quinta-feira, junho 30, 2005

Há vida para além do défice #0

Proponho-me com este post iniciar uma nova série. O objectivo? Agarrar no


e ir buscar as medidas interessantes (na minha opinião, claro) que existiam, para ver se se perderam na cortina de fumo do défice!

Por enquanto é uma mera promessa (como o livro acima), mas espero ir cumprindo... se não for com o Programa há-de ser com o lançamento de questões fora da ordem do dia, para não andar sempre tudo a chover no molhado...

P.S. Os muy estimados co-bloggers estão obviamente desafiados a seguir a deixa!

Post-Sondagem

Estamos a pensar seriamente tirar daqui do rodapé o envelopezinho. No entanto, queriamos consultar os estimados leitores. A pergunta que se impõe é:

Podemos tirar daqui o envelope?

a) Epá... nem sei para que é que isso serve! Tira lá isso daí, deixa-te de enrolar e escreve qualquer coisa de jeito!
b) Tirar? Mas o envelope até é giro! Para que é que serve?
c) Eu sou aquela pessoa que usou isso uma vez! Deixa lá estar que posso vir a precisar um dia, quando for mais velho!
d) Couldn't care less... You can even stick it up your *@# if you want to...

Fica a questão. Aguardamos respostas na caixa de contraditórios.

Razão

tinha o FMS.

Parece que acabou a Plastic Yoko Band.

Brilhante

quarta-feira, junho 29, 2005

Penitência

Em jeito de penitência para remissão do pecado da fraca produtividade da escrita, dediquei algum tempo dos últimos dias à tarefa de refrescar a lista de links A Queimar. O resultado desse trabalho foi publicado há pouco. Alguns links desapareceram e outros novos se juntaram. Não é uma tarefa terminada, porque me apercebi que perdi alguns dos endereços de blogs que queria trazer para perto de nós. Mas é uma primeira etapa. Aos que agora chegaram, boas tardes!

A rush of blood to the head

terça-feira, junho 28, 2005

See you next week

A acompanhar

O Barnabé está em implosão: o Daniel (um dos pais da blogosfera as we know it) parece já ter saído e o Rui (provavelmente o meu blogger favorito) não saiu, mas parece estar quase...

Desde o início que aquele alargamento não me cheirou bem... as discussões foram-se tornando cada vez mais acesas (muitas vezes maçadoras) e a lógica inicial do blog foi-se esbatendo até se tornar numa espécie de caixa de comentários gigante, onde mais que a outra opinião (que eu estava habituado a encontrar por ali) ia surgindo a discussão pela discussão, que, infelizmente, encontramos em todo o lado...

Sendo eu um optimista, acredito que, uma vez mais, do caos sairá luz e que deste lamentável episódio sairá algo com cheiro a novo! Com aquele cheiro que teve o Barnabé no seu tempo...

Então e os morcegos em Coimbra?

Que desculpa dariam eles lá em casa para andarem quinze anos a fazer o curso senão por estarem tão empenhados na construção de um melhor sistema de ensino para o glorioso Portugal?

Como assim?

Não parece boa ideia ter os macacos a tomarem conta do jardim zoológico. Mas e os professores? São assim tão bons gestores?

Os galegos chutaram o franquismo

Ontem foi um dia feliz para a Galiza. Manuel Fraga deixou de ser presidente da Junta não por ter caído da cadeira mas porque uma maioria de galegos votou contra a forma de estar e fazer política de um PP herdeiro de muitos dos tiques do franquismo. E não ter sido uma inevitabilidade da natureza – como aconteceu com Franco e Salazar – mas uma escolha popular é um factor de grande importância em termos políticos. Atrasadíssima, mas que me alegra. A partir do próximo mês o presidente da Junta não será mais um antigo ministro de Franco, será um democrata; não será um velho antiquado, será um homem dos tempos de hoje; não será o testemunho de um decadente e opressor mundo rural, vem do que melhor a Galiza urbana tem para mostrar. (Ainda por cima Emílio Peréz Tourinho é economista!!!!!)
O próximo governo da Galiza é o reflexo de uma profunda vontade de mudança de uma sociedade dual, em que um grupo mais dinâmico foi até agora puxado para trás por uma pesada herança de subdesenvolvimento que é aquele imenso mundo rural. O próximo governo, que será resultado de uma frágil coligação parlamentar entre o Partido Socialista dos Galegos e o Bloco Nacionalista Galego, não terá uma vida fácil. Nem desde fora nem desde dentro, parece-me.
Pela minha parte, espero que a Galiza comece a preparar-se para dar o salto que a aproxime do resto de Espanha. E aguardo ansiosamente que as duas margens do Minho se aproximem um pouco mais. Parabéns Galiza.

