Economia e ambiente #2
Atento ao que o QnM diz, o Governo reagiu, lançando um concurso internacional para 1700 MW de energia eólica e justificando a medida - está lá tudo:
- apelo a investidores nacionais, de forma a não importar a tecnologia e a criar emprego;
- divisão do concurso em 3 fases, mutuamente exclusivas, para não concentrar regionalmente o investimento e para ter 2 concursos para grandes fornecimentos (grandes empresas) e 1 para pequenas iniciativas geograficamente distribuidas e que favorecem regiões mais pobres e despovoadas;
- maior grau de independência energética face ao exterior, com óbvias consequências (positivas) em termos de balança comercial e de vulnerabilidade às oscilações do dólar e do preço do petróleo;
- e, last but not least, um passo importante em matéria de estímulo à produção e utilização de energias renováveis e mais limpas.
Se calhar estou-me a impressionar com pouco, mas parece-me, definitivamente, um passo muito importante e na direcção certa!
- apelo a investidores nacionais, de forma a não importar a tecnologia e a criar emprego;
- divisão do concurso em 3 fases, mutuamente exclusivas, para não concentrar regionalmente o investimento e para ter 2 concursos para grandes fornecimentos (grandes empresas) e 1 para pequenas iniciativas geograficamente distribuidas e que favorecem regiões mais pobres e despovoadas;
- maior grau de independência energética face ao exterior, com óbvias consequências (positivas) em termos de balança comercial e de vulnerabilidade às oscilações do dólar e do preço do petróleo;
- e, last but not least, um passo importante em matéria de estímulo à produção e utilização de energias renováveis e mais limpas.
Se calhar estou-me a impressionar com pouco, mas parece-me, definitivamente, um passo muito importante e na direcção certa!
7 Comments:
De facto não é mau, assim à laia de aperitivo.
A energia eléctrica consumida em Portugal ronda cerca de 20% do total da energia consumida em Portugal. O sector dos transportes consome cerca de 6 vezes mais energia do que aquela que é gasta no consumo de electricidade. Daqui, temos logo o problema de nos estarmos a alhear de cerca de 80% do consumo de energia – balanço aqui. No entanto, e dado que a maioria do consumo destes sectores que ficam de fora é dependente do petróleo, fica-se a aguardar o desenvolvimento de motores eléctricos, yada, yada, yada, isto se alguma vez o lobby dos petróleos deixar.
Relativamente à produção de energia eléctrica, os anunciados 1700 MW que serão fornecidos pela energia eólica, corresponderiam (se não houvesse aumento do consumo de electricidade) a 365 dias x 24 horas/dia x 1700 MW = 14,9 GWh, o que quer dizer que se poderia reduzir para metade a energia produzida pelas centrais térmicas e ter o vento a gerar tanta energia como as barragens, ou seja, se não me enganei a fazer as contas, ter o vento a gerar 30% do total de energia eléctrica do país, o que quereria dizer que cerca de 70% do total da energia eléctrica viria de fontes renováveis (vento + água). E é aqui que me perco, porque mesmo sabendo que isto só tem a haver com a energia eléctrica, acho que já alguém deveria ter feito esta conta e distribuído aos jornalistas para fazer manchetes de jornais.
É claro que tem o custo de 3000 milhões de euros, o que parecendo que não, ainda é dinheiro. Principalmente quando já há para aí empresários a oferecerem a construção de uma central nuclear...
Estou mesmo todo baralhado... Acho que não devia ter bebido tanto na sexta...
O sector dos transportes consome cerca de 4 vezes mais energia do que aquela que é gasta no consumo de electricidade.
Um bom passo sem dúvida!
Nos transportes, os grandes construtores automóveis já vão anunciando modelos híbridos movidos a gasolina e a hidrogénio, que é o mesmo que dizer, a água!
Estou em crer que em dez anos o petróleo perderá importância. Mas não as petrolíferas, que farão render as patentes relacionadas com energias alternativas que têm vindo a comprar e a fechar a sete chaves na gaveta!!
Oh LN - estás a sugerir o fim do sector dos transportes? Ou que caguemos para o vento porque só representa 6% do total de energia consumida?
Os japoneses, brilhantemente, trocaram o fato e gravata pela camisa de manga curta, puseram os ares condicionados 1º mais acima e esperam com isso uma redução nas emissões que lhes permita respeitar o protocolo de Kyoto. E tu queres cagar na transformação de 6% da energia consumida em energia limpa e renovável? É essa a proposta?
Delfim: Isso só mostra que as petrolíferas (ao contrário de outras empresas que tão bem conhecemos) pensam a médio/longo prazo e garantem a sua sobrevivência e o bem-estar futuro de todo o «eco-sistema» económico que formam, nomeadamente, dos seus accionistas e dos seus trabalhadores, que vêem os seus postos de trabalho futuros assegurados.
Não, não...
Quando comecei a escrever parecia-me pouco, mas no fim do comentário cheguei à conclusão de que afinal é bastante...
Daí estar baralhado...
Meus amigos...
Antes que abram o champagne para festejar o bom desempenho do Governo Socrates, nomeadamente apresentando estas medidas para o aumento de produção de energia eólica, e muito bem!, gostaria que reflectissem no seguinte:
- Estas medidas são baseadas no programa do anterior governo, com um novo "embrulho" socrates.
- O Governo vai investir ZERO euros.
- Portugal não tem competitividade para produzir os componentes (torres e pás), pelo que obrigar os fabricantes a produzir cá os componentes poderá não trazer nenhum benefício.
- Por fim, a energia eólica não é um fim, nem resolve os nossos problemas energéticos... Pelas notícias de ontem, parecia que os nossos problemas estariam todos resolvidos! Alguns jornalistas chegaram a dizer que o parque instalado com este novo concurso daria para abastecer Lisboa!! E quando faltar o vento? Apaga-se a cidade??...
Bandeira azul para o Governo pela continuação dos programas de incentivo às energias renováveis, mas prudência com esta nova tendência para o eolismo...
Não creio que estejamos perante planeamento a médio ou longo prazo das petrolíferas. O seu comportamento indicia antes uma defesa no curto prazo, por todos os meios, do seu modelo de negócio. Utilizam o seu enorme poder financeiro para abafar tudo o que lhe possa fazer frente, quer sejam novas patentes que possam revolucionar o seu status quo, ou dirigentes africanos que promovam a livre concorrência na exploração dos recursos petrolíferos de seus países...
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