1755
O maremoto que atingiu alguns países asiáticos tem-nos trazido imagens de horror. Confesso que, sugestionado por essas imagens, destinos paradisíacos como o Le Meridien de Bora Bora me passaram a assustar pela sua fragilidade.
O que tem merecido pouca atenção em Portugal é o maremoto de 1755 (à excepção de um artigo no DN de 28/12/2004). Até à data, era o que mais vítimas tinha provocado na história. A Ana Maria Magalhães e a Isabel Alçada dedicam-lhe algum espaço num dos livros da sua colecção “Viagem no Tempo”. Na ficha informativa final há mesmo uma descrição dos “avisos” que o precedem, como o recuo da água do mar.
Uma busca na net permite descobrir que o terramoto de Lisboa de 1755 teve uma magnitude de 9,0 na escala de Richter. Aconteceu no feriado de Todos os Santos, quando parte dos 250 mil habitantes da cidade lotava igrejas e conventos, facto que tornou ainda mais terrível a extensão do desastre. O choque do terramoto foi seguido pela queda quase imediata de igrejas e conventos lotados de fiéis, além de quase todos os edifícios públicos de Lisboa e mais de um quarto das construções residenciais. O que se manteve de pé não teria destino melhor: havia focos de incêndio por toda parte (ao que consta havia velas acesas por todo o lado por ser feriado religioso), e com tal violência que se estenderam por mais de três dias (também encontrei referência a seis dias), destruindo quase tudo o que ainda restava.
Após o abalo o mar primeiro recuou, deixando seca a orla litoral. Em seguida, avançou de repente, elevando-se "mais de cinquenta pés acima de seu nível normal" e tragando tudo o que encontrava pela frente. Chegou até ao local onde actualmente se encontra o Rossio, haviam passado três horas desde o terramoto. A população que procurara refúgio em espaços abertos como a beira-rio foi surpreendida pela investida do mar. Os maremotos varreram toda a região em torno, provocando grande destruição em praias espanholas e no porto de Cádis, atingindo as áreas costeiras de França e matando 10 mil pessoas no litoral de Marrocos. As ondas chegaram ainda a regiões longínquas como a Gronelândia e as Caraíbas, para não falar da Madeira e dos Açores.
Estima-se que tenham morrido 60.000 pessoas. No próximo 1 de Novembro comemoram-se os 250 anos da esquecidíssima tragédia. A ameaça está negligenciada.
Para saber o que é e como se forma um maremoto clicar aqui.
Para ver a cronologia dos principais maremotos clicar aqui e aqui.
Para ver a relação entre a posição dos planetas no momento do maremoto de 1755 e no do de 26 de dezembro clicar aqui. Os brasileiros não brincam em serviço...
O que tem merecido pouca atenção em Portugal é o maremoto de 1755 (à excepção de um artigo no DN de 28/12/2004). Até à data, era o que mais vítimas tinha provocado na história. A Ana Maria Magalhães e a Isabel Alçada dedicam-lhe algum espaço num dos livros da sua colecção “Viagem no Tempo”. Na ficha informativa final há mesmo uma descrição dos “avisos” que o precedem, como o recuo da água do mar.
Uma busca na net permite descobrir que o terramoto de Lisboa de 1755 teve uma magnitude de 9,0 na escala de Richter. Aconteceu no feriado de Todos os Santos, quando parte dos 250 mil habitantes da cidade lotava igrejas e conventos, facto que tornou ainda mais terrível a extensão do desastre. O choque do terramoto foi seguido pela queda quase imediata de igrejas e conventos lotados de fiéis, além de quase todos os edifícios públicos de Lisboa e mais de um quarto das construções residenciais. O que se manteve de pé não teria destino melhor: havia focos de incêndio por toda parte (ao que consta havia velas acesas por todo o lado por ser feriado religioso), e com tal violência que se estenderam por mais de três dias (também encontrei referência a seis dias), destruindo quase tudo o que ainda restava.
Após o abalo o mar primeiro recuou, deixando seca a orla litoral. Em seguida, avançou de repente, elevando-se "mais de cinquenta pés acima de seu nível normal" e tragando tudo o que encontrava pela frente. Chegou até ao local onde actualmente se encontra o Rossio, haviam passado três horas desde o terramoto. A população que procurara refúgio em espaços abertos como a beira-rio foi surpreendida pela investida do mar. Os maremotos varreram toda a região em torno, provocando grande destruição em praias espanholas e no porto de Cádis, atingindo as áreas costeiras de França e matando 10 mil pessoas no litoral de Marrocos. As ondas chegaram ainda a regiões longínquas como a Gronelândia e as Caraíbas, para não falar da Madeira e dos Açores.
Estima-se que tenham morrido 60.000 pessoas. No próximo 1 de Novembro comemoram-se os 250 anos da esquecidíssima tragédia. A ameaça está negligenciada.
Para saber o que é e como se forma um maremoto clicar aqui.
Para ver a cronologia dos principais maremotos clicar aqui e aqui.
Para ver a relação entre a posição dos planetas no momento do maremoto de 1755 e no do de 26 de dezembro clicar aqui. Os brasileiros não brincam em serviço...
2 Comments:
Por acaso li, no início do ano passado, a biografia do Sebastião José Carvalho e Melo, da Agustina Bessa Luís, onde era, obviamente, retratado o terramoto de 1755. Bom, foi mais a destruição que provocou do que o momento propriamente dito. Mas deu para perceber que era preciso muito trababalho, que foi (bem) feito.
Com muito "galo" para os jesuítas, mas isso todos nós já sabemos...
Bem lembrado, Miguel. Parabéns!
O saber nunca ocupa lugar.
Enviar um comentário
<< Home