Foi por um pêlo púbico!
Eu queria escrever qualquer coisa sustentada e fundamentada sobre estas eleições. Infelizmente, não tenho tempo, pelo menos para o fazer em tempo útil... Por isso, sai a versão mais curta e mais tópica.
A conclusão é, e só pode ser, uma: Cavaco ganhou, os outros todos perderam! Poderão existir pequenos consolos tácticos (Jerónimo estancou definitivamente a hemorragia de votos do PCP e Alegre bateu Soares), mas o Presidente é Cavaco e os outros continuam a ser o que eram antes da campanha. Como tal, evitemos cair em interpretações malabaristas porque as eleições já foram e os resultados são os conhecidos! A democracia baseia-se na existência de candidatos e na agregação das escolhas individuais. Os eleitores que quiseram votar, votaram e a maioria escolheu Cavaco. E quanto a isso estamos conversados. A democracia funciona quando ganhamos e quando perdemos. E em ambos os cenários as coisas seguem com o rumo que a escolha da maioria determina. Por isso, siga a banda.
Responsabilidades do resultado?
Em minha opinião temos em primeiro lugar a responsabilidade de Cavaco e da sua entourage, que definiram um rumo e uma forma de actuação que se provaram estar correctos. Em segundo a estratégia (?) do PS, que foi às suas reservas buscar Mário Soares acreditando que o facto de ele ser, de facto, o Presidente por excelência era suficiente para não se olhar para a sua idade e para o facto de já lá ter estado (com as consequências conhecidas de passarem a existir 2 candidatos de áreas políticas adjacentes - não são bem da mesma área -, de suspeitas de traição, etc.). Finalmente, a agressividade sobretudo de Soares (mas também dos restantes candidatos) no ataque a Cavaco ao longo de toda a campanha. Neste caso, creio que os seus marketeers (existiam?) tinham a responsabilidade de alertar para a quase inexistência de resultados positivos em Portugal de campanhas baseadas na comunicação da falta de méritos do produto concorrente - o despeito em Portugal não colhe; o português gosta de dizer mal, mas não gosta tanto assim de ouvir dizer!...
As coisas poderiam ter sido diferentes?
Julgo que sim. Continuo a acreditar que num cenário em que o candidato do PS fosse Manuel Alegre, Cavaco teria muito menos probabilidades de ganhar. Isto porque a campanha de Alegre teria sido feita um pouco mais ao centro (com menos ameaças de dissolução da Assembleia, por exemplo), conseguindo manter parte do eleitorado que elegeu Sócrates e que agora ou votou Cavaco, ou se absteve, e o entendimento à esquerda poderia ter sido alcançado, compensando os votos centristas perdidos para Cavaco e para a abstenção. Já num cenário só com Soares, julgo que Cavaco ganharia até por maior margem, sobretudo porque ficou bem patente que o eleitorado centrista não perdoou a Soares nem o factor idade, nem o factor traição.
Como última reflexão, volto ao tema tão recorrentemente abordado nesta campanha: creio que paradoxalmente, quem acaba por dormir mais descansado com os resultados da eleição é Sócrates, que viu ser eleito o candidato que mais facilmente apoiará o programa de reformas que o Governo tem vindo a levar a cabo e pretende continuar a seguir. Quem deve andar a dormir mal é Soares («mas porque é que eu me meti nisto?!»)... Já Marques Mendes também não deverá dormir descansado muito mais tempo, porque a adormecida ala Cavaquista acaba de acordar e não lhe vai dar descanso...
Como dizem os outros, on verra!
P.S.: Ops... acabei por transformar a versão curta, numa versão longa diferente da que planeava fazer... a escrita tem definitivamente dinâmicas que a própria dinâmica desconhece...
A conclusão é, e só pode ser, uma: Cavaco ganhou, os outros todos perderam! Poderão existir pequenos consolos tácticos (Jerónimo estancou definitivamente a hemorragia de votos do PCP e Alegre bateu Soares), mas o Presidente é Cavaco e os outros continuam a ser o que eram antes da campanha. Como tal, evitemos cair em interpretações malabaristas porque as eleições já foram e os resultados são os conhecidos! A democracia baseia-se na existência de candidatos e na agregação das escolhas individuais. Os eleitores que quiseram votar, votaram e a maioria escolheu Cavaco. E quanto a isso estamos conversados. A democracia funciona quando ganhamos e quando perdemos. E em ambos os cenários as coisas seguem com o rumo que a escolha da maioria determina. Por isso, siga a banda.
Responsabilidades do resultado?
Em minha opinião temos em primeiro lugar a responsabilidade de Cavaco e da sua entourage, que definiram um rumo e uma forma de actuação que se provaram estar correctos. Em segundo a estratégia (?) do PS, que foi às suas reservas buscar Mário Soares acreditando que o facto de ele ser, de facto, o Presidente por excelência era suficiente para não se olhar para a sua idade e para o facto de já lá ter estado (com as consequências conhecidas de passarem a existir 2 candidatos de áreas políticas adjacentes - não são bem da mesma área -, de suspeitas de traição, etc.). Finalmente, a agressividade sobretudo de Soares (mas também dos restantes candidatos) no ataque a Cavaco ao longo de toda a campanha. Neste caso, creio que os seus marketeers (existiam?) tinham a responsabilidade de alertar para a quase inexistência de resultados positivos em Portugal de campanhas baseadas na comunicação da falta de méritos do produto concorrente - o despeito em Portugal não colhe; o português gosta de dizer mal, mas não gosta tanto assim de ouvir dizer!...
As coisas poderiam ter sido diferentes?
Julgo que sim. Continuo a acreditar que num cenário em que o candidato do PS fosse Manuel Alegre, Cavaco teria muito menos probabilidades de ganhar. Isto porque a campanha de Alegre teria sido feita um pouco mais ao centro (com menos ameaças de dissolução da Assembleia, por exemplo), conseguindo manter parte do eleitorado que elegeu Sócrates e que agora ou votou Cavaco, ou se absteve, e o entendimento à esquerda poderia ter sido alcançado, compensando os votos centristas perdidos para Cavaco e para a abstenção. Já num cenário só com Soares, julgo que Cavaco ganharia até por maior margem, sobretudo porque ficou bem patente que o eleitorado centrista não perdoou a Soares nem o factor idade, nem o factor traição.
Como última reflexão, volto ao tema tão recorrentemente abordado nesta campanha: creio que paradoxalmente, quem acaba por dormir mais descansado com os resultados da eleição é Sócrates, que viu ser eleito o candidato que mais facilmente apoiará o programa de reformas que o Governo tem vindo a levar a cabo e pretende continuar a seguir. Quem deve andar a dormir mal é Soares («mas porque é que eu me meti nisto?!»)... Já Marques Mendes também não deverá dormir descansado muito mais tempo, porque a adormecida ala Cavaquista acaba de acordar e não lhe vai dar descanso...
Como dizem os outros, on verra!
P.S.: Ops... acabei por transformar a versão curta, numa versão longa diferente da que planeava fazer... a escrita tem definitivamente dinâmicas que a própria dinâmica desconhece...
2 Comments:
ou seja, podemos todos dormir descansados que para o país a escolha feita, foi a melhor.
Isso já é o teu contributo para a discussão... eu não disse nada disso... nem sequer o penso...
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