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Dia "x dias depois de lhes perder a conta"
Estamos a entrar naquela fase do "bolas... isto está-se a acabar...".
Tentando afastar os pensamentos negativos e aproveitar ao máximo os últimos dias, hoje dedicámo-nos a caminhar afincadamente, de Palermo para a Recoleta, de lá para San Martín e daí para o centro pela Calle Florida (a Rua Augusta cá do sítio só que com montes de argentinos a caminhar também, em vez de haver apenas turistas perdidos a perguntar-se porque raio os lisboetas nao disfrutam das suas ruas).
Buenos Aires, a cidade que nunca dorme (sim... mais uma...), é fantástica! É o Sul da Europa cheio de sangue Sul-Americano.
Palermo é uma zona que devia ser residencial, de casas baixas, mas com muita vida gastronómica e muita diversao nocturna. É o maior bairro, onde tudo acontece todos os dias. Os bares, à tarde, abrem as portas a criadores locais que aí se instalam e vendem os seus produtos (essencialmente roupa). É um pouco o bairro alto, mas mais disperso e é praticamente do tamanho de uma cidade média/grande portuguesa.
A Recoleta é o bairro rico. Tem a particularidade de ter mesmo no meio um cemitério onde apenas existem grandes mausoléus (como raio se escreve isto?!... e será que é mesmo isto?!... bom... vocês sabem do que estou a falar...) e onde basicamente está enterrada toda a gente com plata (dinheiro). Numa voltinha curta por lá, rapidamente se percebe que todos os gajos que têm uma rua com o nome deles, estao lá metidos... Eles e a Evita, motivo de romaria dos locais e dos turistas e único túmulo que tem sempre flores. Também lá havia um túmulo bem grande da Sociedade (ou Associaçao... esqueci-me...) Portuguesa de Socorros, onde devem estar os portugueses mais eminentes da sociedade porteña (nome dado aos habitantes de Buenos Aires). Mais engraçado (ou tétrico) é que é à volta do cemitério que estao os bares da zona, o Hard Rock Café e um centro comercial fino! A caminho deste bairro foi onde vimos os primeiros porteños (já aprenderam o que sao, nao já?) engravatados, claro indício que entrávamos na zona de negócios. Mas é um pouco mais ao lado, no Centro, que se concentram a maioria dos serviços, bem como o poder político, ou seja, os Ministérios e a Casa Rosada, a sede do Governo, onde a Evita e o Juanito acenavam à multidao.
Há também San Telmo, onde estivemos ontem, que é o bairro mais boémio, onde estao as casas de Tango e onde tudo é mais genuíno. Mal comparado, é Alfama, a Madragoa ou a Mouraria, ou um pouco de cada. Aí, o ponto alto foi o almoço, sentados num banco, no meio do passeio, a comer uma sandes de vacío - uma parte da vaca - na brasa, com chimichurri - um dos molhos normalmente usados nas parrilladas. O sítio era claramente uma parrilla - assador - de bairro pobre, onde só estávamos nós, a disfrutar de um momento fora dos circuitos normais, e os locais.
Quanto à ida à bola, o jogo foi fraquinho, mas ficámos no peao, com os hinchas - adeptos - do Boca e o ambiente é indescritível. Eles vivem a bola como poucos. Cantam e saltam todo o jogo - todos, nao só as claques -, sofrem e aplaudem sempre, mesmo quando as coisas nao correm tao bem. Mas ganhámos, 1-0, com um golo do velho Martín Palermo. Ao intervalo, 2 ou 3 adeptos do Arsenal que deviam estar aborrecidos e um bocado aflitos, apareceram pendurados nas grades atrás da nossa bancada, baixaram as calças e urinaram em cima dos desgraçados que estavam nas filas de cima... Loucura total! Nós, felizmente, estávamos cá mais para baixo, a uma distancia suficiente para nao apanharmos com nada, mas para termos uma boa visao dos acontecimentos. Por isso já sabem - se forem à bola na Argentina, fiquem nas filas do meio!
E pronto... por hoje chega... vou ver se vou jantar que já sao boas horas...
Abraços!
Estamos a entrar naquela fase do "bolas... isto está-se a acabar...".
Tentando afastar os pensamentos negativos e aproveitar ao máximo os últimos dias, hoje dedicámo-nos a caminhar afincadamente, de Palermo para a Recoleta, de lá para San Martín e daí para o centro pela Calle Florida (a Rua Augusta cá do sítio só que com montes de argentinos a caminhar também, em vez de haver apenas turistas perdidos a perguntar-se porque raio os lisboetas nao disfrutam das suas ruas).
