Os números
Eu bem sei, que por inerência da função, os jornalistas são alvos fáceis das críticas de quem quer que seja.
Mas, desta vez, acho que é merecedor de uma análise, que por mais simples que seja, nos permite ter uma melhor noção da realidade.
Esta análise não visa fazer nada para além de tentar desvendar o que se pretendia ter escrito nos jornais de hoje.
Neste artigo do Público, a jornalista faz título da notícia: "Uma em cada três adolescentes já tomou a pílula do dia seguinte".
Tal como neste do DN, o título é: "33% das adolescentes já usaram a pílula do dia seguinte".
Estamos tramados, pensamos nós. A maioria das mulheres anda completamente alterada com as bombas hormonais que andam a tomar. Agora sim, já percebo porque é que as mulheres são tão agressivas no trânsito (só falta achar a justificação para os homens também serem).
Se com a leitura do primeiro artigo não se consegue perceber nada do que estava patente no estudo, nomeadamente quem é que o fez, quando, etc., no segundo já se consegue deslindar qualquer coisa. A saber: "Uma em cada seis jovens entre os 15 e os 19 anos tem uma vida sexual activa sem utilizar qualquer contraceptivo. E, dessas, 33% já recorreram à utilização da pílula do dia seguinte."
Ora bem, se apenas 1/6 das mulheres com idade entre os 15 e 19 anos (para contemplar as adolescentes ou teen-agers faltam as miúdas de 13 e 14) têm uma vida sexualmente activa, e dessas apenas 1/3 tomou a pílula do dia seguinte, isso quer dizer que, na verdade, apenas 1/6 x 1/3 = 1/18 das mulheres com idades entre os 15 e os 19 tomaram a pílula do dia seguinte.
Portanto, proponho desde já um novo título para a notícia:
5,6% das adolescentes com idades entre os 15 e os 19 anos já tomou a pílula do dia seguinte
Claro que este número é preocupante, mas os debates devem ser feitos com base em factos e não em títulos mediocres lançados para a forja por profissionais que se enganam (?) sistematicamente com os números...
Mas, desta vez, acho que é merecedor de uma análise, que por mais simples que seja, nos permite ter uma melhor noção da realidade.
Esta análise não visa fazer nada para além de tentar desvendar o que se pretendia ter escrito nos jornais de hoje.
Neste artigo do Público, a jornalista faz título da notícia: "Uma em cada três adolescentes já tomou a pílula do dia seguinte".
Tal como neste do DN, o título é: "33% das adolescentes já usaram a pílula do dia seguinte".
Estamos tramados, pensamos nós. A maioria das mulheres anda completamente alterada com as bombas hormonais que andam a tomar. Agora sim, já percebo porque é que as mulheres são tão agressivas no trânsito (só falta achar a justificação para os homens também serem).
Se com a leitura do primeiro artigo não se consegue perceber nada do que estava patente no estudo, nomeadamente quem é que o fez, quando, etc., no segundo já se consegue deslindar qualquer coisa. A saber: "Uma em cada seis jovens entre os 15 e os 19 anos tem uma vida sexual activa sem utilizar qualquer contraceptivo. E, dessas, 33% já recorreram à utilização da pílula do dia seguinte."
Ora bem, se apenas 1/6 das mulheres com idade entre os 15 e 19 anos (para contemplar as adolescentes ou teen-agers faltam as miúdas de 13 e 14) têm uma vida sexualmente activa, e dessas apenas 1/3 tomou a pílula do dia seguinte, isso quer dizer que, na verdade, apenas 1/6 x 1/3 = 1/18 das mulheres com idades entre os 15 e os 19 tomaram a pílula do dia seguinte.
Portanto, proponho desde já um novo título para a notícia:
5,6% das adolescentes com idades entre os 15 e os 19 anos já tomou a pílula do dia seguinte
Claro que este número é preocupante, mas os debates devem ser feitos com base em factos e não em títulos mediocres lançados para a forja por profissionais que se enganam (?) sistematicamente com os números...
LN queimou às 10:50
4 Comments:
Meus caros Queimados, cada vez gosto mais de ler o vosso blog! Está giro, interessante, com opiniões e assuntos diversificados, sem censuras... muito bom!
Parabéns aos 3 bloggistas no activo e, já agora, ao bloggista fantasma JM! :)
Muito bem, muito boa análise! Os jornalistas usam e abusam dos truques das percentagens para empolar sensacionalismos falsos.
A reter destas notícias e estudos, é que de repente passámos a ter o síndrome Kinsei em Portugal, o que é muito positivo.
Não posso deixar de escrever uma nota mais politizada. Neste post, caluniaram os jornalistas como sensacionalistas, que lançam títulos medíocres e fazem análises erradas da realidade... Ora, não são os mesmos que há umas semanas faziam as reportagens da campanha do PSD?! A única diferença é que nessa altura tinham a benção da objectividade, e agora, impulsionados pela alavanca da esquerda moderna parecem desprovidos de raciocínio lógico...
No mínimo estranho!
Bem ... o facto de os homens serem agressivos no trânsito resultará certamente do nervosismo de não saberem se a pílula do dia seguinte vai funcionar...
O problema dos jornalistas com os números é consequência directa do nosso sistema de ensino. Quem não tinha aproveitamento na escola, na disciplina de matemática, só tinha uma opção para continuar os estudos no ensino complementar: área D a que corresponderiam ensinos superiores de letras, direito ou ... jornalismo!
Com as continhas bem feitas, o título não vendia.... tás a topar??!
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