terça-feira, outubro 12, 2004

The Budget, Episode I

Depois de ser atacado por todos os lados por passar a vida a soltar medidas disparatadas à saída do Metro, ou antes de entrar na casa de banho do Colombo, e que são desmentidas pelos seus Ministros nas semanas seguintes, Santana decidiu fazer o mea culpa e corrigir a estratégia.

Assim, por conselho do Secretário-Geral do PSD, Miguel Relvas, que considera que o Primeiro-Ministro não deve falar com os políticos (essa classe de energúmenos), Santana resolveu adoptar um estilo mais formal e dirigir-se à grande família que é Portugal olhos nos olhos numa comunicação oficial, onde desenrolou o habitual chorrilho de disparates (sim... parece que nenhum dos dois percebeu que a crítica não era só aos disparatados sítios onde Santana anunciava as medidas, mas, sobretudo, ao facto de anunciar medidas que não discutiu com os Ministros e cuja viabilidade desconhece).

E assim fez, ontem, uma semana antes da apresentação do Orçamento de Estado para 2005, numa espécie de ante-estreia do mesmo. Tranquilamente afirmou (segundo leio, porque não tive o prazer de assistir à familiar conversa) que vai baixar impostos, subir salários e pensões, aumentar o investimento público e cumprir o objectivo do défice, não ultrapassando os 3%. Será que foi assim que Bagão, que anunciou o contrário há algumas semanas, escreveu o argumento do dito, ou estaremos na presença de um "Orçamento de Estado 2005 - Director's Cut"?

Isto, claro, depois de ter dito a mesma coisa nos Açores, em plena campanha eleitoral... Aliás, o Orçamento de Estado só será divulgado depois das eleições nas Regiões Autónomas, o que dá para desconfiar um bocadinho...

Entretanto, os diversos Ministros, que ontem à noite devem ter estado todos coladinhos à TV, a roer as unhas nervosamente, tentando antecipar quem seria desta vez o entalado, devem estar desde as 7h00m da manhã a fazer contas furiosamente para analisar a (in)viabilidade das medidas anunciadas e a desmultiplicar-se em esforços por arranjar tempo de antena para desmentir com cuidado (mas em directo) as promessas do Desbocado.

É assim possível que o Orçamento de 2005, a apresentar na Assembleia na próxima semana, seja outra coisa qualquer que não o que foi dito. Mas, se for, quem é que vai estranhar?...

P.S.1. Uma outra dúvida assalta-me o espírito: porque é que vamos fazer para o ano um referendo sobre um Tratado (o Tratado Constitucional da União Europeia) que vamos assinar este ano?

P.S.2. Se algum dos concorrentes da Quinta das Celebridades tiver que abandonar a quinta, não seria possível forçar o Santana a meter 30 dias de férias e metê-lo lá a ordenhar vacas?

1 Comments:

Blogger molin said...

O Orçamento vai depender de quem ganhar nos Açores: se vencer o PSD vão ter de arranjar mais dinheiro para tentar tapar o buraco das promessas que fez (Plano B); se for o PS, de novo, continua tudo como está e o César que se arranje para o que quiser.

Quanto ao PSL na Quinta das Celebridades, seria a única maneira de haver sexo no programa. A Cinha, pelos vistos, continua com os Pedros e presidentes de câmara atravessados... sabe-se lá onde!

6:05 da tarde  

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