceu excessivamente preparado e mecanizado, o que normalmente acontece quando não se está a discursar sobre algo inato...
Santana voltou a ter um discurso mais ou menos escorreito, mas fazendo tábua rasa de tudo e mais alguma coisa. Incluindo do facto de ele ser ainda o Primeiro Ministro e de o PSD ainda ser Governo. Santana esteve melhor do que tem estado porque teve um discurso típico de oposição, que é onde ele melhor se move. Falou quase sempre como alguém que contesta o que o PS fez e o que o PS vai fazer a seguir, no fundo assumindo que já perdeu. Aliás toda a campanha do PSD tem tido este tom, como se pode ver pelo último cartaz, onde se vêem 5 ministros de Guterres (onde deveriam estar Sá Carneiro, Cavaco, Santana, Durão e Balsemão) e se lê a frase "Quer mesmo que eles voltem?". Quem quer ganhar e acha que pode ganhar tem mensagens a transmitir e a impôr - não se limita a desqualificar o adversário.
Em suma, acho que foi tudo fraquinho, sem alma e, infelizmente, creio que quem ganhou com o debate de ontem foi a abstenção!
quinta-feira, fevereiro 03, 2005
Afinal não é só bacalhau
Em 2003, Portugal foi o maior consumidor de arroz da União Europeia, com um consumo (15,7 kg por habitante) 3 vezes superior ao da média europeia. Espanha, embora ocupe o 3º lugar neste ranking, registou um valor muito inferior ao português (6,3 kg/hab.)
em "Portugal e Espanha: Semelhanças e Diferenças" Destaque INE de 03/02/2005
quarta-feira, fevereiro 02, 2005
O país dos tolos
Por que é que não somos um pouco mais claros e tratamos os assuntos de frente? Quem é o quê? Qual é o problema com? Ou será que eles também têm um problema com? É assim que pretendem acabar com a boataria? Alimentando-a?
terça-feira, fevereiro 01, 2005
Teorizando
Se pensarmos um bocado no conceito de dormir, tem tudo para ser chato!... Se nos dissessem que tinhamos que ficar sentados num sofá inertes durante 8 horas, sem fazer nada, em que é que pensariamos imediatamente? Em ter um livro ou poder ver filmes, certo? Ou seja, pensávamos de imediato que a única forma possível de ficarmos sentados 8 horas sem fazer nada seria se tivéssemos alguma forma de nos entreter.
Parece então lógico concluir que os sonhos servem para o mesmo: se vamos ficar 8 horas deitados sem fazer nada, precisamos de satisfazer as nossas necessidades de lazer. Assim, o nosso cérebro proporciona-nos uma projecção de um filme realizado por nós ou a leitura de um livro por nós escrito.
E se estamos a dormir há apenas 3 ou 4 horas quando toca o despertador o cérebro exerce o seu papel e diz "calma... volta a dormir... ainda tens tanto sonho pela frente! Queres-te levantar sem saber o final? Dorme... precisas de pelo menos mais 2 ou 3 horas... Dorme...". E todos sabem como é difícil contrariar este apelo, que, na minha hipótese, é a forma de o cérebro assegurar lhe que damos a ele e ao nosso corpo o descanso de que necessitam para não entrarmos em colapso!
Considero assim provada a hipótese formulada e declaro explicada a existência e função dos sonhos! Ou então não!...