Buenos Aires, a cidade que nunca dorme (sim... mais uma...), é fantástica! É o Sul da Europa cheio de sangue Sul-Americano.
Palermo é uma zona que devia ser residencial, de casas baixas, mas com muita vida gastronómica e muita diversao nocturna. É o maior bairro, onde tudo acontece todos os dias. Os bares, à tarde, abrem as portas a criadores locais que aí se instalam e vendem os seus produtos (essencialmente roupa). É um pouco o bairro alto, mas mais disperso e é praticamente do tamanho de uma cidade média/grande portuguesa.
A Recoleta é o bairro rico. Tem a particularidade de ter mesmo no meio um cemitério onde apenas existem grandes mausoléus (como raio se escreve isto?!... e será que é mesmo isto?!... bom... vocês sabem do que estou a falar...) e onde basicamente está enterrada toda a gente com plata (dinheiro). Numa voltinha curta por lá, rapidamente se percebe que todos os gajos que têm uma rua com o nome deles, estao lá metidos... Eles e a Evita, motivo de romaria dos locais e dos turistas e único túmulo que tem sempre flores. Também lá havia um túmulo bem grande da Sociedade (ou Associaçao... esqueci-me...) Portuguesa de Socorros, onde devem estar os portugueses mais eminentes da sociedade porteña (nome dado aos habitantes de Buenos Aires). Mais engraçado (ou tétrico) é que é à volta do cemitério que estao os bares da zona, o Hard Rock Café e um centro comercial fino! A caminho deste bairro foi onde vimos os primeiros porteños (já aprenderam o que sao, nao já?) engravatados, claro indício que entrávamos na zona de negócios. Mas é um pouco mais ao lado, no Centro, que se concentram a maioria dos serviços, bem como o poder político, ou seja, os Ministérios e a Casa Rosada, a sede do Governo, onde a Evita e o Juanito acenavam à multidao.
Há também San Telmo, onde estivemos ontem, que é o bairro mais boémio, onde estao as casas de Tango e onde tudo é mais genuíno. Mal comparado, é Alfama, a Madragoa ou a Mouraria, ou um pouco de cada. Aí, o ponto alto foi o almoço, sentados num banco, no meio do passeio, a comer uma sandes de vacío - uma parte da vaca - na brasa, com chimichurri - um dos molhos normalmente usados nas parrilladas. O sítio era claramente uma parrilla - assador - de bairro pobre, onde só estávamos nós, a disfrutar de um momento fora dos circuitos normais, e os locais.
Quanto à ida à bola, o jogo foi fraquinho, mas ficámos no peao, com os hinchas - adeptos - do Boca e o ambiente é indescritível. Eles vivem a bola como poucos. Cantam e saltam todo o jogo - todos, nao só as claques -, sofrem e aplaudem sempre, mesmo quando as coisas nao correm tao bem. Mas ganhámos, 1-0, com um golo do velho Martín Palermo. Ao intervalo, 2 ou 3 adeptos do Arsenal que deviam estar aborrecidos e um bocado aflitos, apareceram pendurados nas grades atrás da nossa bancada, baixaram as calças e urinaram em cima dos desgraçados que estavam nas filas de cima... Loucura total! Nós, felizmente, estávamos cá mais para baixo, a uma distancia suficiente para nao apanharmos com nada, mas para termos uma boa visao dos acontecimentos. Por isso já sabem - se forem à bola na Argentina, fiquem nas filas do meio!
E pronto... por hoje chega... vou ver se vou jantar que já sao boas horas...
Abraços!
3 Comments:
Boa! Melhor só comprando o guia lonelyPlanet ... ou esperando por essas fotos. :) abr
Que máximo,irmãos Fernandes!Também quero! América latina, tango, fim do mundo, tudo misturado! Saudades.AR
Só me faltaram as cores de resto quase que me imagino a passear convosco por terras Argentinas.
No Verão quero ver as fotos.
Já estou de regresso à terra das tulipas e muito francamente (apesar de já estar com saudades dos meus homens!) amanhã de manhã cedinho apanhava outra vez o avião para ir para a Parede. Que m... de tempo que está por cá.
Beijos e boa viagem de regresso (isto é para não se esqueceram que a boa vida está quase a acabar.AhAhAh).
Tia
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