A diabolização
José Manuel Fernandes, director do Público escreveu recentemente o que se segue.
« O “caso da Teresa e da Lena” mostrou-nos como um grupo de interesses particular se alia de forma eficiente aos valores do jornalismo dominante para impor ao país uma agenda política que ninguém sufragou.
(...)
A verdade é que entre o mau jornalismo do Expresso, o hábil agendamento mediático do caso (simpático) da Teresa e da Helena e as petições entregues na Assembleia e subscritas por jornalistas e directores de jornais (como fizeram a repórter que cobre estes temas no Diário de Notícias, assim como o seu director e um dos seus directores adjuntos), acabámos perante uma daquelas situações onde antes mesmo de se expor um argumento já se está catalogado e ninguém está disponível para ouvir.»
Digo eu que se a situação não fosse perigosa era apenas ridícula!
Ridícula porque atribui ao movimento LGBT uma capacidade de organização que estamos muitíssimo longe de alcançar. Visto de dentro é quase hilariante! Somos poucos, com pouco dinheiro e enfrentamos a desconfiança de inúmeras entidades públicas e privadas. Os únicos movimentos associativos mais ou menos fortes no nosso país são os ligados às “causas nacionais” consensuais (como Timor, AMI, Abraço...), à Igreja Católica, aos partidos políticos do centrão (directa ou indirectamente, como n fundações que para aí há, a DECO...) e, em parte, os próximos do PCP. Os outros são fracos. Ponto.
Perigosa porque tenta passar a imagem de um grupo forte, organizado, infiltrado, que não olha a meios, que tudo quer e tudo pode e que prejudica a maioria em nome dos seus interesses próprios e mesquinhos. Esta diabolização de uma minoria parece-me muito semelhante à que se fez na Alemanha nazi em relação aos judeus: ricos e poderosos, prejudicam e roubam o alemão honesto em proveito próprio. É o aproveitamento mais reles da teoria do lóbi gay (teoria aceite mesmo entre pessoas informadas e inteligentes!) para afastar estes temas da agenda mediática.
Pode haver quem não acredite mas não houve qualquer articulação entre a petição entregue na AR, a tentativa de casamento de Teresa e Helena, a notícia do Expresso (“Um milhão de portugueses são homossexuais”), o facto de a direcção do DN não ser tão tapadinha como a do Público e a estreia do BrokeBack Mountain. E se o filme tivesse ganhos mais óscares também não! (Embora me pareça que os camaradas californianos andem a dormir, uma oportunidade destas não se pode perder). Se soubessem as atribulações e dificuldades do movimento associativo!
Enfim. O que vale é que o José Manuel Fernandes costuma estar do lado errado da história.
« O “caso da Teresa e da Lena” mostrou-nos como um grupo de interesses particular se alia de forma eficiente aos valores do jornalismo dominante para impor ao país uma agenda política que ninguém sufragou.
(...)
A verdade é que entre o mau jornalismo do Expresso, o hábil agendamento mediático do caso (simpático) da Teresa e da Helena e as petições entregues na Assembleia e subscritas por jornalistas e directores de jornais (como fizeram a repórter que cobre estes temas no Diário de Notícias, assim como o seu director e um dos seus directores adjuntos), acabámos perante uma daquelas situações onde antes mesmo de se expor um argumento já se está catalogado e ninguém está disponível para ouvir.»
Digo eu que se a situação não fosse perigosa era apenas ridícula!
Ridícula porque atribui ao movimento LGBT uma capacidade de organização que estamos muitíssimo longe de alcançar. Visto de dentro é quase hilariante! Somos poucos, com pouco dinheiro e enfrentamos a desconfiança de inúmeras entidades públicas e privadas. Os únicos movimentos associativos mais ou menos fortes no nosso país são os ligados às “causas nacionais” consensuais (como Timor, AMI, Abraço...), à Igreja Católica, aos partidos políticos do centrão (directa ou indirectamente, como n fundações que para aí há, a DECO...) e, em parte, os próximos do PCP. Os outros são fracos. Ponto.
Perigosa porque tenta passar a imagem de um grupo forte, organizado, infiltrado, que não olha a meios, que tudo quer e tudo pode e que prejudica a maioria em nome dos seus interesses próprios e mesquinhos. Esta diabolização de uma minoria parece-me muito semelhante à que se fez na Alemanha nazi em relação aos judeus: ricos e poderosos, prejudicam e roubam o alemão honesto em proveito próprio. É o aproveitamento mais reles da teoria do lóbi gay (teoria aceite mesmo entre pessoas informadas e inteligentes!) para afastar estes temas da agenda mediática.
Pode haver quem não acredite mas não houve qualquer articulação entre a petição entregue na AR, a tentativa de casamento de Teresa e Helena, a notícia do Expresso (“Um milhão de portugueses são homossexuais”), o facto de a direcção do DN não ser tão tapadinha como a do Público e a estreia do BrokeBack Mountain. E se o filme tivesse ganhos mais óscares também não! (Embora me pareça que os camaradas californianos andem a dormir, uma oportunidade destas não se pode perder). Se soubessem as atribulações e dificuldades do movimento associativo!
Enfim. O que vale é que o José Manuel Fernandes costuma estar do lado errado da história.
1 Comments:
se fosse a vocês mandava fazer uma purga na Academia, há falhas no Politburo de L.A.
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