sexta-feira, março 31, 2006
segunda-feira, março 27, 2006
sexta-feira, março 24, 2006
Este homem é um senhor!
Mais uma grande demonstração de carácter do Bitinho:
Os instantes que antecederam a marcação da nona grande penalidade no Estádio do Dragão, no encontro de quarta-feira, ficaram marcados por insultos e pelo arremesso da bola contra a cara de Ricardo, por parte do guardião do FC Porto, Vítor Baía.
É por estas e por outras que eu gostei muito daquele cartaz que os lampiones lhe dedicaram, em momento de rara inspiração antes do Europeu, na altura em que se apelava à adesão da população ao evento e à nossa selecção, e que rezava algo como isto: «Baía: 10 milhões de convocados! E tu?»
Os instantes que antecederam a marcação da nona grande penalidade no Estádio do Dragão, no encontro de quarta-feira, ficaram marcados por insultos e pelo arremesso da bola contra a cara de Ricardo, por parte do guardião do FC Porto, Vítor Baía.
É por estas e por outras que eu gostei muito daquele cartaz que os lampiones lhe dedicaram, em momento de rara inspiração antes do Europeu, na altura em que se apelava à adesão da população ao evento e à nossa selecção, e que rezava algo como isto: «Baía: 10 milhões de convocados! E tu?»
quinta-feira, março 23, 2006
Man of the hour - Pearl Jam
Tidal waves don’t beg forgiveness
Crashed and on their way
Father he enjoyed collisions; others walked away
A snowflake falls in may.
And the doors are open now as the bells are ringing out
Cause the man of the hour is taking his final bow
Goodbye for now.
Nature has its own religion; gospel from the land
Father ruled by long division, young men they pretend
Old men comprehend.
And the sky breaks at dawn; shedding light upon this town
They’ll all come ‘round
Cause the man of the hour is taking his final bow
Goodbye for now.
And the road
The old man paved
The broken seams along the way
The rusted signs, left just for me
He was guiding me, love, his own way
Now the man of the hour is taking his final bow
As the curtain comes down
I feel that this is just goodbye for now.
Tidal waves don’t beg forgiveness
Crashed and on their way
Father he enjoyed collisions; others walked away
A snowflake falls in may.
And the doors are open now as the bells are ringing out
Cause the man of the hour is taking his final bow
Goodbye for now.
Nature has its own religion; gospel from the land
Father ruled by long division, young men they pretend
Old men comprehend.
And the sky breaks at dawn; shedding light upon this town
They’ll all come ‘round
Cause the man of the hour is taking his final bow
Goodbye for now.
And the road
The old man paved
The broken seams along the way
The rusted signs, left just for me
He was guiding me, love, his own way
Now the man of the hour is taking his final bow
As the curtain comes down
I feel that this is just goodbye for now.
quarta-feira, março 22, 2006
Cessar-fogo
Não tenho tempo nem para ler e digerir a informação, nem para escrever nada sobre o assunto... mas não queria deixar de referir o facto e de vos deixar links para informação sobre o assunto:
A ETA anunciou hoje um cessar-fogo permanente que vigorará a partir da próxima sexta-feira.
O comunicado integral está aqui.
Como poderão concluir rapidamente, isto exige leitura, releitura, bibliografia complementar, digestão e maturação antes de comentários mais longos, uma vez que junto com o cessar-fogo estão insinuados o reconhecimento do direito de auto-determinação, acusações de repressão, etc.. Mas é um passo com significado profundo e com potencial para se tornar numa etapa importante, que merece o nosso acompanhamento atento.
Aqui está a notícia do Público, aqui estão artigos do El País (dentro dos artigos há links para as reacções dos intervenientes) e aqui a secção multimédia com informação interessante sobre o histórico do processo.
A ETA anunciou hoje um cessar-fogo permanente que vigorará a partir da próxima sexta-feira.
O comunicado integral está aqui.
Como poderão concluir rapidamente, isto exige leitura, releitura, bibliografia complementar, digestão e maturação antes de comentários mais longos, uma vez que junto com o cessar-fogo estão insinuados o reconhecimento do direito de auto-determinação, acusações de repressão, etc.. Mas é um passo com significado profundo e com potencial para se tornar numa etapa importante, que merece o nosso acompanhamento atento.
