Abjecções Democráticas
Não resisto a deixar aqui algumas passagens de um texto inqualificável, publicado no Jornal da Madeira, pelo democrático Presidente do Governo Regional do Arquipélago, a que cheguei através d'O Jumento.
A actuação de uma pessoa que concentra em si há quase 30 anos o poder político e administrativo de uma Região Autónoma (que lhe permite, entre outras coisas, reservar o emprego público para militantes do seu partido, guardar as bolsas de estudo para Universidades no Continente para quem se inscreva na Juventude do seu partido, investir apenas nos locais onde a votação no seu partido é a esperada, etc.), não deveria estar sujeita a algum tipo de regras e de fiscalização, que permitissem assegurar aos habitantes da Região a democraticidade das suas escolhas e ao resto do País o conforto de sentir que a democracia já chegou a todo o território nacional?
Será que o medo de enfrentar o maior ego político do pós-25 de Abril, essa espécie de Fidel pseudo-plural, é tão grande que tolhe a reacção do poder central?
É que a verdade é que os Presidentes da República, Governos e Parlamentos sucedem-se e o comportamento de Alberto João Jardim continua o mesmo e, à excepção de alguns episódios esporádicos, toda a gente o tolera e se desloca à Madeira ao beija-mão, mesmo sabendo que corre o risco de que, depois da palmadinha nas costas, venha a facada nas mesmas, muitas vezes estando o alvo ainda dentro do avião de regresso ao Continente.
Enfim... por este andar teremos que esperar que o senhor se reforme. E isso não parece estar para breve!...
Quem observar os resultados de eleições na Região Autónoma da Madeira, de há alguns anos para cá, reparará que as duas organizações comunistas — o PCP, ridiculamente travestido de “CDU”, e a UDP, rebaptizada de “bloco de esquerda” —, somadas, andam normalmente à volta dos oito por cento dos votos expressos, mais do que o CDS.Uma das virtudes do sistema democrático é permitir que cada um possa expressar a sua opinião e tentar cativar pessoas que a subscrevam. Na maior parte dos casos, o auto-controle e o bom senso são suficientes para que o equilíbrio no pensamento vingue. No entanto, existem casos em que o ideal seria o açaime, a trela, ou outro instrumento do género.
O que é muito para o sistema democrático da nossa Autonomia Política, na medida em que o projecto de tais duas organizações não é democrático, nem autonomista.
E isto poderia ser pior, não fosse o radicalismo do Partido Socialista local, que, assim, apanha mais uns votos de extremistas, os quais, se perante um PS mais moderado, acabariam por transferir o voto para o PCP ou para a UDP.
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Assim, e também no caso concreto da Madeira, nomeadamente, o PCP joga através da infiltração do Partido Socialista da rua do surdo, visível no comportamento de manual soviete que se conhece sobejamente identificado nalguns indivíduos bem colocados na “nomenclatura” do PS local.
O que, para o sector comunista madeirense, constitui uma mais-valia, para além dos seus resultados eleitorais.
Não é possível, para já, detectar que organização “infiltra” o CDS local, cujo “esquerdismo” radical também tem muito a ver com idiotice, irresponsabilidade e incompetência.
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É que, se um indivíduo vota comunista, ignorando estas realidades, coitado, é um ignorante, mal-informado, e há que ver as razões disso.
Mas se vota consciente de toda a tragédia que o comunismo semeou, e que assim também quer ver semeada na Madeira ou em Portugal, normalmente, por razões de “vingança” relacionada com os traumas e os falhanços de vida que transporta, então já estamos no domínio do patológico. Da perigosidade social. E qualquer sociedade que se quer democrática, tem Direito à legítima defesa!
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os Quadros do PCP são reduzidíssimos; donde lhe vem profissionalmente mais candidatos, é nos “desempregados”, na “hotelaria” e, pasme-se… “técnicos de telecomunicações”!… Aqui, por razões de Segurança, é preciso ver, já, o que se passa.
A actuação de uma pessoa que concentra em si há quase 30 anos o poder político e administrativo de uma Região Autónoma (que lhe permite, entre outras coisas, reservar o emprego público para militantes do seu partido, guardar as bolsas de estudo para Universidades no Continente para quem se inscreva na Juventude do seu partido, investir apenas nos locais onde a votação no seu partido é a esperada, etc.), não deveria estar sujeita a algum tipo de regras e de fiscalização, que permitissem assegurar aos habitantes da Região a democraticidade das suas escolhas e ao resto do País o conforto de sentir que a democracia já chegou a todo o território nacional?
Será que o medo de enfrentar o maior ego político do pós-25 de Abril, essa espécie de Fidel pseudo-plural, é tão grande que tolhe a reacção do poder central?
É que a verdade é que os Presidentes da República, Governos e Parlamentos sucedem-se e o comportamento de Alberto João Jardim continua o mesmo e, à excepção de alguns episódios esporádicos, toda a gente o tolera e se desloca à Madeira ao beija-mão, mesmo sabendo que corre o risco de que, depois da palmadinha nas costas, venha a facada nas mesmas, muitas vezes estando o alvo ainda dentro do avião de regresso ao Continente.
Enfim... por este andar teremos que esperar que o senhor se reforme. E isso não parece estar para breve!...
1 Comments:
Ao menos com o Jardim sabe-se onde está o dinheiro investido. Tem obra feita.
Já viste bem como se contrói uma estrada na costa norte da Madeira? Ponte-túnel-ponte-túnel-... O aeroporto? A via-rápida para o Funchal? Tudo muito dispendioso, mas está lá tudo para quem quiser ver onde é investido o dinheiro.
E o rendimento dos Madeirenses por comparação à média de Portugal como tem evoluído?
Entre 1995 e 2001 cresceu 79%(!) sendo em 2001 a segunda região mais rica do país com 113% da média nacional, atrás de Lisboa e Vale do Tejo (com 133%).
Isto aliado à imagem que ele tão bem criou que todos querem subjugar a Madeira e que só o grande Alberto João tem conseguido defender a Madeira de todas as ameaças, resulta na sua eleição sistemática. Claro.
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