NOTA 1: Mais info sobre as eleições galegas em www.vieiros.com
NOTA 2: Em 1936, no dia de hoje, os galegos aprovavam em referendo um estatuto de autonomia que nunca chegaria a entrar em vigor devido ao golpe de estado franquista que ocorreria duas semanas depois. Dupla razão para celebrar.

segunda-feira, junho 27, 2005

Ausentei-me porque...

...me estive a matar durante três dias.



http://www.challengers-trophy.pt/

Agora estou é a precisar de uma semaninha nas termas.

sexta-feira, junho 24, 2005

Saúde (?) cubana

Em Cuba, aquele que é tido pelos cubanos como um dos melhores sistemas de saúde do mundo é, como em Portugal e em outros países da Europa, gratuito. Este facto é geralmente desconhecido pelos cubanos.

O Miguel Pinto relata:

"As condições das instalações [dos Hospitais] são deploráveis. A maioria dos medicamentos não existe (a não ser para quem pode pagá-los no mercado negro). Fazer uma operação com anestesia é um risco enorme, há quem se recuse. Por falta de recursos nem todos acedem às cirurgias: têm prioridade os pinchones [detentores de altos cargos no governo e no PCC] e quem tem dólares para “sensibilizar” os médicos para a sua situação. Seringas e garrafas de soro são de vidro, reutilizáveis. O pessoal clínico leva as batas para casa para lavar, pelo que são facilmente identificáveis na rua: as bactérias, os vírus, as infecções e a porcaria em geral agradecem. Não há sequer lençóis nos hospitais, há que os levar de casa."

Isso não impede que jogadores de futebol (como o Maradona) tratem as suas dependências nos últimos dois pisos deste hospital (tido como uma das melhores clínicas do mundo) só acessível a estrangeiros endinheirados...


Hospital Hermanos Ameijeiras - La Habana (Junho de 2005)

quarta-feira, junho 22, 2005

Ou como pagar uma campanha eleitoral

Olha o gajo!

Santana Lopes escreveu à Comissão Europeia sobre o défice

Epá... estava com tantas saudades!...

Mas o carro do PR não tem leitor de CDs?

"Claro que a banca empresta dinheiro para comprar um carro... eu até ouço na rádio os anúncios e penso: 'Que pena não ter de comprar um carro, isto é uma maravilha.' E não é nada! É um embuste!"

Jorge Sampaio, na Presidência Aberta sobre Inovação e Competitividade, PÚBLICO, 22-06-2005

sexta-feira, junho 17, 2005

Sabidinhas

Entrar na frutaria no momento em que a conversa vai no “Isto já nem com um Salazar lá ia!” não é muito bom começo para uma manhã de Sexta-feira. Tinha acabado de perder os comentários aos pretos e outras raças causadoras de distúrbios (por causa do arrastão da praia de Carcavelos). Naquele instante criticava-se a três vozes uma política de imigração frouxa “Isto vem para cá tudo, para Espanha é que não vão eles”, dizia a fruteira A, “Está tudo a vir de lá para cá que aqui podem fazer o que lhes apetece”, reforçava a fruteira B. Eu mantive-me (a muito custo) calado, e o tema passou logo a seguir para as brasileiras.
O tema das brasileiras espicaçou ainda mais o mulherio (já aqui escrevi sobre a comunidade lá no bairro). Até parecia que estava em Bragança, num tom entre a reprovação e a inveja. Mas a ignorância e a pobreza de espírito também têm pitoresco. A fruteira B afirmava convicta que “Em cada 100 que vêm só uma é que não é!” (puta, subentenda-se). A cliente velhota desabafava “Sabidinhas!”. E repetiam. A fruteira A quebrou a monotonia acrescentando que bem as via, que só compravam frutas que não engordassem “para não afastarem os meninos”, e que esta semana já havia mais duas (brasileiras putas) lá no bairro. E a velhota lá libertava mais um “Sabidinhas!”. A fruteira C, brasileira recém-chegada, não estava (era a uma em cem, suspeito). E olharam para mim em busca de comentários. Mas a minha intervenção já não teve piada suficiente para ser reproduzida.