Aqui está a notícia do Público, aqui estão artigos do El País (dentro dos artigos há links para as reacções dos intervenientes) e aqui a secção multimédia com informação interessante sobre o histórico do processo.
terça-feira, março 21, 2006
Aos agarrados do bife
venho por este meio comunicar a todos os que, como os que habitam lá em casa, gostam de morfar o belo do bife no café de S. Bento a horas menos próprias, que o dito café fechou para remodulação e que só abre depois de Agosto...
Peço ainda encarecidamente a alguém que conheça bife que se lhe equipare, o favor de deixar a morada na caixa de comentários.
Obrigado.
Peço ainda encarecidamente a alguém que conheça bife que se lhe equipare, o favor de deixar a morada na caixa de comentários.
Obrigado.
segunda-feira, março 20, 2006
Este fim de semana...
Parece que houve um Congresso do PSD de que não ouvi nada...
Parece que houve um Congresso do PP do qual nada ouvi...
Parece que o Soares Franco, com 64,5% dos votos, se vai deixar derrotar por uma corja de vales e azevedos às riscas verdes e brancas, em vez de ir à luta...
E parece que aconteceram mais algumas coisas no mundo exterior das quais só muito ao longe ouvi falar...
Entretanto, no meu mundo, constatei que os Rojões que a minha avó fez estavam muito bons, que o Sporting ganhou o 9º jogo consecutivo e que se barrarmos uns bifes de perú com mousse de fígado de pato, acrescentarmos umas fatias de queijo e de fiambre (enrolando tudo e prendendo com palitos), corrigirmos o sal, saltearmos em manteiga e alho, juntarmos uns cogumelos laminados e umas colheres de natas e servirmos cortados em rodelas em cima de um tagliatelle fresco al dente, acompanhado por um bom tinto jovem, como o Vinha da Tapada de Coelheiros que eu abri (de preferência em melhor estado de conservação do que estava o meu), conseguimos preparar um jantar com alguma sofisticação, muito agradável ao paladar e à vista e em menos de meia hora!
Em suma, foi um bom fim de semana: muito descanso e pouca contaminação externa...
Parece que houve um Congresso do PP do qual nada ouvi...
Parece que o Soares Franco, com 64,5% dos votos, se vai deixar derrotar por uma corja de vales e azevedos às riscas verdes e brancas, em vez de ir à luta...
E parece que aconteceram mais algumas coisas no mundo exterior das quais só muito ao longe ouvi falar...
Entretanto, no meu mundo, constatei que os Rojões que a minha avó fez estavam muito bons, que o Sporting ganhou o 9º jogo consecutivo e que se barrarmos uns bifes de perú com mousse de fígado de pato, acrescentarmos umas fatias de queijo e de fiambre (enrolando tudo e prendendo com palitos), corrigirmos o sal, saltearmos em manteiga e alho, juntarmos uns cogumelos laminados e umas colheres de natas e servirmos cortados em rodelas em cima de um tagliatelle fresco al dente, acompanhado por um bom tinto jovem, como o Vinha da Tapada de Coelheiros que eu abri (de preferência em melhor estado de conservação do que estava o meu), conseguimos preparar um jantar com alguma sofisticação, muito agradável ao paladar e à vista e em menos de meia hora!
Em suma, foi um bom fim de semana: muito descanso e pouca contaminação externa...
quinta-feira, março 16, 2006
O banqueiro do povo
Para mim, confesso, Artur Santos Silva sempre foi uma espécie de herói romântico do mundo empresarial: a sua consistência intelectual e moral, os seus valores, o seu humanismo, tudo sempre tão transparentemente exposto nas entrevistas que de vez em quando dá... tudo isto sempre me fez olhar para ele como uma figura diferente dentro do meio empresarial português. A frase que o banqueiro social-democrata proferiu ontem na reunião de quadros do BPI comentando a OPA não-hostil (?!?!?!?!) do BCP é só a cereja no topo do bolo:
«... o banqueiro histórico do BPI, Artur Santos Silva, terminou uma reunião de quadros de topo do banco recorrendo a uma frase da revolucionária espanhola La Pasionaria: "Não passarão!"»
