sexta-feira, outubro 29, 2004

JMF no seu melhor!...

Ontem, no editorial do Público, JMF voltou a despir a sua capa de crítico de Santana e voltou a vestir a de devoto de São Zé Manel Barroso, o Durão!

Assim, de forma a criticar o Parlamento Europeu por ter começado a funcionar (e no meio de alguns argumentos que fazem todo o sentido, reconheço) acabou por ir buscar umas declarações de Cohn-Bendit com quase 40 anos:

"P.S. - Um dos heróis da discussão parlamentar foi o mesmo que, na década de 70, quando trabalhava num infantário, descreveu assim algumas das suas experiências: "Às vezes acontecia que algumas crianças abriam a minha braguilha e começavam a acariciar-me. (...) Se insistiam, também as acariciava. (...) As meninas de cinco anos tinham aprendido como excitar-me. É incrível." Quando estas declarações antigas foram desenterradas pelos "media" falou-se de "caça às bruxas", pois o seu autor é, "apenas", o intocável Daniel Cohn-Bendit. Se, por acaso, fosse indicado para comissário do mesmo pelouro que Buttiglione, alguém imagina que se levantaria idêntica tempestade entre os deputados?"

A demagogia do personagem bateu no fundo! Dificilmente JMF poderá descer mais baixo. Ele que foi maoísta e que provavelmente passou por alguma comuna em algum momento da sua adolescência deveria saber melhor que ninguém enquadrar estas declarações.

São declarações feitas num período de revolução sexual e muita droga nas carolas! Um período de libertinagem total, sem valores e cheio de exageros injustificáveis! A época das comunas e do sexo livre, foi a época da libertação sexual e da revolução de costumes e foi um período necessário e que permitiu que a geração dele e a nossa sejam gerações tão diferentes das anteriores.... Estas declarações seriam gravíssimas se Cohn-Bendit as mantivesse hoje, a frio e já a uma distância tão grande desse tempo. Mas, a realidade, é que ele próprio já as condenou... Como tal, este depoimento (chocante!) não tem nada a ver com pedofilia, estando até mais próximo de uma primeira forma de educação sexual (embora uma forma totalmente imbecil e repugnante).

As declarações de Buttiglione, pelo contrário, são recentes, partiram da sua exclusiva vontade (como afirmou ontem Freitas do Amaral, a política e a religião estão há muitos anos separadas e assim devem continuar) e nem a própria Igreja é tão reaccionária, p.e. relativamente à instituição matrimónio e ao papel da mulher na sociedade, quanto Buttiglione foi (baseio-me uma vez mais na entrevista de Freitas do Amaral ontem à RTP, um católico reconhecido que ficou também ele chocado com as afirmações do Rocco).

Enfim... a cegueira de JMF quando fala do seu ídolo não pára de me surpreender. Chega ao ponto de conseguir pôr em causa o seu próprio trabalho...