terça-feira, abril 12, 2005

Sobre o preservativo

Antes demais deixem-me esclarecer que eu não sou nem deixo de ser católico. Sou aquela espécie viscosa que dá pelo nome de agnóstico. Acho que preciso de mais tempo para formar uma opinião (e, quiçá, uma crença).

Eu não tenho nada contra o uso do preservativo, antes pelo contrário. É sem dúvida um método eficaz para nos protegermos de DST's, etc., etc., etc.. Mas, também não tenho nada contra a liberalização do aborto - ainda que pense que, na minha vida pessoal, melhores soluções podem ser encontradas como alternativa.

No entanto, no que toca à Igreja, muitas vezes se ouve usar o discurso de que se a Igreja consentisse o uso do preservativo, as taxas de HIV pelo mundo fora diminuiriam. Mais: um dedo acusador é apontado à Igreja por não autorizar o uso de preservativo aos católicos - "Numa instituição altamente centralizada como é a Igreja Católica Romana, uma só palavra do papa bastaria. Muitas pessoas esperaram em vão por essa palavra, pois ela teria feito uma enorme diferença. Mas a atitude de João Paulo II foi em primeiro lugar inconsciente, depois teimosa e finalmente de uma irresponsabilidade criminosa."

Fazendo apenas um exercício de lógica, é fácil de perceber que só é católico quem quer. Dentro dos católicos, pode-se ter duas divisões: aqueles que seguem à risca o que a Igreja diz e os que não.

Os que seguem à risca o que a Igreja diz, casam-se virgens, só praticam sexo dentro do casamento, não tem qualquer comportamento de risco e portanto não contraem SIDA.

Os que não seguem a palavra da Igreja, e que portanto podem ter comportamentos de risco, porque é que apenas deveriam seguir a palavra da Igreja no 'não usarás preservativo'?

Isto, sem debater se esta questão é pertinente ou não, se tem fundamento teológico ou não pois isso deve ser um debate entre os católicos.

1 Comments:

Blogger Delfim said...

Bom exercício de lógica LN! Claro e conciso. Parabéns pelo post!

11:45 da manhã  

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