«... o banqueiro histórico do BPI, Artur Santos Silva, terminou uma reunião de quadros de topo do banco recorrendo a uma frase da revolucionária espanhola La Pasionaria: "Não passarão!"»
quarta-feira, março 15, 2006
Parede...como ela é.
Hoje de manhã, caminhando para a estação, pude ouvir a doce música que, por vezes, o dia tem para nos dar.
Já quase a chegar, passei pelo Eduardo das Conquilhas...alguns de vós conhecerão, outros nem tanto. O Eduardo é uma cervejaria que abre portas à Parede há já várias décadas...ameijoa, conquilha, imperial e coisa que tais, são o que por lá se vende mais.
O sítio não é grande, como também já nem grande coisa é...O chão de pedra, o balcão comprido, as mesas pequenas e os guardanapos daqueles finos, quase papel vegetal, enfiados num copo, enrolados, formando um cone invertido...tudo isso é Eduardo das Conquilhas.
Às 7 e meia da manhã, uma senhora, perna baixa e arqueada, cara enrugada e bata exactamente como essa com que a vestiram assim que pensaram nisso (azulinha, às flores piquenas...colorida e com pó)...limpava os vidros da porta de entrada 'pró Eduardo...e lá a vi...pano acima, pano abaixo, cantando "Besame...besame mucho...como se fuera esa noche la ultima vez...BESAME...besame mucho..."...
Pensei e senti que o dia hoje estava para o mundo.
Já na estação, ecoaram palavras que me chamaram para ali...um vagabundo saltimbanco gritava ao mundo o sentido que lhe vinha...ouvi dizer:
"Maria...nunca nasceste...nunca hás-de morrer"...
E o som dessas palavras deixou-me muribundo...enquanto nós, de bacalhau ao pescoço esperávamos o quim 'prá lavoura, outro urrava ao céu uma angústia meio contente...
E tanto tinha aquela frase...era mais que o que parecia...o desterrado tanto tinha para dizer à rua. ao mundo.
Mais visto e chegado, agucei a orelha...era desgosto afinal...o uivo contava:
"Maria...puta nasceste....puta hás-de morrer!"...
E quando finalmente clareei e bebi bem o que berrava, foi aí, nesse instante, que o Aleixo da Parede completou o ramalhete:
"Maria...puta morreste...puta hás-de morrer. Que Deus te abençoe!"
E foi nessa altura, na rua, de ramalhete feito, que um pensamento se me cuspiu pela boca...Parede: sítio que Cesário tanto gostaria de ter visto!
Sorri. Vinha lá o combóio.
Já quase a chegar, passei pelo Eduardo das Conquilhas...alguns de vós conhecerão, outros nem tanto. O Eduardo é uma cervejaria que abre portas à Parede há já várias décadas...ameijoa, conquilha, imperial e coisa que tais, são o que por lá se vende mais.
O sítio não é grande, como também já nem grande coisa é...O chão de pedra, o balcão comprido, as mesas pequenas e os guardanapos daqueles finos, quase papel vegetal, enfiados num copo, enrolados, formando um cone invertido...tudo isso é Eduardo das Conquilhas.
Às 7 e meia da manhã, uma senhora, perna baixa e arqueada, cara enrugada e bata exactamente como essa com que a vestiram assim que pensaram nisso (azulinha, às flores piquenas...colorida e com pó)...limpava os vidros da porta de entrada 'pró Eduardo...e lá a vi...pano acima, pano abaixo, cantando "Besame...besame mucho...como se fuera esa noche la ultima vez...BESAME...besame mucho..."...
Pensei e senti que o dia hoje estava para o mundo.
Já na estação, ecoaram palavras que me chamaram para ali...um vagabundo saltimbanco gritava ao mundo o sentido que lhe vinha...ouvi dizer:
"Maria...nunca nasceste...nunca hás-de morrer"...
E o som dessas palavras deixou-me muribundo...enquanto nós, de bacalhau ao pescoço esperávamos o quim 'prá lavoura, outro urrava ao céu uma angústia meio contente...
