Em paz com o Ferro!

Há alguns dias pedi ajuda para perceber por que carga de água o Ferro se tinha demitido.
 
Ontem um amigo explicou-me - foi o primeiro argumento que me convenceu e teve o mérito de voltar a deixar-me em paz com o Ferro.
 
Aproveito a ocasião para vos apresentar o meu amigo, que passará a deixar alguns contributos para discussão, sempre Queimados no Momento, para não secarem...
 
Estes comentários, obviamente, podem ou não reflectir a minha opinião sobre o tema, mas contribuirão seguramente para gerar discussões relevantes! Ou então não!...
 

«Por tudo isto só podia demitir-me. Fi-lo por imperativos de consciência, como um gesto de solidariedade para com todos os portugueses que discordaram daquela decisão e para que a nova direcção do PS possa, nos próximos 2 anos, restabelecer um diálogo político e institucional com o Presidente da República. Com ele, Ferro Rodrigues, isso já não seria possível».

Foi deste modo que Ferro Rodrigues concluiu a sua intervenção na Comissão Política Nacional do PS. Uma vez mais, realço a nobreza do gesto de Ferro e o sentido de oportunidade política com que o fez. Discordo em absoluto daqueles que dizem que a sua decisão foi precipitada e emotiva, tal como todo o seu mandato à frente do PS.

Por outro lado, acho bom para o PS que o Ferro deixe de ser seu líder. Repito: tenho grande respeito pelo Féfé, mas é demais evidente que ele não tinha perfil para líder. Nesse aspecto, o Sócrates é bem melhor: é um bom comunicador e reconheço-lhe alguma competência técnica. Parece-me que o PS com o Sócrates pode causar muito mais mossa no Governo do que um PS com o Ferro. Claro, que pagamos o preço político, dado que o Sócrates está mais à direita que o Ferro, mas não acho isso muito grave. A experiência ensinou-me a não confiar nos socialistas, sobretudo nos de esquerda. Geralmente, falham nos momentos flagrantes. O exemplo do Sampaio é perfeito. O do Soares é outro.

Por Baldassare