Cocuyo

O Cocuyo é uma espécie de 'barata voadora' com 3 luzes verdes. Duas perto dos olhos e uma na parte de baixo.

As luzes são semelhantes às dos pirilampos e veêm-se melhor durante os frequentes apagões intituidos pelo estado para reduzir as facturas do consumo de energia do próprio.

Este foi fotografado em Viñales, na casa de agricultores que nos deram de jantar e nos serviram a melhor refeição em Cuba.

Tenho tanta coisa para escrever

sobre Cuba que ainda nem sei por onde começar.

O Miguel Pinto já me emprestou um belo presente.

A Vizinha de Cima (geograficamente falando) também já esboçou qualquer coisa ali.

Com tempo há-de ganhar forma.

Angústias

"...um desses dirigentes [da frente nacional], referiu que os cartazes e palavras de ordem andarão à volta de ideias como "Imigração igual a crime"."

O problema das generalizações é que infelizmente, quando daqui a muito anos estiverem a escavar o meu bonito esqueleto das ruínas de Lisboa, serei catalogado na mesma espécie desses dirigentes...

quinta-feira, junho 16, 2005

Só uma

Dêm-me um dia uma, uma só razão pela qual seja possível, para uma pessoa com cérebro, ser racista.

Só então conseguirei perceber metade do mundo.

Como acabar com a Revolução?

Cuba é a terra dos espectantes.

Os velhos que viveram no tempo da outro senhor guardam de Fidel a ideia de alguém que conduziu Cuba a alguns progressos nomeadamente no que toca à igualdade racial, ao fomento da literacia, etc... No entanto, terá conduzido Cuba na direcção errada, levando a uma espécie de beco sem saída. Há um vago respeito, que tem mais a ver com a memória dourada de jovens que quiseram mudar o mundo (e que não conseguiram e mais do que isso, ficaram, no fim, pior do que o resto do mundo) do que com qualquer outra coisa. Vêem em Fidel, alguém que não se soube rodear das pessoas certas, e que por isso acabou mal.

Os novos e mais, que não sabem (e com alguma propriedade) não querem saber o que era Cuba antes do Fidel lá ter chegado, querem-se ir embora, fugir, ir para um mundo que não está parado no tempo e no espaço, onde, com mais ou menos sacrifícios, cada um tem direito a ter o sonho de poder vir a ser o que quer que seja. Em Fidel, vêem um avô distante, autoritário e opressor que nada lhes diz. Respeitam, por herança cultural. Não mudam por inépcia, medo e amorfismo.

Mas será que a (para mim) maldita Revolução acabará com a morte de Fidel? E o que acontecerá depois? Ficará tudo na mesma? Acho que não, porque dos três putos que tomaram Cuba, só o Fidel está vivo. Todos os outros são figuras menores que não têm qualquer carisma para sustentar no vazio o fardo de obrigar 11 milhões de pessoas a viver mal. Mutará lentamente para um democracia estilo ocidental ainda que com as manigâncias da América Latina? Eclodirá a guerra civil para ajustar as contas de 50 anos a serem denunciados pelos Comités de Defesa da Revolução? Expandirão os Yankees a sua base de Guantanamo à ponta oeste da ilha? Não sei. Mas não sei mesmo. Nem sequer uma pista...