E tanto tinha aquela frase...era mais que o que parecia...o desterrado tanto tinha para dizer à rua. ao mundo.
Mais visto e chegado, agucei a orelha...era desgosto afinal...o uivo contava:
"Maria...puta nasceste....puta hás-de morrer!"...
E quando finalmente clareei e bebi bem o que berrava, foi aí, nesse instante, que o Aleixo da Parede completou o ramalhete:
"Maria...puta morreste...puta hás-de morrer. Que Deus te abençoe!"
E foi nessa altura, na rua, de ramalhete feito, que um pensamento se me cuspiu pela boca...Parede: sítio que Cesário tanto gostaria de ter visto!
Sorri. Vinha lá o combóio.
terça-feira, março 14, 2006
Jovem, escuta
Caro anónimo.
Se porventura me estás a ler e me assaltaste o carro hoje à noite ali ao pé do Campo Pequeno, era só para te dizer que espero que, quando andares nos dois pares de patins que me gamaste da mala, te estampes e te fodas todo(a) seu filho da puta mandrião. Espero ainda que saibas que as chuteiras que me roubaste já maracaram muitos golos e que não estão habituadas a ser utilizadas por quaisquer pés micótico e que, por isso, às vezes dão entorses quando não são bem utilizadas. Quanto à mochila da patroa que já deu várias voltas ao mundo, espero que te dê uma marreca daquelas que dói para caralho quando o tempo muda.
Mais acrescento nesta minha missiva que espero que sejas apanhado um dia e que pagues à sociedade esse teu comportamento criminoso. Mais acrescento que farei queixa na PSP e que só tenho pena de não te ter visto no acto como há uns meses atrás vi uns companheiros teus que roubavam um carro e que foram apanhados em flagrante graças ao meu telefonema.
Sem mais, subscrevo com os meus mais ácidos impropérios e o desejo de que o arrependimento de me teres deixado o carro todo cagado te corroa até te levar a deixares os items roubados à minha porta.
Se porventura me estás a ler e me assaltaste o carro hoje à noite ali ao pé do Campo Pequeno, era só para te dizer que espero que, quando andares nos dois pares de patins que me gamaste da mala, te estampes e te fodas todo(a) seu filho da puta mandrião. Espero ainda que saibas que as chuteiras que me roubaste já maracaram muitos golos e que não estão habituadas a ser utilizadas por quaisquer pés micótico e que, por isso, às vezes dão entorses quando não são bem utilizadas. Quanto à mochila da patroa que já deu várias voltas ao mundo, espero que te dê uma marreca daquelas que dói para caralho quando o tempo muda.
Mais acrescento nesta minha missiva que espero que sejas apanhado um dia e que pagues à sociedade esse teu comportamento criminoso. Mais acrescento que farei queixa na PSP e que só tenho pena de não te ter visto no acto como há uns meses atrás vi uns companheiros teus que roubavam um carro e que foram apanhados em flagrante graças ao meu telefonema.
Sem mais, subscrevo com os meus mais ácidos impropérios e o desejo de que o arrependimento de me teres deixado o carro todo cagado te corroa até te levar a deixares os items roubados à minha porta.
segunda-feira, março 13, 2006
quarta-feira, março 08, 2006
Pelo sim pelo não...
Na ementa de hoje do restaurante constava "Ganso de Vitela".
Pelo sim pelo não preferi o cozido à portuguesa. Com isso da gripe das aves nunca se sabe!
Pelo sim pelo não preferi o cozido à portuguesa. Com isso da gripe das aves nunca se sabe!
Os nossos beneméritos 4
A construção de uma central nuclear em Portugal nunca estaria concluída em menos de uma década. Somemos-lhe 50 anos de vida útil. Após o fim da produção é necessário construir um sarcófago no local por forma a conter as radiações. Pensa-se que só ao fim de mais 40 ou 50 anos é possível abrir esse sarcófago e começar a desmantelar a dita. Tudo somado dá mais de um século. E depois ainda vêm uns quantos milhares de anos de resíduos nucleares activos cuja monitorização é conveniente.
Levantam-se aqui duas grandes questões.
