sexta-feira, setembro 23, 2005

Regresso à estrada


"Não se preocupem que daqui a 150 km já há lugares sentados, afirmava o motorista"

Quatro e meia da manhã foi a hora combinada para nos irem buscar ao hotel. O percurso de regresso incluía uma viagem de chapa até ao Namialo para aí apanhar o primeiro autocarro que passasse para Pemba.

O primeiro autocarro vinha tão cheio que nem havia lugar para pôr os pés. Os animais na Europa são transportados com maior conforto. Recusámos fazer a viagem e descemos. Enquanto aguardávamos que chegasse outra alternativa tivemos uma experiência bastante má: em sociedades pobres e desorganizadas os mais fracos estão ainda mais expostos ao pior que a natureza humana tem que noutros sítios. Os vários espectáculos degradantes que os tolos da terra e a população nos proporcionaram em 20 minutos foram suficientes para me arrasarem emocionalmente. As "férias-aventura" exigem algum estofo.

O segundo autocarro vinha menos cheio e arranjámos uns bons lugares a pé mesmo ao lado do simpático motorista que nos tinha conduzido alguns dias antes. Sair do Namialo era o mais importante a fazer.