quinta-feira, setembro 08, 2005

Área de serviço


Torcer o pescoço é saudável e faz a coisa parecer menos chocante (além de que não me apetece procurar as instruções para rodar a imagem)

Em Chiúre ficava a única área de serviço de todo o trajecto: nem mais nem menos que uma tasca propriedade de um branco. Aliás, o único que vimos durante quase 400 km. Quer dizer, havia por lá um branco, suponho que fosse o dono por duas razões: primeiro porque não estava a fazer nada e segundo porque em Moçambique patrão e branco são sinónimos (tratavam-nos por patrão!).

A casa de banho era um buraco que abrigava triliões de larvas rodeado por uma barreira visual de caninhas como se pode ver pela imagem. Ao lado do buraco havia um bidão com água barrenta. Como cerca de 80% dos habitantes do norte de Moçambique são muçulmanos e os preceitos religiosos os obrigam a lavar-se depois de utilizarem a casa de banho, os passageiros anteriores enchiam a caneca com aquela água infecta do bidão e despejavam-na por cima da gaita.