A primeira é a de saber quem paga estas tarefas, de custos incalculáveis porque ainda não realizados até ao momento, daqui a tantos anos. A dita "iniciativa privada"? Ou o Estado, ou seja, os que por cá estiverem? Não admira que certos cálculos apresentem um custo de produção de enrgia nuclear tão baixo: os "por nascer" que paguem!
A segunda é a de saber se se pode garantir estabilidade política por tanto tempo por forma a que num futuro longínquo seja possível garantir a existência de conhecimentos técnicos e recursos económicos suficientes para proceder ao desmantelamento e monitorização da situação. Eu espero que sim. Os promotores da construção da central assumem que sim. E entre estes dois pontos de vista vai uma grande diferença...
É esta a herança que queremos deixar a quem por cá estiver?
O Le Monde de hoje traz uma notícia bem a propósito...
Un million de mètres cubes de déchets nucléaires présents en France
La France concentrait 1 032 717 m3 de déchets nucléaires sur son sol au 31 décembre 2004. En 2020, ce volume devrait avoir doublé. Au-delà, "les estimations deviennent particulièrement fragiles, car dépendantes de l'avenir (...) de la production électronucléaire", indique l'Agence nationale pour la gestion des déchets radioactifs (Andra), qui a rendu public, mardi 7 mars, l'inventaire national 2006 des déchets nucléaires et matières valorisables (www.andra.fr).
Ces déchets sont issus pour leur majorité de l'industrie nucléaire (62,5 % du volume), de la recherche (24,1 %), de la défense (10,1 %), de l'industrie non nucléaire (3,1 %) et du médical (0,2 %). Ce deuxième inventaire, qui présente un état des lieux à fin 2004, répertorie 899 sites contenant des déchets radioactifs, contre 856 dans l'édition précédente portant sur 2002.
Levantam-se aqui duas grandes questões.
A primeira é a de saber quem paga estas tarefas, de custos incalculáveis porque ainda não realizados até ao momento, daqui a tantos anos. A dita "iniciativa privada"? Ou o Estado, ou seja, os que por cá estiverem? Não admira que certos cálculos apresentem um custo de produção de enrgia nuclear tão baixo: os "por nascer" que paguem!
A segunda é a de saber se se pode garantir estabilidade política por tanto tempo por forma a que num futuro longínquo seja possível garantir a existência de conhecimentos técnicos e recursos económicos suficientes para proceder ao desmantelamento e monitorização da situação. Eu espero que sim. Os promotores da construção da central assumem que sim. E entre estes dois pontos de vista vai uma grande diferença...
É esta a herança que queremos deixar a quem por cá estiver?
O Le Monde de hoje traz uma notícia bem a propósito...
Un million de mètres cubes de déchets nucléaires présents en France
La France concentrait 1 032 717 m3 de déchets nucléaires sur son sol au 31 décembre 2004. En 2020, ce volume devrait avoir doublé. Au-delà, "les estimations deviennent particulièrement fragiles, car dépendantes de l'avenir (...) de la production électronucléaire", indique l'Agence nationale pour la gestion des déchets radioactifs (Andra), qui a rendu public, mardi 7 mars, l'inventaire national 2006 des déchets nucléaires et matières valorisables (www.andra.fr).
Ces déchets sont issus pour leur majorité de l'industrie nucléaire (62,5 % du volume), de la recherche (24,1 %), de la défense (10,1 %), de l'industrie non nucléaire (3,1 %) et du médical (0,2 %). Ce deuxième inventaire, qui présente un état des lieux à fin 2004, répertorie 899 sites contenant des déchets radioactifs, contre 856 dans l'édition précédente portant sur 2002.
terça-feira, março 07, 2006
A diabolização
José Manuel Fernandes, director do Público escreveu recentemente o que se segue.
« O “caso da Teresa e da Lena” mostrou-nos como um grupo de interesses particular se alia de forma eficiente aos valores do jornalismo dominante para impor ao país uma agenda política que ninguém sufragou.
(...)
