Sabidinhas
Entrar na frutaria no momento em que a conversa vai no “Isto já nem com um Salazar lá ia!” não é muito bom começo para uma manhã de Sexta-feira. Tinha acabado de perder os comentários aos pretos e outras raças causadoras de distúrbios (por causa do arrastão da praia de Carcavelos). Naquele instante criticava-se a três vozes uma política de imigração frouxa “Isto vem para cá tudo, para Espanha é que não vão eles”, dizia a fruteira A, “Está tudo a vir de lá para cá que aqui podem fazer o que lhes apetece”, reforçava a fruteira B. Eu mantive-me (a muito custo) calado, e o tema passou logo a seguir para as brasileiras.
O tema das brasileiras espicaçou ainda mais o mulherio (já aqui escrevi sobre a comunidade lá no bairro). Até parecia que estava em Bragança, num tom entre a reprovação e a inveja. Mas a ignorância e a pobreza de espírito também têm pitoresco. A fruteira B afirmava convicta que “Em cada 100 que vêm só uma é que não é!” (puta, subentenda-se). A cliente velhota desabafava “Sabidinhas!”. E repetiam. A fruteira A quebrou a monotonia acrescentando que bem as via, que só compravam frutas que não engordassem “para não afastarem os meninos”, e que esta semana já havia mais duas (brasileiras putas) lá no bairro. E a velhota lá libertava mais um “Sabidinhas!”. A fruteira C, brasileira recém-chegada, não estava (era a uma em cem, suspeito). E olharam para mim em busca de comentários. Mas a minha intervenção já não teve piada suficiente para ser reproduzida.
O tema das brasileiras espicaçou ainda mais o mulherio (já aqui escrevi sobre a comunidade lá no bairro). Até parecia que estava em Bragança, num tom entre a reprovação e a inveja. Mas a ignorância e a pobreza de espírito também têm pitoresco. A fruteira B afirmava convicta que “Em cada 100 que vêm só uma é que não é!” (puta, subentenda-se). A cliente velhota desabafava “Sabidinhas!”. E repetiam. A fruteira A quebrou a monotonia acrescentando que bem as via, que só compravam frutas que não engordassem “para não afastarem os meninos”, e que esta semana já havia mais duas (brasileiras putas) lá no bairro. E a velhota lá libertava mais um “Sabidinhas!”. A fruteira C, brasileira recém-chegada, não estava (era a uma em cem, suspeito). E olharam para mim em busca de comentários. Mas a minha intervenção já não teve piada suficiente para ser reproduzida.
4 Comments:
Se elas soubessem o que diz das fruteiras. ;)
correcção: Se elas soubessem o que se diz das fruteiras. ;)
epá! Escrevam qualquer coisa!! Quatro bloggista e o blog assim. Paradíssimo!! Qualquer coisa, vá. "Desintediem-me"!
Olha para estas cerejinhas... das fruteiras!
É dessas que eu gosto!
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