Teorizando
As últimas noites (pouco dormidas, mas com muitos sonhos complexos) fizeram-me pensar no porquê de sonharmos. Como sempre gostei de inventar teorias (embora não procure saber se elas já existem ou se têm qualquer fundo de verdade, porque a mera teorização é o que me dá prazer...), dei comigo a pensar e surgiu-me uma hipótese para a existência dos sonhos:
Se pensarmos um bocado no conceito de dormir, tem tudo para ser chato!... Se nos dissessem que tinhamos que ficar sentados num sofá inertes durante 8 horas, sem fazer nada, em que é que pensariamos imediatamente? Em ter um livro ou poder ver filmes, certo? Ou seja, pensávamos de imediato que a única forma possível de ficarmos sentados 8 horas sem fazer nada seria se tivéssemos alguma forma de nos entreter.
Parece então lógico concluir que os sonhos servem para o mesmo: se vamos ficar 8 horas deitados sem fazer nada, precisamos de satisfazer as nossas necessidades de lazer. Assim, o nosso cérebro proporciona-nos uma projecção de um filme realizado por nós ou a leitura de um livro por nós escrito.
E se estamos a dormir há apenas 3 ou 4 horas quando toca o despertador o cérebro exerce o seu papel e diz "calma... volta a dormir... ainda tens tanto sonho pela frente! Queres-te levantar sem saber o final? Dorme... precisas de pelo menos mais 2 ou 3 horas... Dorme...". E todos sabem como é difícil contrariar este apelo, que, na minha hipótese, é a forma de o cérebro assegurar lhe que damos a ele e ao nosso corpo o descanso de que necessitam para não entrarmos em colapso!
Considero assim provada a hipótese formulada e declaro explicada a existência e função dos sonhos! Ou então não!...
Será que os sonhos existem para nos manter entretidos a dormir e assegurar que descansamos o que precisamos?
Se pensarmos um bocado no conceito de dormir, tem tudo para ser chato!... Se nos dissessem que tinhamos que ficar sentados num sofá inertes durante 8 horas, sem fazer nada, em que é que pensariamos imediatamente? Em ter um livro ou poder ver filmes, certo? Ou seja, pensávamos de imediato que a única forma possível de ficarmos sentados 8 horas sem fazer nada seria se tivéssemos alguma forma de nos entreter.
Parece então lógico concluir que os sonhos servem para o mesmo: se vamos ficar 8 horas deitados sem fazer nada, precisamos de satisfazer as nossas necessidades de lazer. Assim, o nosso cérebro proporciona-nos uma projecção de um filme realizado por nós ou a leitura de um livro por nós escrito.
E se estamos a dormir há apenas 3 ou 4 horas quando toca o despertador o cérebro exerce o seu papel e diz "calma... volta a dormir... ainda tens tanto sonho pela frente! Queres-te levantar sem saber o final? Dorme... precisas de pelo menos mais 2 ou 3 horas... Dorme...". E todos sabem como é difícil contrariar este apelo, que, na minha hipótese, é a forma de o cérebro assegurar lhe que damos a ele e ao nosso corpo o descanso de que necessitam para não entrarmos em colapso!
Considero assim provada a hipótese formulada e declaro explicada a existência e função dos sonhos! Ou então não!...
11 Comments:
E a tua máquina de projecção faz muito ruído? Deves ressonar que te fartas...
Adorei! Adorei o post! :)
Não porque concorde ou não, mas apenas porque sim.
E ainda por cima a falar de sonhos, um dos temas mais fascinantes de sempre (digo eu, dreams freak! :))
Continua...larga os links a outros blogs e jornais e põe-te a escrever mais...da tua própria "pata"!
Nós, leitores sedentos, ficamos à espera!
É verdade, bem verdadinha, caro JTF!
Depois de tanto tempo sem cá vir, deparo-me com um texto simples e de uma beleza inegualável. Parabéns. A Ghibli tem toda a razão: devias deixar os links e escrever mais por inspiração própria. Esquecer as análises e os estudos psicossomáticos e presentear-nos mais com verborreias desta (e de outra) natureza!
Na verdade, deve ser um ciclo pelo qual todos atravessamos, pois nem imaginas como te compreendo. Também eu (fazendo tuas as minhas dores! eheheheheh) ando numa fase de sonhar muito e dormir pouco. O que, curiosamente, nunca me tinha acontecido até aqui. Custa muito adormecer, acordo várias vezes durante a noite e retomo o sonho exactamente no ponto em que foi interrompido pela paragem anterior. Estranho porque esta noite, então, foi por demais.
O mais engraçado é que o peso na consciência e as preocupações são as mesmas de sempre: nenhumas! Sempre me gabei de cair na cama, fechar os olhos e acordar no dia seguinte pronto para mais um dia de luta. A verdade é que, ultimamente, tal não tem acontecido e os sonhos têm sido por demais estranhos.
