sexta-feira, outubro 15, 2004

José Manuel Fernandes

Os editoriais do José Manuel Fernandes no Público são sempre... Bem, digamos que apenas concordamos quanto ao PSL (mas eu não tenho outros amigo no PSD, só mesmo os do emprego).
Aqui há uns meses atrás enviei uma carta para o director do Público e recebi uma resposta. Por uma questão de respeito não o voltei a contactar mais (tipo aquele pessoal que reenvia pornografia e insiste com as cadeias da sorte) mas guardei o endereço para uma ocasião "especial".

A ocasião "especial" foi provocada pelo editorial de hoje. Enviei um e-mail a cascar no JMF. A ligação para o editorial aqui.

6 Comments:

Blogger JTF said...

É engraçado é como ele consegue escrever aquilo tudo abordando a parte do matrimónio, mas sem explorar muito... Claro que, à parte a origem etimológica, não é muito fácil encontrar argumentos que justifiquem essa teoria... Mesmo recorrendo à doutrina católica...

De resto, eu até concordo que a esquerda, na qual me incluo, sofre de algum complexo de superioridade moral e intelectual...

Mas isso até nos dá graça!

5:09 da tarde  
Blogger molin said...

Superioridade moral até concordo, mas intelectual... nem por isso. Mas sem dúvida temos uma maior sensibilidade em todas as áreas. Cultura é, sem dúvida, uma manifestação tipicamente de esquerda.

7:19 da tarde  
Blogger molin said...

Quanto ao editorial do JMF, que bem que lhe fica fazer o papel do diabo, aproveitando para fazer a apologia das bofetadas de luva branca aos delatores precipitados (leia-se Borrell!)

Mas pode ser que não demore muito tempo a recorrer à defesa da teoria do contraditório (tão em voga nestes tempos que correm) para justificar as opções e decisões do futuro Comissário da Justiça, com as suas convicções pessoais, que agora admite que as tem mas que tal não significa que sejam articuladas no exercício das suas funções.

Usando a metáfora do pirómano... "Ok, sou incendiário, confesso, mas prometo enquanto for bombeiro pôr de lado essas minhas taras".
Façam como os americanos: metam-lhe a Bíblia debaixo da mão esquerda, façam-no levantar o braço direito e jurar que percebe o significado da Justiça ser CEGA.

7:33 da tarde  
Blogger Delfim said...

O sr Ruttiglione parece sofrer de um complexo de superioridade moral e intelectual.

Provavelmente tb ele achará que a igreja católica tem uma maior sensibilidade em todas as áreas e que a cultura é uma manifestação típica da igreja católica.

Mas isso até lhe dá uma certa graça.

Será que dá?...

Ou será que contribui para extremar as posições de uma certa esquerda que tb ela sofre de um certo complexo de superioridade moral e intelectual?
Ou será antes esta esquerda que contribui para o extremar de posições do sr Rutiglione?
Ou serão ambas?

Para quem as observa à distância, estas duas posições parecem os extremos que se tocam.

abr,
PC

10:12 da tarde  
Blogger mfc said...

Este editorial é inqualificável.

1:41 da manhã  
Blogger Miguel Pinto said...

Em resposta a um dos comentários anteriores deixo ficar aqui a carta que enviei para o Público (enviei uma dentro do mesmo tom mas mais personalizada ao próprio JMF).

O "Tempos que correm", blogue do Miguel Vale de Almeida cuja ligação é possível encontrar aí ao lado, tem uma muito boa (como sempre) análise da questão.

Um abraço!


" Envio este texto a propósito do editorial de José Manuel Fernandes de 15 de Outubro sobre o pré-Comissário (?) Buttiglione e a questão da homossexualidade.

Eu concordo com JMF quando diz que não se deve impor aos outros aquilo que se considera mais correcto. E se o senhor Buttiglione não gosta de homossexuais, isso é lá com ele. Acontece que aos homossexuais é diariamente imposto aquilo que os "outros" consideram correcto. O seu comportamento não interfere com a vida de ninguém; mas os "outros" interferem com a sua vida. E de que maneira.

Se o senhor Buttiglione tivesse sido nomeado para Comissário da Agricultura ePescas a questão não era tão grave. Mas foi-lhe atribuído o pelouro das liberdades e garantias.

Os homossexuais precisam de ser discriminados. Mas discriminados positivamente. É necessário que à frente dos cargos de responsabilidade esteja uma pessoa com
um discurso positivo e tolerante. Ora, custa-me muito a crer que alguém que considera a homossexualidade um pecado vá lutar pela sua aceitação. Não pela promoção, como a reacção anti-gay ridiculamente proclama, mas pela aceitação. Que veja os homossexuais como iguais, como cidadãos cumpridores de todos os deveres e merecedores de todos os direitos. Tal como os outros

A melhor expressão que encontrei para designar esta questão foi precisamente a de António Costa (PS) que disse "É como nomear um pirómano para comandar o
combate aos incêndios".

Quanto à questão da legitimidade eleitoral, essa tanto existe por parte do governo italiano para nomear um comissário como por parte do Parlamento Europeu para chumbar uma comissão. Temo é que as conveniências e acordos não o venham a permitir.

A discriminação, contra mulheres, gays, transexuais, deficientes, imigrantes, pretos, amarelos e vermelhos, continua a ser uma realidade. E ou a combatemos
activamente ou nos conformamos."

11:28 da manhã  

Enviar um comentário

<< Home