Coisas que vêm de trás
Numa das minhas postas anteriores manifestei a minha discordância relativamente a um editorial do Público. Enviei uma mensagem de correio electrónico ao director que teve direito a publicação e resposta na edição de ontem, dia 21 (obrigado pela informação MATS).
Em breve comentarei a questão da discriminação positiva (ou o que eu entendo por ela).
Ainda o caso Buttiglione
Escrevo a propósito do editorial [de 15-102004 de José Manuel Fernandes] sobre o pré-comissário (?) Buttiglione e a questão da homossexualidade.
Eu concordo com José Manuel Fernandes, quando diz que não se deve impor aos outros aquilo que consideramos mais correcto. E, se o senhor Buttiglione não gosta de homossexuais, isso é lá com ele. Acontece que a nós, homossexuais, nos é diariamente imposto aquilo que os "outros" consideram correcto. O nosso comportamento não interfere com a vida de ninguém; mas os "outros" interferem com a nossa vida. E de que maneira.
Se o senhor Buttiglione tivesse sido nomeado para comissário da Agricultura e Pescas, a questão não era tão grave. Mas foi-lhe atribuído o pelouro das liberdades e garantias.
Os homossexuais precisam de ser discriminados, mas discriminados positivamente. É necessário que à frente dos cargos de responsabilidade esteja uma pessoa com um discurso positivo e tolerante. Ora, custa-me muito a crer que alguém que considera a homossexualidade um pecado vá lutar pela sua aceitação - não pela promoção, como a reacção "anti-gay" ridiculamente proclama, mas pela aceitação; que veja os homossexuais como iguais, como cidadãos cumpridores de todos os deveres e merecedores de todos os direitos - tal como os outros. A melhor frase que encontrei para designar esta questão foi precisamente a de António Costa (PS), que disse: "É como nomear um pirómano para comandar o combate aos incêndios."
Quanto à questão da legitimidade eleitoral, essatanto existe por parte do Governo italiano para nomear um comissário, como por parte do Parlamento Europeu para chumbar uma Comissão. Temo é que as conveniências e acordos não o venham a permitir.
A discriminação, contra mulheres, "gays", transexuais, deficientes, imigrantes, pretos, amarelos e vermelhos continua a ser uma realidade. E, ou a combatemos activamente, ou nos conformamos. Espero que como director do mais importante diário português saiba estar do lado certo.
Miguel Pinto
Lisboa
E a resposta do JMF
N.D. - O ponto em que discordamos é transparente: eu acho que ninguém deve ser discriminado; na sua carta defende que os homossexuais devem ser discriminados positivamente. Agradeço-lhe ter dito alto o que muitos pensam, mas não assumem. J.M.F.
Em breve comentarei a questão da discriminação positiva (ou o que eu entendo por ela).
Ainda o caso Buttiglione
Escrevo a propósito do editorial [de 15-102004 de José Manuel Fernandes] sobre o pré-comissário (?) Buttiglione e a questão da homossexualidade.
Eu concordo com José Manuel Fernandes, quando diz que não se deve impor aos outros aquilo que consideramos mais correcto. E, se o senhor Buttiglione não gosta de homossexuais, isso é lá com ele. Acontece que a nós, homossexuais, nos é diariamente imposto aquilo que os "outros" consideram correcto. O nosso comportamento não interfere com a vida de ninguém; mas os "outros" interferem com a nossa vida. E de que maneira.
Se o senhor Buttiglione tivesse sido nomeado para comissário da Agricultura e Pescas, a questão não era tão grave. Mas foi-lhe atribuído o pelouro das liberdades e garantias.
Os homossexuais precisam de ser discriminados, mas discriminados positivamente. É necessário que à frente dos cargos de responsabilidade esteja uma pessoa com um discurso positivo e tolerante. Ora, custa-me muito a crer que alguém que considera a homossexualidade um pecado vá lutar pela sua aceitação - não pela promoção, como a reacção "anti-gay" ridiculamente proclama, mas pela aceitação; que veja os homossexuais como iguais, como cidadãos cumpridores de todos os deveres e merecedores de todos os direitos - tal como os outros. A melhor frase que encontrei para designar esta questão foi precisamente a de António Costa (PS), que disse: "É como nomear um pirómano para comandar o combate aos incêndios."
Quanto à questão da legitimidade eleitoral, essatanto existe por parte do Governo italiano para nomear um comissário, como por parte do Parlamento Europeu para chumbar uma Comissão. Temo é que as conveniências e acordos não o venham a permitir.
A discriminação, contra mulheres, "gays", transexuais, deficientes, imigrantes, pretos, amarelos e vermelhos continua a ser uma realidade. E, ou a combatemos activamente, ou nos conformamos. Espero que como director do mais importante diário português saiba estar do lado certo.
Miguel Pinto
Lisboa
E a resposta do JMF
N.D. - O ponto em que discordamos é transparente: eu acho que ninguém deve ser discriminado; na sua carta defende que os homossexuais devem ser discriminados positivamente. Agradeço-lhe ter dito alto o que muitos pensam, mas não assumem. J.M.F.
1 Comments:
E mais nada!
;-)
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