A verdade é que entre o mau jornalismo do Expresso, o hábil agendamento mediático do caso (simpático) da Teresa e da Helena e as petições entregues na Assembleia e subscritas por jornalistas e directores de jornais (como fizeram a repórter que cobre estes temas no Diário de Notícias, assim como o seu director e um dos seus directores adjuntos), acabámos perante uma daquelas situações onde antes mesmo de se expor um argumento já se está catalogado e ninguém está disponível para ouvir.»
Digo eu que se a situação não fosse perigosa era apenas ridícula!
Ridícula porque atribui ao movimento LGBT uma capacidade de organização que estamos muitíssimo longe de alcançar. Visto de dentro é quase hilariante! Somos poucos, com pouco dinheiro e enfrentamos a desconfiança de inúmeras entidades públicas e privadas. Os únicos movimentos associativos mais ou menos fortes no nosso país são os ligados às “causas nacionais” consensuais (como Timor, AMI, Abraço...), à Igreja Católica, aos partidos políticos do centrão (directa ou indirectamente, como n fundações que para aí há, a DECO...) e, em parte, os próximos do PCP. Os outros são fracos. Ponto.
Perigosa porque tenta passar a imagem de um grupo forte, organizado, infiltrado, que não olha a meios, que tudo quer e tudo pode e que prejudica a maioria em nome dos seus interesses próprios e mesquinhos. Esta diabolização de uma minoria parece-me muito semelhante à que se fez na Alemanha nazi em relação aos judeus: ricos e poderosos, prejudicam e roubam o alemão honesto em proveito próprio. É o aproveitamento mais reles da teoria do lóbi gay (teoria aceite mesmo entre pessoas informadas e inteligentes!) para afastar estes temas da agenda mediática.
Pode haver quem não acredite mas não houve qualquer articulação entre a petição entregue na AR, a tentativa de casamento de Teresa e Helena, a notícia do Expresso (“Um milhão de portugueses são homossexuais”), o facto de a direcção do DN não ser tão tapadinha como a do Público e a estreia do BrokeBack Mountain. E se o filme tivesse ganhos mais óscares também não! (Embora me pareça que os camaradas californianos andem a dormir, uma oportunidade destas não se pode perder). Se soubessem as atribulações e dificuldades do movimento associativo!
Enfim. O que vale é que o José Manuel Fernandes costuma estar do lado errado da história.
« O “caso da Teresa e da Lena” mostrou-nos como um grupo de interesses particular se alia de forma eficiente aos valores do jornalismo dominante para impor ao país uma agenda política que ninguém sufragou.
(...)
A verdade é que entre o mau jornalismo do Expresso, o hábil agendamento mediático do caso (simpático) da Teresa e da Helena e as petições entregues na Assembleia e subscritas por jornalistas e directores de jornais (como fizeram a repórter que cobre estes temas no Diário de Notícias, assim como o seu director e um dos seus directores adjuntos), acabámos perante uma daquelas situações onde antes mesmo de se expor um argumento já se está catalogado e ninguém está disponível para ouvir.»
Digo eu que se a situação não fosse perigosa era apenas ridícula!
Ridícula porque atribui ao movimento LGBT uma capacidade de organização que estamos muitíssimo longe de alcançar. Visto de dentro é quase hilariante! Somos poucos, com pouco dinheiro e enfrentamos a desconfiança de inúmeras entidades públicas e privadas. Os únicos movimentos associativos mais ou menos fortes no nosso país são os ligados às “causas nacionais” consensuais (como Timor, AMI, Abraço...), à Igreja Católica, aos partidos políticos do centrão (directa ou indirectamente, como n fundações que para aí há, a DECO...) e, em parte, os próximos do PCP. Os outros são fracos. Ponto.
Perigosa porque tenta passar a imagem de um grupo forte, organizado, infiltrado, que não olha a meios, que tudo quer e tudo pode e que prejudica a maioria em nome dos seus interesses próprios e mesquinhos. Esta diabolização de uma minoria parece-me muito semelhante à que se fez na Alemanha nazi em relação aos judeus: ricos e poderosos, prejudicam e roubam o alemão honesto em proveito próprio. É o aproveitamento mais reles da teoria do lóbi gay (teoria aceite mesmo entre pessoas informadas e inteligentes!) para afastar estes temas da agenda mediática.