Nem sequer tento descodificá-los, pois perderia outro dia de juízo (e já bastam as noites!) a tentar fazê-lo. Deixo seguir o caminho. Mas o certo é que o meu subconsciente, se é que é da sua responsabilidade tão vasta actividade onírica, anda numa azafama terrível, confrontado com tamanha carga de trabalhos em que tem andado.
Porque será, pergunto-me eu? Não coloco de parte o facto de sempre ter sonhado durante toda a minha vida - o contrário seria de estranhar -, mas não deixo de me mostrar preocupado pelos últimos acontecimentos nocturnos.
Também é verdade, concordo contigo: ficar deitado, sem fazer nada, durante oito horas, ainda que a dormir, não pode ser assim tão linear. Filmes, livres, histórias, sei lá!, qualquer coisa terá de passar-se. Um terço da vida, simplesmente, a dormir é algo que não encaixa bem no perfil de tão atarefados seres que somos. Pensantes, pois então! E pensar tanto é válido em estado acordado com em estado a dormir.
O mais engraçado é que, ao contrário do que se possa pensar, não acordo minimamente cansado ou chateado por ter perdido tantos "momentos" de sono. É só uma fase, penso eu de que...
Bem haja, caro JTF!
de uma beleza inigualável?! Também não é preciso exagerar... :)))
Li há alguns tempos o livro "Visões" de Michio Kaku. O livro, que aconselho vivamente, é uma dissertação do cientista sobre o modo como o mundo irá evoluir durante este século nos campos da inteligência artifical, biotecnologia e mecânica quântica.
Na primeira parte o autor fala sobre as experiências de John Hopfield, cujo trabalho na simulação de funções cerebrais se tem destacado.
Numa das experiências, Hopfield conseguiu construir uma simulação com redes neuronais de como o nosso cerebro arquiva as memórias. Estas redes são sistemas contruidos de forma a evoluirem por si. Neste caso, a rede construida tinha a capacidade de receber memorias e de as organizar autonomamente .
O que Hopfield descobriu foi que se estivesse constantemente a introduzir novas memorias na rede, esta entrava em sobrecarga. O tempo de acesso às diferentes memórias aumentava e era cada vez mais dificil aceder as memórias mais antigas. Para além disto, começavam a surgir alguma memórias que não correspondiam a nenhumas memórias reais. O sistema ficava confuso.
Hopfield verificou que o problema poderia ser ultrapassado com um "restart" ao sistema, após o qual este voltava a funcionar sem problemas...O efeito surpreendente foi que durante o processo de "restart", o sistema geria e organizava as varias memórias de tal forma que durante algumas fracções de tempo eram criadas memórias construidas por fragmentos de memórias reais. Essas memórias fictícias eram construidas e destruidas no processo de reorganização da rede neuronal. No final o sistema recuperava as suas memórias e capacidades iniciais.
O estudo completo é bem mais elaborado que isto e permitiu ao investigador concluir que redes neuronais complexas (de que o nosso cerebro é um exemplo), precisam de sonhar para poder organizar as suas memórias. Mais do que isso, a maneira de produzir novas ideias é sonhando.
É pouco romântico...eu sei...mas é apenas mais uma teoria....
...com a qual eu concordo em grande parte.
mas as teorias sobre os sonhos têm quase todas uma particularidade: muitas são correctas, mas quase sempre incompletas.
ainda há um mundo infinito para explorar neste campo...e ainda bem: a teoria não é pouco romântica, porque a forma como organizas as memórias e a razão porque seleccionas o que seleccionas e deitas fora o que deitas, porque é que coisas do dia a dia aparecem com formas simbólicas e inexplicáveis, o porquê dos sonhos recorrentes e a forma como se estruturam...tudo isto será ainda (e sempre?) um mistério!
Pouco romântico, JM, era perdermos todo esse mistério que envolve a nossa "dupla vida noturna"!
Sim.Penso que tens razão.
Curioso notar que já evoluimos bastante em varios campos (medicina/biotecnologia, astronomia, engenharia, etc), mas no que diz respeito ao conhecimento do nosso cerebro e mente (quer acordada, quer a dormir), sabemos pouco mais do que sabiamos há uns séculos atrás. Porque será?
eu acho que é porque existe muito cérebro oco por aí... as probabilidades de chegar algum cérebro de jeito à mesa de um investigador devem ser baixíssimas! na maior parte dos casos só devem dar para estudar o comportamento da massa cinzenta no vácuo!
não seja por isso... se é pelo bem da ciência, eu doo já o meu cérebro para a investigação! :))
Boa Ghibli! E eu ofereço o microscópio para o estudar! :o))) Tou a brincar!!! Não respondas p.f.! :o)
Eu não responderia, a sério...mas o meu cérebro mild schizophrenic, multi-REM opera num modo algo curioso, que o impede organicamente (independentemente da minha vontade) de não responder a provocações!
Portanto, cá vai a minha resposta:
$%$/R%/F$%##"!(/&%%$$D!! (resposta possível, dado o tamanho reduzido do cérebro!) :PPP
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