Cidades Cantadas #2
A pedido de várias famílias, fica aqui uma tentativa de reiniciar aquilo que esteve para ser um «serial post», ou «posta em série».
Há uns anos atrás, mais precisamente em 1993 (chiça! estou velho!...), em plena adolescência, um trabalho de uma banda portuguesa ocupou algum espaço na minha mente: Mutantes S.21, dos Mão Morta. Era um som diferente e um disco inteiro sobre viagens a cidades que, umas mais que outras, tinham um lugar no imaginário de todos nós. As letras das músicas, mais que falarem sobre as cidades, provocavam em mim a sensação de entrar pelo ambiente local dentro, de forma quase violenta (casos de Lisboa, por entre as sombras e o lixo, de Amsterdão, have big fun ou de Istambul, um grito). A letra que escolhi pôr aqui é mais descritiva e impressiona, sobretudo, pela forma como nos agarra e nos leva em poucos segundos para a Medina de Marraquexe (e pelo final abrupto, claro!). Os cheiros, o calor e as formas quase que se materializam e a vontade de ir a Marraquexe aumenta. Espero que gostem:
No terreiro a que chamam Jamâa El Fna, o acender dos lumes iniciou a montagem de dezenas de restaurantes ambulantes, com o cheiro adocicado das especiarias a invadir toda a praça.
Vindos das sombras da Medina, encantadores de serpentes, contadores de histórias, comentadores do Corão, malabaristas, trapezistas, músicos e toda a sorte de batoteiros atraíram uma multidão ociosa, que se arrastava indolente.
Em minutos, Jamâa El Fna deixou de ser uma inóspita praça escaldante e empoeirada para passar a fervilhar de actividade, entre o fumo das cozinhas improvisadas, as luzes das lanternas acabadas de acender, o vozear da turba delirante, o batuque dos tambores ou a melopeia encantatória das flautas...
Era o momento de pôr à prova a destreza de mãos e surripiar umas carteiras!
Há uns anos atrás, mais precisamente em 1993 (chiça! estou velho!...), em plena adolescência, um trabalho de uma banda portuguesa ocupou algum espaço na minha mente: Mutantes S.21, dos Mão Morta. Era um som diferente e um disco inteiro sobre viagens a cidades que, umas mais que outras, tinham um lugar no imaginário de todos nós. As letras das músicas, mais que falarem sobre as cidades, provocavam em mim a sensação de entrar pelo ambiente local dentro, de forma quase violenta (casos de Lisboa, por entre as sombras e o lixo, de Amsterdão, have big fun ou de Istambul, um grito). A letra que escolhi pôr aqui é mais descritiva e impressiona, sobretudo, pela forma como nos agarra e nos leva em poucos segundos para a Medina de Marraquexe (e pelo final abrupto, claro!). Os cheiros, o calor e as formas quase que se materializam e a vontade de ir a Marraquexe aumenta. Espero que gostem:
MARRAQUEXE
pç. das moscas mortas
[Adolfo Luxúria Canibal / Carlos Fortes]
No terreiro a que chamam Jamâa El Fna, o acender dos lumes iniciou a montagem de dezenas de restaurantes ambulantes, com o cheiro adocicado das especiarias a invadir toda a praça.
Vindos das sombras da Medina, encantadores de serpentes, contadores de histórias, comentadores do Corão, malabaristas, trapezistas, músicos e toda a sorte de batoteiros atraíram uma multidão ociosa, que se arrastava indolente.
Em minutos, Jamâa El Fna deixou de ser uma inóspita praça escaldante e empoeirada para passar a fervilhar de actividade, entre o fumo das cozinhas improvisadas, as luzes das lanternas acabadas de acender, o vozear da turba delirante, o batuque dos tambores ou a melopeia encantatória das flautas...
Era o momento de pôr à prova a destreza de mãos e surripiar umas carteiras!
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