Valentim processado por violação dos direitos de autor em Gondomar
(...) Quantos milhões de pesos gastara durante todos esses anos em carregamentos de caramelos, chocolates, brinquedos, fruta, vestidos, calças, sapatos, pulseiras, colares, refrescos, blusas, discos, camisas, alfinetes, revistas, para as intermináveis procissões que rodeavam o Palácio no Dia do Chefe? E quantos mais, muitíssimos mais, em presentes para os seus compadres e afilhados, nesses baptizados colectivos, realizados na capela do palácio, durante os quais, havia três décadas, um ou duas vezes por semana, se tornava padrinho de pelo menos uma centena de recém-nascidos? Milhões de milhões. Um investimento produtivo, sem dúvida. Ideia sua, no seu primeiro ano de governo, que ficara a dever ao seu profundo conhecimento da psicologia dominicana. Estabelecer uma relação de compadrio com um camponês, com um operário, com um artífice, com um comerciante, era garantir-se a lealdade desse pobre homem, dessa pobre mulher, que, a seguir ao baptizado, abraçava e presenteava com dois mil pesos. (...)
A Festa do Chibo
Mario Vargas Llosa
1 Comments:
homem, espero que estejas a ler o livro de momento e que tenhas achado a passagem apropriada e que não o tenhas lido há uma catrefada de anos, tendo decorado essas linhas, à espera de o major estar a jeito para levar com a citação nas fuças. Só espero mas não tenho a certeza. E é barbaramente certeiro.
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