No entanto, espero que a Revolução morra com o Fidel.

quarta-feira, junho 15, 2005

Eu nem ia escrever sobre isto...

... sobre as 3 mortes de notáveis deste fim-de-semana...

Porquê? Porque estes momentos estão repletos de lugares-comuns e porque prefiro que escreva quem tem verdadeiramente alguma coisa a dizer.

No entanto, há uma memória que não me sai da cabeça nos últimos dias e que preciso de exorcizar.

Há uns anos, creio que em 98 ou 99, um grupo de amigos meus organizou uma conversa no ISEG com o Álvaro Cunhal. Eu penso que foi por volta de 98 ou 99 porque pelo que me lembro eu ainda era aluno, mas já por lá parava pouco... mas a verdade é que pode ter sido noutra altura... Enfim! Não é relevante! O que é um facto é que Cunhal já estava afastado da cena política activa e estava já bastante mais velho do que eu previa. Estava mais ou menos como aqui:



E a verdade é que por mais voltas que dê à cabeça, não me consigo lembrar do tema da conversa ou se existia sequer tema, nem do que é que Cunhal nos disse ou do que nós lhe dissémos a ele.

A única coisa de que me lembro é de me sentir totalmente esmagado!

Esmagado pelo olhar inteligente e observador de Cunhal (apesar das cataratas que já o atormentavam) e pela sua presença imponente e solene.

Esmagado pela sensação de estar a contemplar um capítulo da História.

Esmagado pela serenidade do homem, que tanto contrastava com a tese já então em voga de que se tratava de um homem derrotado pela História.

E esmagado pela expressão na face de todos aqueles que o contemplavam, que seria provavelmente também a minha, e que independentemente do posicionamento político que tivessem exalavam um profundo respeito pela figura que tinham à frente.

De resto lembro-me apenas da inesperada afabilidade, descontracção e quase intimidade com que decorreu toda a sessão...

Ah! E lembro-me também dos poucos minutos em que conversámos já depois da sessão acabar e de um amigo comum nos ter apresentado. No final da conversa escreveu-me uma dedicatória, na primeira folha do meu exemplar do livro da sua tese sobre o aborto... Poucos anos depois este livro foi roubado, junto com o resto das coisas que estavam na mochila do meu irmão, no parque de campismo da ilha de Tavira! Ao animal que mo roubou, desejo que pelo menos tenha lido o livro!

Fica-lhes sempre bem

El apoyo del PP a la manifestación del próximo sábado en Madrid contra las bodas entre personas del mismo sexo ha caído como una bomba entre la Plataforma Popular Gay, colectivo homosexual próximo al primer partido de la oposición. Su presidente, Carlos Biendicho, ha pedido a Rajoy que llame a todos los afiliados a no acudir a la misma en calidad de miembros del partido y ha amenazado con revelar los nombres de varios diputados homosexuales si el partido no apoya la futura ley de matrimonios homosexuales.

O PP, que criticava as manifestações enquanto forma de pressão durante o período em que governou o país, vem agora apelar à participação nesta manifestação. O El Pais recorda, e bem, que no dia seguinte há eleições na Galiza onde Fraga Iribarne, o velhinho fascista com 82 anos e que mais uma vez se candidata ao cargo de presidente da Junta, tem proferido diversas declarações homófobas. Será a Galiza mesmo assim, ou tratar-se-á de um erro de avaliação do PP?
As sondagens avançam com uma perda de maioria absoluta do Partido Popular. Caso PSOE e BNG se entendam, isso poderá significar o afastamento do PP do governo da Galiza. Tomara.

Coitadinhos dos racistas

La Comisión de Justicia del Senado ha incluido una enmienda conjunta del PP y de CiU que permitiría a las autoridades y funcionarios alegar el derecho a la abstención por razones de conciencia para no celebrar matrimonios entre personas del mismo sexo.
La enmienda, negociada entre el PP y CiU, establece también la obligación de proveer un sistema de sustitución adecuado para garantizar, en todo caso, que quienes tengan derecho a contraer matrimonio puedan efectivamente celebrarlo. La enmienda ha resultado aprobada con los votos a favor del PP y de CiU (13), la abstención del PNV y el rechazo del resto de los grupos (11).


