O Fumo, o Fogo e o Rescaldo
Está um calor insuportável e as minhas parcas capacidades de reflexão e escrita estão no modo "Utilizar apenas em caso de emergência".
No entanto há coisas que não podem ficar para depois.
Ontem, ao entrar no mar, olhei para o alto da Arrábida e vi fumo. Ao sair do mar, já não precisei de olhar para cima para ver todo o céu negro e sentir o cheiro e o alento quente do fogo, que destruía a beleza que habitava aquela serra.
Quase tão forte como a sensação de perda e ainda mais revoltante que pensar que aquele foi mais um fogo posto, é saber que durante aquelas duas horas e a hora que se seguiu, nenhum meio aéreo sobrevoou o local para ajudar a acabar com as chamas, naquele local de impossível acesso terrestre.
Tudo isto vem na sequência da catástrofe do ano passado e das baboseiras repetidas ao longo do ano acerca de como este ano íamos estar preparados para tudo.
Será que dá para acoplar umas mangueiras aos submarinos do Paulinho das Feiras?
P.S. Declarações como esta, em vez de me acalmarem, agravam-me a revolta:
Confrontado com as críticas da Associação para a Conservação da Natureza, pela alegada falta de meios aéreos (no incêndio da Arrábida está apenas um helicóptero ligeiro) para travar a propagação das chamas, Nuno Magalhães escusou-se a fazer comentários.
«A resposta a essas questões já foi dada pelo presidente do Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil», disse o secretário de Estado da Administração Interna.
O presidente do Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil (SNBPC), Paiva Monteiro, admitiu domingo a possibilidade de muitos dos fogos que deflagraram em todo País terem tido origem criminosa, pelo facto de serem simultâneos, e defendeu que os meios disponíveis teriam sido suficientes se não tivessem ocorrido tantos fogos simultâneos.
E se não houvesse nenhum incêndio teriam até sobrado!!!
Quando tudo estiver queimado, pode ser que a abordagem ao tema mude...
P.S.2: Enquanto olhava para o fogo, um amigo espanhol dizia-me que na pequena e remota cidade onde vive, há uns dias, um tractor incendiou-se e, minutos depois, um helicóptero sobrevoava o local para apagar o fogo e evitar que se estendesse aos campos de cereais vizinhos. Dizia ele que não entendia como é que num país desenvolvido como Portugal não se limpavam os campos e florestas e se deixava um Parque Natural arder durante horas até se ver alguma resposta...
Confesso que não lhe consegui explicar...
No entanto há coisas que não podem ficar para depois.
Ontem, ao entrar no mar, olhei para o alto da Arrábida e vi fumo. Ao sair do mar, já não precisei de olhar para cima para ver todo o céu negro e sentir o cheiro e o alento quente do fogo, que destruía a beleza que habitava aquela serra.
Quase tão forte como a sensação de perda e ainda mais revoltante que pensar que aquele foi mais um fogo posto, é saber que durante aquelas duas horas e a hora que se seguiu, nenhum meio aéreo sobrevoou o local para ajudar a acabar com as chamas, naquele local de impossível acesso terrestre.
Tudo isto vem na sequência da catástrofe do ano passado e das baboseiras repetidas ao longo do ano acerca de como este ano íamos estar preparados para tudo.
Será que dá para acoplar umas mangueiras aos submarinos do Paulinho das Feiras?
P.S. Declarações como esta, em vez de me acalmarem, agravam-me a revolta:
Confrontado com as críticas da Associação para a Conservação da Natureza, pela alegada falta de meios aéreos (no incêndio da Arrábida está apenas um helicóptero ligeiro) para travar a propagação das chamas, Nuno Magalhães escusou-se a fazer comentários.
«A resposta a essas questões já foi dada pelo presidente do Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil», disse o secretário de Estado da Administração Interna.
O presidente do Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil (SNBPC), Paiva Monteiro, admitiu domingo a possibilidade de muitos dos fogos que deflagraram em todo País terem tido origem criminosa, pelo facto de serem simultâneos, e defendeu que os meios disponíveis teriam sido suficientes se não tivessem ocorrido tantos fogos simultâneos.
E se não houvesse nenhum incêndio teriam até sobrado!!!
Quando tudo estiver queimado, pode ser que a abordagem ao tema mude...
P.S.2: Enquanto olhava para o fogo, um amigo espanhol dizia-me que na pequena e remota cidade onde vive, há uns dias, um tractor incendiou-se e, minutos depois, um helicóptero sobrevoava o local para apagar o fogo e evitar que se estendesse aos campos de cereais vizinhos. Dizia ele que não entendia como é que num país desenvolvido como Portugal não se limpavam os campos e florestas e se deixava um Parque Natural arder durante horas até se ver alguma resposta...
Confesso que não lhe consegui explicar...
3 Comments:
Interrogação: Do que vejo parece-me que o rápido combate aos incêndios é directamente proporcional ao número de bombeiros, autotanques e aviões. Pergunto eu na minha inocência, porque é que não compramos mais? Deve ser por não haver dinheiro para investir...
Agradecimento: Quero agradecer às televisões os investimentos que fizeram no incêndios! Ontem consegui ver um reacendimento em directo! Somo um pais rumo ao progresso! RC
Pois é João,
Também eu estive na Arrábida no Sábado. Depois de sair da praia fui mostrar a serra a uns amigos húngaros que estão cá em casa a passar uns dias. No Domingo evacuaram as praias e tive de rumar a Tróia para ver o triste espectáculo ao longe enquanto tomava um banho.
Também a mim me irrita que se gaste dinheiro em submarinos quando não há uns trocos para aviões e helicópteros de combate a incêndios. Tanto me indigna que replico os teus argumentos na minha posta, mesmo sem ler a tua...
Abraço,
Miguel
RC:
Acho que não investem em meios de combate a incêndios, porque o VAL era negativo... Além de que são pouco ecológicos, porque gastam muito gasóleo!
Desculpem o humor negro, mas estes fogos todos fazem-me libertar muita bilis...
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