segunda-feira, janeiro 03, 2005

Notas de Natal II - Matosinhos

O dia 26 estava solarengo. Convidei o mano e a cunhada para almoçar lá no bairro (Matosinhos-Sul) e depois de uma experiência frustrante (não havia sopa porque o creme de cenoura tinha esturrado e a açorda de marisco sabia a mostarda) fomos dar um passeio a pé pela marginal.

No larguíssimo passeio havia dezenas de putos a brincar com as prendas de Natal. Na sua maioria carrinhos/comboinhos/motinhas/aviõezinhos telecomandados e triciclos eléctricos. Tenho a certeza que se lá for daqui a um mês ou dois vejo a canalha a andar de bicicleta/skate/triciclo/prancha de surf mas ninguém com os brinquedos eléctricos que este Natal fizeram furor. Mandam-nos para o sótão repousar junto do resto da tralha.

Eu não queria armar-me em pedagogo anti-consumista mas confesso que me irrita ver os miúdos receberem tantas prendas que colocam de lado mais depressa que o tempo que Diabo leva a esfregar um olho. A razão é óbvia: para além do marketing e da surpresa inicial a maioria daqueles bonecos não tem piadinha nenhuma. E a ganapada acaba por se aperceber disso.

Também já sei que as crianças portuguesas são as que recebem menos presentes em toda a UE. Mas as que eu conheço e vejo devem ser outlyers ou coisa do género (e elas nem sabem que são esta coisa).

Já que estou numa de divulgação artística aproveito para divulgar a "anémona". A "anémona" é, para mim, a mais bonita peça de arte pública instalada nos últimos anos em Portugal. Da autoria da escultora norte-americana Janet Echelman fica na fronteira entre Porto e Matosinhos. Suportada por três mastros estaiados, o mais alto com 57 metros de altura (!!!), a escultura tem a forma de uma gigantesca rede de pesca. A rede está suspensa num anel tubular em aço com 42 metros de diâmetro (!!!). O custo foi de aproximadamente um milhão de euros. lamento não ter encontrado imagem melhor.



Outras imagens podem ser obtidas aqui, aqui e aqui.