Por “razões de consciência” funcionários do estado espanhol poderão recusar-se a aplicar uma lei nacional que estabelece a igualdade entre cidadãos independentemente da sua orientação sexual. Por que não propor uma lei semelhante para os casamentos entre brancas e pretos? Afinal não há pessoas que se opõem? Este PP é, de facto, muito discriminatório: coitadinhos dos funcionários racistas.

Um pratinho ligeiro de Verão

Às Quartas-feiras era dia de cozido à portuguesa no restaurante do ginásio. Chegado o verão, decidiram suspender a rotina culinária por causa do calor. Agora o prato das Quartas é feijoada!!!



PS: Mas fazem um gaspacho maravilhoso.

quinta-feira, junho 09, 2005

É mesmo Nabo!

Um sujeito, depois de discursar numa conferência sobre as virtudes inovadoras de multinacionais como a Samsung ou a Saint Gobain, afirma que a inovação em Portugal não deverá passar pelas grandes empresas nacionais mas pelas PMEs. Seria uma situação peculiar no mundo! Quem é o sujeito? Não seria grave se fosse um badameco qualquer da assistência a proferir estas palavras, mas quem o disse foi presidente da PT, é presidente da COTEC e bastonário da Ordem dos Economistas e já tem na mão um bilhete para seguir para a GALP. Chama-se Murteira, o Nabo, pois claro!



Mas ora reparai lá no CV do senhor AQUI. Só não entendo uma coisa: como é que ele faz para ir saltando de uns cargos para os outros? Cá para mim o Nabo sou eu!

Bem e... devagar!

A Slow Food Portugal, tem finalmente um site web.



Esta organização nasceu em Itália em 1986 "pondo em questão o valor da filosofia fast food, como uma atitude inconsciente que corrói a nossa herança culinária, sob a máscara da eficiência."

A manutenção da diversidade gastronómica, a perservação das tradições locais, a protecção do direito ao prazer, a defesa da biodiversidade (por oposição à industrialização e à estandardização), a educação do gosto, a promoção de produtos e produtores de qualidade e da arte de viver bem e a um ritmo mais lento são os alicerces desta organização.

Por mim, sou fã! Quem quiser saber mais, é clickar no logo acima.

A crise

Daqui a precisamente um mês, faz um ano que comecei a rabiscar umas coisas por aqui.

Nos últimos tempos a preguiça e a falta de tempo ou de vontade têm levado a melhor sobre mim e a produtividade na escrita ressente-se disso.

Acho que é altura de retomar aquela ideia de há uns tempos atrás para me tentar revigorar...

terça-feira, junho 07, 2005

Bordeira

Mais uns dias e estamos a juntar as nossas pegadas a estas...

sexta-feira, junho 03, 2005

Ranking metrópoles

Para os obcecados por números e curiosos em geral estas coisas têm sempre interesse. O ranking das maiores metrópoles do mundo em 1975, 2003 e 2015 está disponível AQUI. A lista é muito extensa.

ELPAIS.es para todos

quinta-feira, junho 02, 2005

Já só lá falta o córóné



A vida no meu bairro vai ganhando cores tropicais. Ao princípio foram as anonas, a banana-pão e mais umas frutas estranhas a aparecer lá na frutaria. O sotaque dos transeuntes foi amansando e a cor da pele achocolatou-se. A música que sai das janelas vem mais alegre. Os calções, camisetas e chinelos de meter o dedo vulgarizaram-se. Ao fim da tarde o passeio em frente à churrasqueira vai conhecendo clientes que pedem chopinhos. Até abriu uma loja de produtos místicos brasileiros. Mas estava longe de pensar que uma coisa destas pudesse acontecer. Na semana passada, ao chegar a casa, vejo quatro mulatinhos, por sinal bem jeitosos, com barras e pesos a malhar no meio da rua!!! Imagino que aqueles apartamentos estejam cheios de mães-de-santo e galinhas pretas. Já só lá falta o coroné.