segunda-feira, maio 23, 2005

A porcelana chinesa

Quando Vasco da Gama regressou da sua primeira viagem à Índia, os porões das naus não traziam apenas especiarias e tecidos exóticos, mas também peças de uma cerâmica branca, de espessura fina, com motivos azuis. Era o início da expansão da porcelana para Ocidente, da qual os portugueses foram o principal veículo.

A porcelana vinha da China e é interessante ver como muitos dos desenhos dos serviços encomendados pelos nobres europeus têm características orientais, como nobres com olhos rasgados, roupas achinesadas, animais “adulterados”, heráldica estropiada, etc. No Museu de Arte Antiga deve haver peças destas (info sobre exposição “Caminhos da porcelana” AQUI).



Ainda demorou algum tempo mas os europeus conseguiram descobrir a fórmula da porcelana. Por duas vias, e mais ou menos simultaneamente. Por um lado, Johann Friedrich Böttger, um químico germânico, descobriu em virtude das suas pesquisas a fórmula da pasta de porcelana em 1708. A primeira fábrica europeia, resultante do trabalho de Böttger, foi criada em 1710 em Meissen, na Saxónia (actual Alemanha) e ainda existe. Ver www.meissen.de Mais ou menos ao mesmo tempo – recordemos que na altura as comunicações não eram como hoje – Francois Xavier D'Entrecolles, um jesuíta francês, fazia espionagem industrial na China. Entre 1712 e 1722 enviou diversas missivas para a Europa com as fórmulas secretas, quiçá conseguidas no confessionário (especulação minha). Escusado será dizer que rebentaram com as exportações da indústria chinesa de porcelana.

Mais informações sobre este tema podem ser encontradas AQUI, AQUI, AQUI ou AQUI. E no Google, claro.