Pode haver quem não acredite mas não houve qualquer articulação entre a petição entregue na AR, a tentativa de casamento de Teresa e Helena, a notícia do Expresso (“Um milhão de portugueses são homossexuais”), o facto de a direcção do DN não ser tão tapadinha como a do Público e a estreia do BrokeBack Mountain. E se o filme tivesse ganhos mais óscares também não! (Embora me pareça que os camaradas californianos andem a dormir, uma oportunidade destas não se pode perder). Se soubessem as atribulações e dificuldades do movimento associativo!
Enfim. O que vale é que o José Manuel Fernandes costuma estar do lado errado da história.
Lóbi gay
A Wikipedia define lóbi como “grupo de pessoas ou organização que têm como actividade profissional buscar influenciar, aberta ou veladamente, decisões do poder público, especialmente do poder legislativo, em favor de determinados interesses privados.”
O processo de influência da tomada de decisão política é algo perfeitamente natural; é por essa razão que se vota no partido A ou B, que há quem se manifeste ou faça greve, que haja até cidadãos valentes e empenhados que fazem circular e-mails. É neste quadro se insere a petição entrega pela ILGA Portugal na AR. Mas que exista um lóbi gay enquanto “actividade profissional” como a que têm as associações empresariais, por exemplo, isso não existe. E é um facto.
A conotação de lóbi em Portugal é, no entanto, mais ampla. E no geral extremamente negativa porque se foca na ilegitimidade das acções. Por lóbi gay entende-se que os homossexuais estão bem colocados nas hierarquias de poder, manipulando os decisores por forma a favorecer os seus interesses próprios e prejudicando, por essa via, a maioria. A minoria exclui a minoria, entenda-se.
Esta visão é bastante redutora. Em primeiro lugar, parte do princípio que os gays estão todos bem colocados na vida, o que é falso. Há gays de todas as formas e feitios, profissões, cores, opções políticas e partidárias, rendimentos... A homossexualidade é um fenómeno transversal na nossa sociedade. Nem a homossexualidade é uma tara ou capricho de gente “bem” nem os homossexuais são mais inteligentes (e logo ricos) que os outros: são iguais! Estão por todo o lado. Em segundo lugar, esta visão considera que todos os gays se conhecem e identificam facilmente. Se 5% da população for homossexual (estimativa conservadora) há 500.000 em Portugal! A teoria cai por si só. Uma organização secreta de 500.000 pessoas em Portugal? Ridículo, não é? Em terceiro lugar, se esse lóbi é assim tão poderoso por que é que em Portugal a discriminação é tão forte que quase todos têm medo e NINGUÉM se assume publicamente, por que é que em Portugal a legislação continua a discriminar os homossexuais (casamento, adopção, código penal..) quando noutros países a situação já está resolvida? Que benefícios têm retirado os homossexuais desse lóbi? Estranho, não é?
Já ouvi dizer que o Paulo Portas, enquanto ministro, encheu o Ministério da Defesa de gays. Mas o que fez o Santana? E o Durão? E os outros todos? Não encheram os ministérios de heteros? Ou é apenas porque os gays, sendo minoria, são facilmente identificáveis e memorizáveis e outros factores (como a amizade hetero, a escola, o bairro...) não? Todos preenchem os quadros com gente da sua confiança, gente da sua envolvente que, no caso do Portas, pelos vistos eram gays. Mas confundir redes de conhecimento (mais ou menos legítimas) com lóbis organizados é perigoso. Todos nós temos redes de conhecimento a quem recorremos em situações diversas. Querer olhar para um caso em particular, isolar um factor e daí inferir uma lei geral é redutor. Ou será conveniente?
E se se preocupassem com os grupos de pressão organizados com muito dinheiro e interesses financeiros em áreas como a construção civil, branqueamento de capitais, fuga ao fisco ou tráfico de armas? Ainda estou à espera de descobrir acções deste secretíssimo, poderosérrimo e ameaçador lóbi gay.
