Sócrates
Ao contrário do que esperava, até gostei de ouvir.
O início foi confrangedor: Sócrates sabia o que queria dizer e apesar de as perguntas não serem o que ele queria, despejava as respostas que lhe apetecia...
No entanto, com o avançar da entrevista, Sócrates despejou o que queria despejar e começou a falar mais livremente.
E foi aí que deixou alguns sinais interessantes, nomeadamente ao nível dos princípios:
- O entendimento de que os problemas com o sector público existem, mas que a resposta aos problemas não é acabar com o Estado, mas sim reformá-lo, defendendo o modelo social europeu;
- O Conhecimento, a Ciência, a Qualificação, a Inovação e as Tecnologias como centro de um projecto tendente a requalificar e reestruturar a sociedade e a economia portuguesa;
- O entendimento de que o Estado em matérias da esfera do social (como o aborto, a homosexualidade, etc.) deve dar um passo atrás e deixar espaço à individualidade (embora, obviamente, não se alheando dos problemas).
Se é verdade que tudo isto é muito vago e genérico e que tudo parece muito neo-guterrista (incluido as Novas Fronteiras, que não parecem tão novas quanto isso...), também é verdade que, apesar da clara atracção pelo poder, Sócrates é menos conservador que Guterres.
Reservo-me assim o direito de esperar para ver, sem grandes ilusões, mas com alguma esperança de que pelo menos nestas áreas algumas propostas concretas interessantes possam vir a surgir.
1 Comments:
Falta ainda a ideia copiada (resta saber se com tanta eficácia como a original) dos Estados Gerais, que Sócrates também quer resuscitar. Gosto do estilo, apesar de me parecer muito plástico.
Um pouco como a comida do MacDonald's: sabem bem, todos dizem que é artificial, mas segundo alguns nutricionistas, de vez em quando, não faz mal à saúde!
Uma coisa é certa: "Pior é Impossível"!
Enviar um comentário
<< Home