quinta-feira, setembro 08, 2005

Pemba



Esta viagem a África tinha 3 destinos prioritários: Maputo, Kruger Park e Ilha de Moçambique. O aeroporto mais próximo da Ilha de Moçambique - que fica a cerca de 2.000 km da capital, implicando por isso uma viagem de avião - é o de Nampula. No entanto, como para esta viagem aproveitámos os pacotes da Air Luxor, acabámos por ir para Pemba (ex- Porto Amélia) que fica a cerca de 420 km da Ilha.

Pemba é uma cidade recente, tendo sido fundada há cerca de 100 anos pela Companhia do Niassa. Apesar de ser um sítio simpático e ter uma localização fenomenal (está localizada na ponta de uma península que fecha a 3ª maior baía do mundo, logo atrás das de Sidney e Rio de Janeiro) não apresenta por si só um interesse especial. O trunfo de Pemba reside no facto de ser a capital da longínqua província de Cabo Delgado, que ocupa uma área equivalente à de Portugal e tem imenso potencial turístico: destacam-se a Ilha do Ibo e o arquipélago das Quirimbas em geral e o "cénico" e artístico povo Maconde. Ao contrário da paisagem de savana semi-árida característica do sul, na região de Pemba abundam os imbondeiros. As vistas são mágicas.

A abertura de um conjunto de hotéis pertencentes ao grupo sul-africano Rani Resorts desde 2002, entre os quais se encontra aquele em que ficámos alojados, acelerou o desenvolvimento turístico da região. Assim, de um voo semanal para Maputo operado pela LAM em 2000, passou-se para entre 3 e 5 voos diários tendo como destinos finais Maputo, Dar-es-Salaam (Tanzânia) e Joanesburgo (África do Sul). Esses voos são operados pela LAM e por uma nova companhia aérea, a Air Corridor.

A contrastar com o luxo dos hotéis estão as barracas omnipresentes. Mas a vingança é subtil: ao passo que o hotel em que ficámos, apesar de muito bom, fica a dever muito ao charme, este bairro de casas de barro com telhado de colmo e com imbondeiros, que me parecem árvores feitas de pedra, nos quintais transpira equilíbrio.