O processo de influência da tomada de decisão política é algo perfeitamente natural; é por essa razão que se vota no partido A ou B, que há quem se manifeste ou faça greve, que haja até cidadãos valentes e empenhados que fazem circular e-mails. É neste quadro se insere a petição entrega pela ILGA Portugal na AR. Mas que exista um lóbi gay enquanto “actividade profissional” como a que têm as associações empresariais, por exemplo, isso não existe. E é um facto.
A conotação de lóbi em Portugal é, no entanto, mais ampla. E no geral extremamente negativa porque se foca na ilegitimidade das acções. Por lóbi gay entende-se que os homossexuais estão bem colocados nas hierarquias de poder, manipulando os decisores por forma a favorecer os seus interesses próprios e prejudicando, por essa via, a maioria. A minoria exclui a minoria, entenda-se.
Esta visão é bastante redutora. Em primeiro lugar, parte do princípio que os gays estão todos bem colocados na vida, o que é falso. Há gays de todas as formas e feitios, profissões, cores, opções políticas e partidárias, rendimentos... A homossexualidade é um fenómeno transversal na nossa sociedade. Nem a homossexualidade é uma tara ou capricho de gente “bem” nem os homossexuais são mais inteligentes (e logo ricos) que os outros: são iguais! Estão por todo o lado. Em segundo lugar, esta visão considera que todos os gays se conhecem e identificam facilmente. Se 5% da população for homossexual (estimativa conservadora) há 500.000 em Portugal! A teoria cai por si só. Uma organização secreta de 500.000 pessoas em Portugal? Ridículo, não é? Em terceiro lugar, se esse lóbi é assim tão poderoso por que é que em Portugal a discriminação é tão forte que quase todos têm medo e NINGUÉM se assume publicamente, por que é que em Portugal a legislação continua a discriminar os homossexuais (casamento, adopção, código penal..) quando noutros países a situação já está resolvida? Que benefícios têm retirado os homossexuais desse lóbi? Estranho, não é?
Já ouvi dizer que o Paulo Portas, enquanto ministro, encheu o Ministério da Defesa de gays. Mas o que fez o Santana? E o Durão? E os outros todos? Não encheram os ministérios de heteros? Ou é apenas porque os gays, sendo minoria, são facilmente identificáveis e memorizáveis e outros factores (como a amizade hetero, a escola, o bairro...) não? Todos preenchem os quadros com gente da sua confiança, gente da sua envolvente que, no caso do Portas, pelos vistos eram gays. Mas confundir redes de conhecimento (mais ou menos legítimas) com lóbis organizados é perigoso. Todos nós temos redes de conhecimento a quem recorremos em situações diversas. Querer olhar para um caso em particular, isolar um factor e daí inferir uma lei geral é redutor. Ou será conveniente?
E se se preocupassem com os grupos de pressão organizados com muito dinheiro e interesses financeiros em áreas como a construção civil, branqueamento de capitais, fuga ao fisco ou tráfico de armas? Ainda estou à espera de descobrir acções deste secretíssimo, poderosérrimo e ameaçador lóbi gay.
Gralha
Tamanho era a convicção de que a frase estava mal escrita que a piada ali em baixo acabou por não sair...
Olha, é a vida.
Olha, é a vida.
segunda-feira, março 06, 2006
O outro lado da questão
Há duas maneiras de ganhar muito por hora.
Tendo um trabalho que paga bem ou, num trabalho que paga mal, entrando tarde e saindo tarde faz-se o truque.
Tendo um trabalho que paga bem ou, num trabalho que paga mal, entrando tarde e saindo tarde faz-se o truque.
sexta-feira, março 03, 2006
quarta-feira, março 01, 2006
Afinal...
Co'a breca, afinal ainda há coisas engraçadas nesta altura..."Do carnaval só mesmo isto...só mesmo isto, tal e coiso, porque sim, e o camandro..." e já vamos em 7 posts sobre o Entrudo!!
Do carnaval também isto...
O meu Carnaval em Soria foi totalmente branco, devido a um nevão que caiu ininterruptamente durante 21 horas. Algures a meio dessas 21 horas, quando regressava a casa, passei por estes 5 Village People que, em pleno nevão, munidos de equipamento de som, dançavam e cantavam o YMCA em cima de um pequeno monumento numa praça onde apenas ocasionalmente passava alguém. Delirante!